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quinta-feira, 21 janeiro 2021 07:36

Encontrados oito corpos no litoral de Macomia

Oito corpos foram encontrados no litoral da aldeia Nambo, Posto Administrativo de Mucojo, no distrito de Macomia, província nortenha de Cabo Delgado. Segundo as fontes, os corpos foram encontrados no passado dia 07 de Janeiro por três pescadores, quando estes fugiam da Ilha Magundula, que estava sob ataque dos insurgentes.

 

Sem avançar detalhes, dizem não ter dúvidas de que as vítimas tenham sido assassinadas no dia 06 de Janeiro, durante o ataque levado a cabo pelos terroristas à Ilha Matemo, uma das que compõe o paradisíaco Arquipélago das Quirimbas. (Carta)

O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) informou, esta quarta-feira, que a Tempestade Tropical Severa “Eloise” enfraqueceu e tornou-se Depressão Tropical. O enfraquecimento aconteceu no final da tarde da última terça-feira, quando a tempestade atingiu o território do Madagáscar.

 

Entretanto, de acordo com o INAM, “Eloise” ainda pode evoluir até ao estágio de Ciclone Tropical, ainda no Canal de Moçambique, podendo o epicentro atingir a costa moçambicana no dia 23 de Janeiro e afectar o estado de tempo nas províncias de Sofala, Inhambane, Gaza e Maputo.

 

Até às 08:00 horas de hoje (de Madagáscar), o epicentro do “Eloise” localizava-se sobre aquele país insular, onde permanecerá até ao dia de hoje (21 de Janeiro). O INAM prevê que, ainda hoje, a Depressão Tropical “Eloise” atinja o Canal de Moçambique, podendo afectar a navegação marítima. (Carta)

A Direcção de Identificação Civil (DIC) do Distrito Municipal KaMpfumo, localizada na Avenida Eduardo Mondlane, na cidade de Maputo, mais conhecida por “DIC dos bombeiros”, passa a prestar, a partir desta quinta-feira, “serviços mínimos” na sequência do diagnóstico de mais sete casos do novo coronavírus entre os funcionários da instituição.

 

De acordo com uma nota de imprensa recebida na nossa Redacção, dos 35 balcões existentes naquele local, apenas cinco estarão operacionais, uma medida que irá vigorar durante 10 dias. A nota acrescenta que os serviços de identificação civil continuarão disponíveis nas DIC da Avenida 24 de Julho (sede nacional), assim como dos distritos Municipais KaMavota (no bairro de Laulane), KaMubukwana (bairro 25 de Junho B), KaTembe, KaMaxaquene e no Posto de Atendimento do bairro Magoanine. (Marta Afonso)

Perdoem-me a petulância e o atrevimento, mas quis partilhar alguns pensamentos, com intenções estritamente construtivas, para repensar com EVIDÊNCIA  e BOM SENSO esta difícil situação da pandemia. As observações não são críticas nem verdades absolutas, são apenas opiniões. Reconheço que opinar é muito mais fácil que ter de decidir. Assim vai com todo o respeito e consciência de que quem tem de decidir tem uma tarefa penosa. 

 

  1. SOBRE OS ESPETÁCULOS

 

Os artistas prestam serviços no domínio da essência do SER HUMANO. Estão sem emprego, impossibilitados de trabalhar. As pessoas estão sem poder alimentar a alma ao vivo o que é fundamental para a saúde. Se de Setembro a Dezembro os espectáculos realizados da forma que foram não provocaram um crescimento exponencial porque o terão feito em Janeiro?. A enorme quantidade de  festas sem cumprimento das regras não podem ser confundidas com espectáculos e “Gigs” realizados com todos os cuidados. Assim, se com o cumprimento das regras as coisas correram bem porque não apenas voltar a cumprir e não deixar os artistas numa situação deplorável. Se deixamos que as missas aconteçam, muitas até em casas de espectáculos,  porque não deixamos os espectáculos com as devidas medidas de segurança que comprovadamente estavam a dar bons resultados?.  

 

  1. SOBRE AS PRAIAS 

 

A praia faz bem à saúde.  Ar livre, Sol (a famosa Vitamina D) e a muito necessária catarse que combate a ansiedade, um dos maiores problemas de saúde a nível mundial (isto tem evidências bem robustas). Se há pessoas que não sabem ir à praia e os aglomerados em alguns locais são grandes, não haveria maneira de impedir isso sem perder as enormes vantagens?  Algumas sugestões seriam: interditar as praias que enchem aos sábados e domingos e mesmo depois das horas de serviço ao dia da semana. Não interidtar praias que nunca tem aglomerações. Proibir a bebida na praia. E sobretudo educar muito (sei que é difícil mas é a solução mais duradoura). Não parece fazer sentido perseguir pessoas que passeiam ou se banham em praias sem aglomerados. E o País tem muitas praias desertas.

 

  1. SOBRE AS PISCINAS

 

As piscinas em Moçambique são quase todas ao ar livre. Só fazem bem e é muito fácil de controlar o numero de utentes pois são poucas e de instituições bem identificadas. Porque encerrar? Não há nenhuma evidência que as piscinas foram a causa da situação actual.  Estamos em tempo de Sol e impedidos de praticar muitos dos desportos sobretudo os colectivos. Muitos pais usaram neste verão as piscinas para proporcionar actividade física segura aos seus filhos. Se não podem mais praticar desportos colectivos e lhes retiram os individuais resta lhes o computador.

 

  1. SOBRE OS HORÁRIOS DAS LOJAS

 

Todo o mundo tem de ir à loja. Os horários das lojas reduziram o que quer dizer que vamos à loja com mais gente. Parece que a medida deve ser ao contrário: temos de aumentar o horários das lojas para que sejam menos  pessoas ao mesmo tempo. De outra forma estamos a estimular a propagação não a reduzi-la. Alguns países mesmo durante estados de “lock down” restritos acharam melhor ter lojas abertas por  24 horas para evitar aglomerações.

 

  1. SOBRE OS TRANSPORTES

 

A avaliar pelo que se vê nas ruas os transportes serão uma das fontes mais importantes de propagação. Continuam cheios, apinhados mesmo. Não vemos melhorias ao longo de todo este tempo. Um assunto difícil mas o que talvez seja o que requer mais atenção. Atrevo me a sugerir que o Estado procure fundo para pagar uma parte dos lugares que não deveriam estar preenchidos quiçá em subsídio de combustível. Mas não adianta se não se aumentar a oferta. Não sei a solução mas sei que é uma dos maiores problemas e requer prioridade absoluta.

 

  1. FECHARAM OS GINÁSIOS (aviso que sou suspeito pois sou Sócio de 1 Ginásio)

 

De Setembro a Dezembro os Ginásios estiveram abertos e nada aconteceu. Embora os dados sobre os infectados não discriminem mais as fontes de contaminação, não temos relatos de contaminação em massa nos Ginásios e durante o período que antecedeu esta momento de crescimento exponencial os ginásios estiveram vazios (como estão sempre nesse período) ou mesmo fechados. Por outro lado, as regras de segurança existentes nos Ginásios são apertadas e os investimentos feitos no cumprimentos da normas foram consideráveis. Os   resultados parecem ter sido bons. As evidências não mostram que os Ginásios estejam a criar a pandemia. Porque fechar?

 

Em dois estudos realizados no País em que participei a estimativa de diminuição da actividade física era de 30% em parte causada pelo encerramento dos Ginásios  (os estudos referem se ao período do Estado de emergência).  O número de Ginásios no País são na ordem de centenas, e servem já milhares de pessoas em número exacto desconhecido. Tudo indica que o impacto do encerramento na inactividade física é considerável e isso é mau para a saúde pública, incluindo a associada à pandemia.

 

  1. SOBRE O IMPACTO NOS RENDIMENTOS INDIVIDUAIS E DAS EMPRESAS

 

Algumas das medidas têm um impacto na vida das pessoas e das empresas (o que vai reflectir-se nas pessoas). Não chega fechar e proibir. Há que encontrar medidas de mitigação. Essa será a grande ausência nas medidas. Não é saudável, não é justo. As PME são vitais para o emprego e para a retoma e estão deixadas ao abandono, não há programas de apoio como se vê noutros países. As consequências, que serão prolongadas, podem ser pior que a eficácia das medidas.

 

  1. SOBRE AS MASCARAS

 

As máscaras são consideradas com uma das 3 medidas de comportamento    associadas ao distanciamento e higiene. Mas há vários problemas reais que há que ter em consideração nomeadamente (1) as mascaras existentes não tem certificação, (2) a sua manipulação é indevida, (3) as pessoas usam a mesma mascara todo o dia ou mesmo vários dias consecutivos e  (4) há inconvenientes no seu uso que incomoda muito as pessoas. Colocando os prós e contras parece ser de bom senso que sejam usadas quando em proximidade de outras pessoas. Assistimos hoje mesmo a prisões de cidadãos porque circulavam sem máscara ao ar livre e em locais sem aglomeração. O decreto abre esta possibilidade porque referencia que “o uso de mascara é obrigatório em espaços públicos” quando talvez se quisesse dizer espaços públicos fechados ou com aglomerados. Sugiro que se retire essa palavra “espaço públicos” de forma generalizada mantendo se a especifica dos espaços fechados e aglomerados.

 

  1. DO MEDO E DO PANICO

 

Todos temos medo. Mas provocar o pânico é catastrófico. O pânico pode dar bons resultados a curto prazo que se tornam muito maus a médio e longo prazo. Só olhar o que aconteceu de Abril até Dezembro: passamos do pânico ao relaxamento total. O pânico gera ansiedade que gera doença e mesmo morte. E sobretudo faz nos começar a disparar para todos os lados sem eficácia e com enormes efeitos colaterais, alguns não recuperáveis. A maioria de nós vai ser contaminada e a questão trata se da velocidade com que isso vai acontecer.  Há que controlar sim mas sobretudo há que educar serenamente e sobretudo com exemplo e coerência.

 

  1. DO COPY PAST E DO CONTEXTO

 

Cada país e cada região tem o seu contexto. O que os outros fazem deve ser visto com criatividade e a sua replicação tem de ter em conta o contexto. Fazermos porque os outros fazem não pode ser argumento. Felizmente isso tem sido levado em conta mas nem sempre como por exemplo continuarmos a pensar que dizer “fica em casa” resolve alguma coisa num paÍs onde muito poucos o podem fazer. Isso faz me pensar que as medidas poderiam ser diferentes para regiões que tem prevalências diferentes. Uma grande parte do Pais não está afectada e uma enorme parte é rural onde a disseminação é distinta. Mas as medidas são nacionais. Poderá ter alguns problemas operativos mas será sem duvida muito mais eficaz pois evitará sacrifícios económicos e sociais desnecessários.

 

A FINALIZAR

 

Tenho observado pessoas que sendo apologistas das medidas draconianas são os primeiros a violá-las. Prega se muito o “fica em casa”, “afasta te do próximo” e “não beba” mas para os outros. Não  é construtivo apregoar-se o que não se pode fazer ou não fazer o que se apregoa. E isso inclui pessoas de elevada responsabilidade a diferentes níveis.

 

Há também os que tratam com desrespeito as vítimas das medidas. O pânico tem levado a atitudes de ostracismo sobre quem não tem salário garantido se ficar em casa. Pessoas com rendimentos garantidos devem respeitar quem não os tem. E isso vale para os que aconselham e tomam decisões. É vital a ponderação entre o grau de certeza das vantagens e as consequências de cada medida bem como a solidariedade e respeito para quem sofre essas consequências.  Ao invés de repressão precisamos de SOLIDARIEDADE.

 

A pandemia está ai (já faz tempo) e a vida também. Temos de combatê-la com seriedade mas não podemos olhar a saúde como se se tratasse de ter ou não ter COVID. Não podemos entrar em pânico e começar a disparar sem critério sob o risco de acabarmos por não a matar e criarmos mais problemas que soluções. Temos de nos basear em EVIDÊNCIAS e muito em BOM SENSO.

 

Quem não concorde comigo não me insulte por favor. Argumente e ajude a pensar melhor porque se há coisa que tenho é muitas dúvidas e muita ignorância. E sobretudo quis apenas contribuir, quiçá algumas das ideias possam ser úteis.

 

Com solidariedade

 

(António Prista)

A Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE) garante que irá devolver todas as bebidas alcoólicas “apreendidas” no dia 15 de Janeiro (sexta-feira), data em que iniciou a implementação das novas medidas de prevenção da Covid-19, no âmbito do Estado de Calamidade em vigor, no país.

 

Em conferência de imprensa concedida, esta terça-feira, em Maputo, a Inspectora-Geral da INAE, Rita Freitas, reconheceu ter havido excessos durante o último fim-de-semana, por parte das autoridades que, para além de fazer cumprir a lei, apenas “apoderaram-se” das bebidas alcoólicas, transformando as esquadras da Polícia da República de Moçambique em autênticos “bottle stores”.

 

“Reconhecemos que houve uma falha na recolha dos produtos dos comerciantes, talvez por ser o primeiro dia de trabalho. No entanto, estamos a trabalhar por forma a repor os produtos aos comerciantes visados porque o decreto não define apreensões”, afirmou Freitas, garantindo que a “falha” está sendo corrigida.

 

“Neste momento, há uma equipa no terreno a trabalhar no sentido de garantir a devolução dos produtos aos respectivos proprietários. Nós, como Governo, assumimos a nossa falha porque alguns estabelecimentos ainda estavam dentro do horário previsto e outros já tinham ultrapassado”, explicou, porém, sem avançar o método que será usado para garantir justiça no processo, tendo em conta que não houve registo das bebidas apreendidas e muito menos houve “autos de apreensão”.

 

Entretanto, Freitas refere que as equipas de inspecção notaram, durante as suas actividades, que os agentes económicos estão a acatar as orientações definidas pelo Governo, o que ajuda a reduzir o risco de contaminação e propagação da Covid-19.

 

Takdir sem data para reabrir

 

Quanto à “imundice” desvendada no Restaurante Takdir, na baixa da cidade de Maputo, a Inspectora-Geral da INAE avançou ainda não haver datas para a reabertura daquele local, visto que o mesmo precisa de intervenções de raiz: do chão ao telhado, para além de uma nova inspecção que deverá ser solicitada junto da INAE. (Marta Afonso)

A Direcção Nacional de Identificação Civil (DNIC) revelou, esta terça-feira, não ter alcançado a meta definida para o ano de 2020. Segundo o porta-voz da instituição, Alberto Sumbana, em 2020, a DNIC apenas conseguiu cumprir 80% do planificado, devido à interrupção dos serviços de identificação civil por causa do novo coronavírus. Lembre-se que os serviços de identificação civil estiveram encerrados mais de 120 dias, no âmbito do Estado de Emergência, decretado para conter a propagação do vírus.

 

Dados partilhados por Alberto Sumbana indicam que, em 2020, foram pedidos 631 mil Bilhetes de Identidade (731 mil incluindo os que transitaram de 2019), contra 941 mil pedidos em 2019. “No ano findo, tínhamos programado cerca de 900 mil BI, mas, por conta do encerramento dos serviços por quase cinco meses, foram emitidos apenas 731 mil, correspondente a menos de 20% em relação ao que tinha sido planificado”, explica.

 

Em relação à entrega do documento de identificação, Sumbana garantiu que foram entregues cerca de 633 mil BI, o que corresponde a cerca de 17% em relação ao que foi produzido. A maioria vai para a cidade de Maputo com pouco mais de 420 mil produzidos, seguido das províncias de Gaza e Maputo.

 

No que se refere às infracções, a DNIC instruiu 11 processos disciplinares (cinco em Nampula, quatro em Manica, um na cidade de Maputo e outro na Direcção Nacional), envolvendo pessoal da instituição, por cobranças ilícitas, assim como o não cumprimento das medidas orientadoras para emissão de BI. Também foram detidos 12 cidadãos por falsificação dos documentos de identificação. (Marta Afonso)