A pandemia do novo coronavírus continua a fazer vítimas mortais, na República de Moçambique. Este domingo, o Ministério da Saúde (MISAU) anunciou a morte de oito pessoas, subindo para 305, o total de vítimas mortais causadas pela Covid-19.
De acordo com o MISAU, quatro vítimas mortais são do sexo masculino e os restantes são do sexo feminino, cujas idades variam entre 28 e 66 anos de idade. Destes, um óbito foi declarado na passada sexta-feira, 22 de Janeiro; seis no sábado; e o último foi confirmado neste domingo.
Paralelamente, as autoridades da saúde anunciaram mais 790 infectados pelo novo coronavírus, elevando para 32.418, o total de casos registados desde 22 de Março de 2020. Os novos casos foram registados na cidade de Maputo (273) e nas províncias de Maputo (60), Gaza (71), Inhambane (258), Sofala (18), Manica (um), Tete (36), Zambézia (61) e Niassa (12).
Quanto aos internamentos, o MISAU reporta a hospitalização de mais 25 pessoas, contra 12 que tiveram altas, pelo que 232 pacientes se encontram hospitalizados, dos quais 78.9% encontram-se na capital do país.
Entretanto, mais 556 pacientes recuperaram da doença, no país, subindo para 20.558, o cumulativo de pessoas que estão curadas da doença. Neste momento, 11.551 estão infectados pelo novo coronavírus. (Marta Afonso)
Um rastro de destruição é o que deixou o Ciclone Tropical “Eloise”, que este sábado, 23, chegou à costa de Sofala, com epicentro no distrito de Buzi. Com ventos de cerca de 120 Km/h e rajadas até 150 Km/h, acompanhados de chuvas fortes de mais 200 mm, o ciclone tropical afectou as províncias da Zambézia, Sofala, Manica e Inhambane.
Dados preliminares divulgados este domingo, pelo Instituto Nacional de Gestão de Risco de Desastres (INGD), fazem prova dos estragos, por esta (tempestade), causados. Infra-estruturas públicas e privadas não resistiram à força dos ventos e das águas e sucumbiram, tendo matado quatro pessoas na cidade da Beira, segundo o Edil daquela cidade, Daviz Simango.
Concretamente, a tempestade tropical “Eloise” afectou 32.660 agregados familiares e 163.283 pessoas. O INGD aponta, no seu balanço preliminar, para o registo de 12 feridos. Ainda contabiliza a destruição parcial de 3.343 casas e, na totalidade, de 1.069, para além de que 1.500 casas estavam inundadas; 11 unidades sanitárias haviam sido afectadas; 17 salas de aulas parcialmente destruídas e outras nove na totalidade; quatro estradas interrompidas; 136.755 hectares inundados; e seis postes de energia eléctrica deitados a baixo.
O ciclone tropical “Eloise” provocou, de acordo com o INGD, 6.859 deslocados. Nas últimas 48 horas, aponta a instituição, foram evacuadas 4.246 pessoas.
Na divisão das pessoas afectadas pelo “Eloise”, por províncias, Sofala registou 162.305; Zambézia 772; Inhambane 440; e Manica 91. Ainda na província de Sofala, destaca-se também o facto de terem afundado embarcações no Porto da Beira e na Bacia do Rio Buzi.
Ao todo, o INGD refere que tem, em funcionamento, 21 centros de acomodação, sendo 19 em Sofala e os restantes dois em Manica. Os centros de acomodação da província de Sofala contam com 6.768 pessoas e os de Manica com 91.
O INGD aponta, igualmente, que decorrem, neste momento, a monitoria e avaliação dos danos; a assistência humanitária aos afectados; acções de sensibilização da população e mobilização de recursos.
De acordo com previsões, o “Eloise” deverá continuar a deslocar-se para o interior, trazendo chuvas fortes para o sul do Zimbabwe, para o norte África do Sul e para o extremo leste do Botswana. (Carta)
A Montepuez Ruby Mining (MRM) anunciou, esta quinta-feira, em comunicado de imprensa, a morte de dois garimpeiros ilegais, vítimas de soterramento, registadas na última semana na área concessionada àquela mineradora. A primeira vítima mortal ocorreu na noite do passado domingo (17 de Janeiro) e a segunda registou-se nesta quarta-feira (20 de Janeiro).
De acordo com a empresa, a segunda vítima mortal é um jovem de 20 anos de idade, residente em Namanhumbir, distrito de Montepuez, província de Cabo Delgado, enquanto a primeira desconhece-se a sua proveniência e muito menos a sua identidade.
Segundo a MRM, o crescente número de incidentes, ataques e fatalidades, envolvendo mineiros ilegais na sua concessão, constitui uma grande preocupação para a empresa e para as comunidades locais. A fonte refere que, em 2020, 25 pessoas perderam a vida ao empreenderem actividades mineiras ilegais sem segurança dentro da sua concessão, também vítimas de deslizamento de terra. (Carta)
Tudo indica que o país poderá testemunhar a passagem de um novo ciclone tropical e a província de Sofala poderá ser o principal alvo, um mês depois de o ciclone tropical “Chalane” ter atingido aquela região do país, tendo matado quatro pessoas e afectado um total de 3.600 pessoas, para além da destruição de diversas infra-estruturas económicas e sociais.
Um aviso do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), emitido na manhã desta quinta-feira, indica que a tempestade tropical moderada “Eloise” já entrou no Canal de Moçambique e desloca-se em direcção à província de Sofala, podendo intensificar-se e atingir o estágio de “Ciclone Tropical de categoria 3”.
De acordo com os serviços meteorológicos, a previsão é que a tempestade entre na costa moçambicana, através dos distritos de Muanza e Machanga, no próximo dia 23 de Janeiro (sábado), com ventos de 150 Km/h e rajadas até 170 Km/h.
Segundo o INAM, os efeitos da tempestade “Eloise” já se fazem sentir ao longo dos distritos costeiros das províncias de Cabo Delgado, Nampula e Zambézia. Aliás, o INAM prevê a ocorrência de chuvas acima de 200 mm/24h, acompanhadas de trovoadas em todos os distritos da província de Sofala e em alguns distritos das províncias de Inhambane (Govuro, Inhassoro, Vilankulo, Mabote e Arquipélago do Bazaruto) e Manica (Machaze, Macate, Sussundenga e Mussorize).
Prevê-se ainda a ocorrência de chuvas acima de 100 mm/24h, acompanhadas de trovoadas em alguns distritos das províncias Manica (Gondola, Vanduzi, Manica, Báruè, Macossa, Guro, Tambara e Chimoio), Zambézia (Chinde, Luabo, Mopeia, Inhassunge, Morrumbala, Nicoadala e Quelimane), Inhambane (Massinga, Mabote e Funhalouro) e Gaza (Massangena, Mapai, Chicualacuala e Chigubo). (Carta)
Três pessoas morreram após um ataque armado contra uma viatura com passageiros e mercadorias em Pundanhar, Cabo Delgado, na terça-feira, disseram hoje à Lusa fontes locais, assinalando ser a segunda incursão na mesma estrada em poucos dias.
A viatura de caixa aberta fazia o trajeto de 200 quilómetros pela estrada de terra batida entre Mueda e Palma, vila dos projetos de gás natural, e transportava bidões de gasolina para comercialização.
Três corpos ficaram no local onde a viatura foi queimada, a menos de 50 quilómetros de Palma, enquanto outros ocupantes fugiram, segundo testemunhas.
No sábado, na mesma via, pelos menos seis pessoas morreram e outras desapareceram, incluindo uma criança, depois de um ataque a três viaturas de uma caravana de cinco, levando passageiros e mercadorias com destino a Palma, referiram as mesmas fontes locais.
Uma das viaturas e respetiva carga foi roubada pelos agressores, enquanto as outras duas foram queimadas.
Localizada no extremo norte de Moçambique, encostada à Tanzânia, aquela tem sido a única via terrestre usada para ligar Palma ao resto do país, depois de a estrada principal - a única asfaltada, que passa por Mocímboa da Praia e Macomia - ter sido abandonada devido ao aumento de ataques e movimentação de rebeldes em 2020.
Mesmo assim, depois do ataque de terça-feira, mais nenhum veículo voltou a circular por aquela estrada que passa por Pundanhar e Nangade, relatam residentes de Palma.
Ataques semelhantes já tinham ocorrido na mesma via em dezembro e setembro de 2020.(Lusa)