Treze camiões carregados de madeira abatida ilegalmente foram apreendidos nesta segunda-feira, no Posto de Fiscalização da balança, no distrito de Dondo, província de Sofala. De acordo com as autoridades florestais, a madeira é oriunda das províncias de Manica e Zambézia.
Segundo Domingos Cuinda, Chefe da Fiscalização no Sector de Florestas e Fauna Bravia em Sofala, a madeira apreendida tinha como destino os estaleiros sediados na cidade da Beira, capital provincial de Sofala, onde seria armazenada, organizada e exportada para os principais compradores baseados no continente asiático, em especial na República Popular da China.
Domingos Cuinda afirmou que todas as apreensões ocorreram no período da noite e que ocorreram devido ao reforço da fiscalização. Na sua intervenção, a fonte avançou que esta é a segunda apreensão de madeira ilegal no período de 15 dias.
Segundo o Chefe da Fiscalização no Sector de Florestas e Fauna Bravia em Sofala, nos últimos 15 dias foram apreendidos cerca de 300 metros cúbicos de espécies de madeira cortada ilegalmente nas províncias de Sofala, Manica e Zambézia, correspondente a 50 contentores de madeira até ao momento armazenada, cujos valores de exportação não se iriam reflectir nos cofres do Estado moçambicano. (Carta)
As autoridades detiveram na segunda-feira dois jornalistas na província de Sofala, centro do país, indiciados no crime de corrupção passiva, informou ontem o Gabinete de Combate à Corrupção na província. Segundo Anastácio Matsinhe, porta-voz do Gabinete de Combate à Corrupção na província, trata-se de Arsénio Sebastião, correspondente da Deutsche Welle (DW), e de Jorge Malangaze, um 'freelancer', acusados de terem recebido subornos para não publicarem uma matéria relacionada à violação das regras do estado de emergência num estabelecimento hoteleiro em Sofala.
"Eles contactaram o proprietário do estabelecimento e cobraram valores monetários para que não fossem exibidas as peças feitas sobre o estabelecimento, e o proprietário fez uma denúncia ao gabinete. Trata-se um crime de corrupção passiva para ato ilícito", disse Anastácio Matsinhe.
Os dois repórteres teriam fotografado e filmado o estabelecimento "abarrotado e com pessoas a consumir álcool durante a noite", violando as regras do estado de emergência, segundo Arsénio Sebastião, correspondente da DW e um dos indiciados.
Os jornalistas foram pedir esclarecimentos à gerente do estabelecimento, que recomendou que falassem com o proprietário: Manuel Ramissane, um deputado da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.
De acordo com o porta-voz do Gabinete de Combate à Corrupção em Sofala, os repórteres chantagearam Manuel Ramissane, que foi alegadamente orientado pelas autoridades a fingir que aceitava subornar os dois para evitar a divulgação do material.
Os jornalistas terão recebido cinco mil meticais (63 euros) e foram detidos em flagrante, segundo o porta-voz do Gabinete de Combate à Corrupção em Sofala.
Falando à comunicação social a partir do posto policial onde está detido, o correspondente da DW afirmou que foi o proprietário do estabelecimento quem tomou a iniciativa, considerando ter sido alvo de uma "emboscada".
"Ele meteu a mão no bolso e entregou-nos o valor para que não publicássemos a informação. Aceitamos pensando que era o ‘Nelinho’ de antes e de repente, à saída, apareceram 12 agentes", declarou o jornalista, aludindo conhecer o proprietário do estabelecimento. Moçambique vive em estado de emergência desde 01 de abril, tendo sido prorrogado por duas vezes, até 29 de junho.
Durante esse período, o país vive com várias restrições: todas as escolas estão encerradas, espaços de diversão e lazer também estão fechados, estão proibidos todo o tipo de eventos e de aglomerações, recomendando-se à população que fique em casa, se não tiver motivos de trabalho ou outros essenciais para tratar. (Lusa)
O novo coronavírus continua a não dar tréguas no país e, de segunda para terça-feira, voltou a registar mais 20 casos, aumentando para 453, o número total de casos positivos de infecção pelo novo coronavírus.
Segundo a Directora Nacional da Saúde Pública, Rosa Marlene, os novos casos resultaram da testagem de 610 amostras. Os 20 infectados são todos moçambicanos e o seu diagnóstico resulta da vigilância activa nas unidades sanitárias e do rastreio de contactos. Destes, 10 estão na província de Nampula, sete na província de Maputo e três na cidade de Maputo. Dos 20 infectados, 18 são do sexo masculino. Também há registo de existência de três menores de 14 anos de idade. Todos se encontram em isolamento domiciliar.
Na conferência de imprensa desta terça-feira, Marlene anunciou também o internamento de mais duas pessoas na província de Nampula, subindo para seis o número total de internados naquela província do norte do país, em 48 horas. Recorde-se que, de domingo para segunda-feira, as autoridades sanitárias internaram quatro pessoas naquele ponto do país.
Entretanto, a Directora Nacional de Saúde Pública informou que o país registou mais cinco recuperados, dos quais quatro moçambicanos e um indiano. Entre os recuperados, disse Marlene, está o cidadão moçambicano que se encontrava internado na província de Inhambane e que já teve alta.
Com 138 recuperados da Covid-19 e dois óbitos, o país conta com 312 casos activos, tendo em conta que se registou a morte de outro cidadão que tinha testado positivo para a doença, mas que perdeu a vida devido a outras patologias. (Marta Afonso)
Foram necessárias duas semanas para que o país saísse da 35ª posição para 20ª posição, na lista dos países, cujo novo coronavírus se propaga com muita facilidade. O facto, segundo o Director-Geral Adjunto do Instituto Nacional de Saúde (INS), Eduardo Samo Gudo, é que Moçambique está com uma média de 13 dias para duplicar os casos, diferentemente da média mundial que é de mais de um mês para duplicar os casos.
“Na última semana epidemiológica do mês de Maio, o país tinha o registo de sete casos por milhão de habitantes e até ao dia cinco do mês corrente, Moçambique já contava com 11 casos por milhão de habitantes, o que revela um avanço importante em termos de número de casos, mostrando um progresso rápido da epidemia”, explicou a fonte.
Samo Gudo abordou ainda o perfil da evolução clínica dos doentes, tendo dito que 31% dos indivíduos que adquiriram a infecção estão totalmente recuperados, uma proporção significativa, porém, 51% dos casos diagnosticados até aqui são resultantes da vigilância activa nas unidades sanitárias.
No que tange à situação de Cabo Delgado, em particular da Península de Afungi, distrito de Palma, província de Nampula, Samo Gudo referiu que o local já concluiu todas as etapas e, neste momento, encontra-se em condições para retomar as suas actividades, sendo que existe apenas um indivíduo positivo que nos próximos dias poderá ser declarado curado. (Marta Afonso)
A Polícia da República de Moçambique (PRM) abateu, por volta das 17:00 horas desta segunda-feira, quatro supostos “meliantes cadastrados”. O “abate” teve lugar na avenida 10 de Novembro, na capital do país.
Segundo o porta-voz da PRM, a nível da cidade de Maputo, Leonel Muchina, os meliantes faziam-se transportar em duas viaturas, tendo sido possível interceptar uma viatura. Os meliantes, afirma Muchina, terão sido abatidos depois de uma troca de tiros (mais de 20) entre estes e a Polícia, embora as imagens exibidas pela STV ilustrem um sinal de queima de arquivo que troca de tiros.
À STV, Leonel Muchina afirmou que a operação ocorreu, devido a uma denúncia de informantes da polícia de que “o grupo em questão dirigia-se naquele preciso momento para mais um furto à mão-armada em residência alheia”. Acrescenta que foram monitorados pela Polícia, razão pela qual, após chegar ao local, os criminosos começaram a disparar contra elementos da PRM presentes posicionados naquela avenida. Por isso, assegura a fonte, a acção da Polícia ocorreu em resposta aos disparos do grupo. Refere ainda ter-se recuperado três armas de fogo, das quais uma AK 47.
O porta-voz assegurou que a outra viatura, em que seguiam outros elementos do grupo, conseguiu escapar, porém, foi iniciada uma investigação para se chegar aos outros membros do grupo. Assegura ainda que, apesar do abate dos quatro supostos meliantes, a PRM irá prosseguir com as investigações com o intuito de perceber todos os caminhos que culminaram com o cenário vivido na noite de ontem.
De salientar que é mais uma situação de morte a tiros a ser verificado na capital do país, este ano. Lembre-se que, em princípios de Março, agentes da Polícia foram metralhados na avenida 24 de Julho, na capital do país, numa semana em que outros foram assassinados em outras áreas da capital do país. Todos os casos ainda não foram resolvidos. (O.O.)
Desde sábado último, 06 de Junho, que a província de Nampula é considerada a primeira em fase de contaminação comunitária do novo coronavírus, segundo o Ministro da Saúde, Armindo Tiago. O facto é que, desde o diagnóstico dos primeiros três casos de infecção pelo vírus, no passado dia 24 de Maio, a província já registou um total de 126 casos positivos, sendo que todos ainda estão activos.
Neste domingo, as autoridades da saúde anunciaram mais 11 casos provenientes da província de Nampula, dos 15 diagnosticados de sábado para domingo, de um total de 612 amostras. Os outros quatro casos são da cidade de Maputo e todos são profissionais da saúde. No total, o país já diagnosticou 424 infectados, sendo que 391 casos são de transmissão local e 33 importados.
Segundo a Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, a província de Nampula está, neste momento, a apresentar uma mudança no perfil demográfico, sendo que a proporção dos casos em crianças de zero aos nove anos de idade e em indivíduos com idade superior a 60 anos é duas vezes maior à média nacional e 75% dos casos detectados são sintomáticos, contrariando a tendência inicial apresentada pelas outras províncias.
“A evolução epidemiológica da cidade de Nampula é bastante preocupante, visto que a mesma tende a progredir de uma forma bastante rápida, o que contribuiu bastante para se classificar como transmissão comunitária, atendendo e considerando que não são conhecidos os focos de transmissão”, referiu.
Marlene afirma que os novos casos também resultam da vigilância activa e do rastreio de contactos e que todos são de nacionalidade moçambicana, sendo que nove são do sexo feminino e seis são do sexo masculino.
A Directora Nacional de Saúde Pública avançou ainda que o país conta, neste momento, com três pacientes internados, dos quais dois estão na província de Nampula e um na província de Inhambane. Refira-se que Nampula, tal como Cabo Delgado, já registou óbitos devido à doença. Por sua vez, a província de Inhambane registou mais um caso totalmente recuperado, tratando-se de um indivíduo de nacionalidade moçambicana, com idade superior a 25 anos, subindo para 127, o total de recuperados.
Referir que os casos de Covid-19 estão distribuídos da seguinte forma: Cabo Delgado com 163 (80 recuperados); Nampula com 126; Cidade de Maputo com 67 casos (24 recuperados); Província de Maputo com 34 casos (21 recuperados); Sofala com 12 casos; Tete com cinco; Niassa também com cinco casos; Inhambane quatro; Gaza e Manica três casos; e Zambézia dois casos. (Marta Afonso)