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Mais quatro cidadãos ligados ao caso da Total acusaram positivo para o novo coronavírus, elevando para 39 os casos detectados em Moçambique. A informação foi tornada pública, este domingo, pelo Ministério da Saúde (MISAU), durante o seu habitual briefing de actualização diária de dados sobre a Covid-19 no país e no mundo.

 

De acordo com a Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, de sábado para domingo foram testadas, no país, 85 pessoas suspeitas de ter Covid-19, mas 81 revelaram-se negativas para a doença. Neste momento, o país conta com 31 casos de transmissão local e oito importados.

 

Segundo o MISAU, os novos casos positivos resultam das investigações em curso na província de Cabo Delgado, em particular na Península de Afungi (distrito de Palma) e Pemba, na província de Cabo Delgado. Assim, o primeiro caso positivo é de um indivíduo do sexo masculino, de nacionalidade moçambicana, com mais de 40 anos de idade. O segundo é de um indivíduo do sexo masculino, nacionalidade sul-africana, com mais de 30 anos, residente na cidade de Pemba. O terceiro caso é de um indivíduo também do sexo masculino, com pouco mais de 40 anos de idade, que se encontra no Acampamento da Total, em Afungi. O quarto e último caso é de um indivíduo de sexo masculino, de nacionalidade norte-americana, com mais de 40 anos de idade e registou-se também na cidade de Pemba.

 

Segundo Marlene, todos os pacientes encontram-se em isolamento domiciliar, visto que não apresentam nenhuma sintomatologia. Entretanto, lembrou que os indivíduos que padecem de doenças crónicas corem maiores riscos de contrair a infecção por coronavírus, daí que o sector da saúde tomou a medida de reduzir as idas ao hospital, deste grupo, para evitar ao máximo a exposição à doença.

 

No entanto, a Directora Nacional de Saúde Pública revelou ainda que, de sábado para domingo, o país registou mais quatro casos recuperados, totalizando oito indivíduos curados da Covid-19. Destes, seis são mulheres e dois são homens. (Marta Afonso)

O Ministro da Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Osvaldo Machatine, disse, na última quinta-feira, no parlamento, que ainda no presente semestre será tornado público o relatório de auditoria referente à ajuda recebida na sequência dos ciclones Idai e Kenneth.

 

A elaboração do relatório de auditória, segundo Machatine, esteve a cargo da firma de auditoria e consultoria KPMG Auditoria e Consultores, SA. Machatine assegurou que a auditoria (que compreende a primeira fase – Janeiro a Março) já foi concluída e o respectivo relatório será tornado público.

 

O governante avançou que, em breve, arranca a segunda fase da auditoria aos apoios recebidos na sequência daquelas calamidades naturais, que fustigaram a região centro e a província de Cabo Delgado, região norte do país.

 

“Logo a seguir ao Idai, tivemos um comando do Presidente da República, segundo o qual devíamos publicar todos os apoios e este esforço foi feito pelo Instituto Nacional de Gestão das Calamidades, através dos órgãos de comunicação social. Mas, mais do que essa publicação, também houve instrução para que se auditasse todos os apoios canalizados após estes ciclones e a empresa KPMG terminou a primeira fase dessa auditoria que vai de Janeiro até Junho e que vai ser publicada”, disse Osvaldo Machatine.

 

E porque o programa de reconstrução pós-ciclone foi outro tópico levantado pelos deputados da oposição, Machatine viu-se na obrigação de dar o ponto da situação, no que ao andamento diz respeito. O Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos disse que tinham já disponíveis para o presente ano 193 milhões de USD para o processo de reconstrução.

 

Dos 193 milhões de USD, detalhou Osvaldo Machatine, 138 milhões de USD serão aplicados em infra-estruturas económicas e sociais e 46 milhões de USD para a recuperação económica e social.

 

Até ao momento, no âmbito da reconstrução, Machatine fez saber ainda que foram reabilitadas 450 salas de aulas, 4.000 quilómetros estradas, 39 centros de saúde, dois hospitais e foram, igualmente, aprovisionados insumos e sementes para 120 famílias. (I. Bata)

A detenção em Maputo de Gilberto Aparecido Dos Santos, conhecido nos meandros do crime organizado transnacional por Fuminho, é vista em alguns corredores da opinião pública e da investigação como uma oportunidade para se destapar o véu que encobre vários negócios obscuros, e alguns “legalizados” pelos chamados “testas-de-ferro”, que actuam há décadas em Moçambique.

 

Informações colhidas pela nossa reportagem junto de um quadro sénior envolvido na mega-operação que desmascarou Fuminho (e os seus comparsas nigerianos) dão conta que o rastreio do património do temível barão da droga brasileiro pode ser difícil, mas é possível.

 

Aliás, Elvis Secco, delegado da Polícia Federal do Brasil, disse à imprensa daquele país que o grande objectivo da operação, após a detenção do narcotraficante, é confiscar todas as propriedades por si adquiridas.

 

No levantamento feito junto das autoridades envolvidas na investigação, “Carta” apurou que no bairro 25 de Junho em Maputo – mais concretamente na casa 26 da rua 10, Quarteirão 10 – funciona uma empresa denominada Chaboli Importação e Exportação, detentora do alvará 6798/11/01/RT 2016, que supostamente estaria a ser usada por brasileiros e nigerianos no transporte de cocaína para diversos países, sendo que os cidadãos Kenneth Chiedu Kodilinye e Josiana Cristina Kodilinye são quem desenvolvem as referidas actividades.

 

Entretanto, os proprietários da supracitada empresa encontram-se a residir no High Gate Village, em Joanesburgo, e não em Moçambique. Aliás, a família Kodilinye tem antecedentes criminais no Brasil, embora, oficialmente, esteja a residir na África do Sul há décadas.

 

Sabe-se que, na terra do Rand, Fuminho colaborava com um cidadão turco (nascido na Alemanha) de nome Demir Hassan, em nome do qual não existe, até ao momento, qualquer mandado de prisão.

 

 

Refira-se que Fuminho chegou à África vindo da Bolívia, com um passaporte emitido pelo consulado brasileiro naquele país com o nome de Luiz Gomes de Jesus. O seu visto (com o número 7847934) foi alegadamente emitido no Pará, a 10 de Dezembro de 2015. Teve entradas na Argentina e, posteriormente, na África do Sul.

 

De acordo com a fonte da “Carta”, o bloco em que Fuminho se encontrava hospedado, na área restrita do luxuoso Hotel Montebelo, em Maputo, onde também se encontram hospedados alguns ministros do governo moçambicano desde Janeiro do presente ano (cujos nomes preferimos omitir), foi arrendado por dois cidadãos de nacionalidade nigeriana, sendo que um deles responde pelo nome de Chinedu Obineche – provavelmente um nome falso, de acordo com a nossa fonte.

 

Ainda de acordo com a mesma fonte, acredita-se que “Fuminho” tenha vários negócios com certos grupos de narcotráfico que actuam no território nacional e em outros países vizinhos.

 

Entretanto, esta terça-feira (14) o narcotraficante foi ouvido, na 8ª Esquadra, situada no Porto de Maputo. Na ocasião, não prestou qualquer declaração à imprensa, remetendo quaisquer informações para o seu advogado.

 

A prisão de Fuminho foi legalizada esta quarta-feira, em Maputo, e, posteriormente, aguardará pelos passos subsequentes, no Estabelecimento Penitenciário de Máxima Segurança (EPMS) vulgo B.O.

 

Não obstante, apesar das detenções de Fuminho, de um outro famigerado barão internacional da droga, de umas tantas embarcações transportando droga na costa moçambicana (em Dezembro de 2019) e dos diferentes relatórios que apresentam Moçambique como um corredor da droga, Leonardo Simbine, porta-voz do SERNIC, não reconhece essa realidade. (Carta)

sexta-feira, 17 abril 2020 03:24

Covid-19: Números já apontam para 31 casos

Uma semana depois de ter sido registado o primeiro caso de coronavírus de um cidadão que se encontrava a prestar serviços no Acampamento da Total, na Península de Afungi, no distrito de Palma, província de Cabo Delgado, os números de infectados ligados aos contactos deste caso não param de subir.

 

Esta quinta-feira, o Ministério da Saúde anunciou mais dois casos, de indivíduos provenientes de Afungi, totalizando 31, o número de casos de Covid-19, em Moçambique, sendo oito importados e 23 casos de transmissão local.

 

Os dois casos resultam de 62 testes realizados nas últimas 24 horas pelo Instituto Nacional de Saúde (INS), dos quais 60 deram negativo. Até aqui, o país já realizou 855 testes de suspeitos de Covid-19. Dos 31 casos positivos, dois já foram curados, mas ainda se encontram em seguimento pelas autoridades de saúde.

 

Segundo o Director-Geral Adjunto do INS, Eduardo Samo Gudo, trata-se, primeiro, de um indivíduo do sexo masculino, de nacionalidade sul-africana e com mais de 30 anos de idade, que regressou recentemente de Afungi. O outro indivíduo é do sexo feminino, com mais de 60 anos de idade, sendo de nacionalidade italiana e que também regressou há poucos dias de Afungi, província de Cabo Delgado.

 

De acordo com Samo Gudo, as investigações que decorrem na província de Cabo Delgado continuam e esta quinta-feira chegaram mais 27 amostras, cujos resultados serão conhecidos ainda esta semana.

 

“Neste momento, temos 72 contactos do caso de Cabo Delgado em acompanhamento, sendo 40 na cidade de Maputo e 32 na província de Cabo Delgado e estamos a rastrear a rede de contacto que tenha viajado com estes dois novos casos”, referiu. (Marta Afonso)

 

A África do Sul com 27 óbitos lidera a lista de mortes. O país confirmou 2.272 casos do novo coronavírus. As autoridades sul-africanas decretaram o “lockdown” prorrogado até finais do mês. A Tanzânia, no norte de Moçambique, conta com três mortos e 49 casos. Zimbabwe soma três óbitos e 14 casos, enquanto a Zâmbia registou 40 casos e dois óbitos.

 

O governo zimbabueano declarou a crise da Covid-19 um “desastre nacional”, uma medida que permitiu orientar recursos do Estado para combater a pandemia, usar regulamentos de emergência e reforçar o pessoal da saúde.

 

O bloqueio nacional de 21 dias iniciou no passado dia 30 de Março. A medida visa retardar a disseminação da Covid-19 e impõe a cessação de todas as actividades públicas, incluindo a maioria das empresas, à excepção de determinados fornecedores de alimentos e combustíveis, bem como instituições sanitárias e outros serviços essenciais.

 

O bloqueio deverá terminar a 19 de Abril e o Presidente Emmerson Mnangagwa está a inspeccionar, pessoalmente, nas ruas e noutros locais, através de visitas-surpresa, com uma escolta estritamente reduzida, o cumprimento rigoroso do isolamento social. As fronteiras do Zimbabwe também estão fechadas, excepto para o retorno de nacionais e para carga.

 

Zâmbia com cerca de um milhão de crianças sem refeições

 

Como consequência do encerramento de escolas para reduzir o risco de alunos e professores contraírem o mortífero coronavírus, 1,2 milhão de crianças de famílias vulneráveis ficaram privadas de refeições gratuitas. De acordo com a SAVE the Children, com escolas fechadas, cerca de 1.250.000 crianças, em mais de 40 distritos, não têm mais acesso às refeições gratuitas a que têm direito durante as aulas.

 

Malawi tem 16 casos e dois óbitos em dez dias e a qualquer momento poderá impor o isolamento social. Só esta segunda-feira foram diagnosticados três casos. Até agora não há nenhum caso recuperado. Desde o início da pandemia, 6.804 viajantes de países de alto risco entraram no Malawi.

 

O país poderá impor o bloqueio total o mais tardar até quinta-feira, numa tentativa de estancar a rápida propagação do novo coronavírus. Enquanto isso, um cidadão chinês foi deportado do Malawi após recusar quarentena.

 

E-Swatine, com quinze casos do novo coronavírus, ainda não registou nenhum óbito, tal como Moçambique. São 28 pessoas infectadas pela Covid-19 em Moçambique, informou ontem, a Directora Nacional da Saúde Pública, Rosa Marlene.

 

Segundo informação do Ministério da Saúde, dos 28 casos, 20 são de transmissão local e oito importados, contando-se dois casos recuperados. Moçambique decretou Estado de Emergência até final do mês.

quinta-feira, 16 abril 2020 07:34

Covid-19: Confirmado o 29º caso

No dia em que Moçambique assinalava o seu 15º dia de Estado de Emergência, decretado como medida para conter a propagação da Covid-19, pandemia que já infectou mais de 2 milhões de pessoas, em todo o mundo, o Ministério da Saúde (MISAU) informava ter detectado o 29º caso no território nacional, sendo o 20º a ser registado neste período de emergência e o 21º de transmissão local.

 

Este caso resulta dos 31 testes efectuados de terça para quarta-feira, dos quais 30 deram negativos para esta doença. No total, o país já submeteu ao teste do novo coronavírus um total de 793 pessoas, sendo que, dos 29 casos positivos, dois encontram-se completamente recuperados. Ainda não há registo de nenhum internado, devido à pandemia.

 

Segundo o Director-Geral Adjunto do Instituto Nacional de Saúde, Eduardo Samo Gudo, o caso detectado nas últimas 24 horas está relacionado ao primeiro caso identificado em Cabo Delgado, tratando-se, desta vez, de um indivíduo do sexo masculino (moçambicano), com mais de 30 anos de idade e que se encontra na cidade de Maputo.

 

“Dos 29 casos até hoje identificados no país, 15 encontram-se na cidade de Maputo e 14 na província de Cabo Delgado (12 no acampamento da Total, em Afungi, e dois em Pemba)”, disse Samo Gudo, sublinhando já serem 18 o total de casos relacionados ao primeiro caso identificado na província de Cabo Delgado.

 

Segundo Samo Gudo, ainda continuam as acções de testagem dos contactos, na província de Cabo Delgado, e ontem (quarta-feira) chegou um outro lote não especificado de amostras, que serão testados e cujos resultados serão conhecidos nos próximos dias. (Marta Afonso)