Depois de quase um mês a registarmos um aumento galopante no número de infecções, o país começou também a registar um número maior de recuperados. Só nos últimos sete dias, as autoridades da saúde anunciaram a recuperação de 15 pessoas infectadas pela Covid-19.
Foi na passada sexta-feira, 01 de Maio, que o Ministério da Saúde (MISAU) anunciou a existência de um 10º caso recuperado no país e, no dia seguinte, 02 de Maio, anunciou a recuperação de mais oito pessoas, tendo subido para 18, o número total de recuperados no território nacional. No dia 03 de Maio, voltaram a anunciar mais um caso e, na passada quarta-feira, foram anunciados mais dois casos recuperados, tendo subido para 21. Já esta quinta-feira, foram anunciados mais três casos recuperados, tendo totalizado 15 pacientes o número de recuperados desde que o mês do trabalhador iniciou. Ao todo, são 24 pessoas que recuperaram da doença, havendo, neste momento, 57 casos activos.
De acordo com a Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, os novos recuperados da Covid-19 estão na cidade de Maputo (dois) e na província de Cabo Delgado (um). A fonte acrescentou que nenhum dos três novos curados apresentou sintomas.
Marlene referiu ainda que desde terça-feira que o país não regista novos casos de infecção, mantendo-se com os anteriores 81 casos detectados, desde o passado dia 22 de Março. De quarta para quinta-feira, o Laboratório do Instituto Nacional de Saúde (INS) testou 147 novos casos suspeitos, mas todos se revelaram negativos para a Covid-19. No total, 3188 pessoas já foram submetidas ao teste de Covid-19, no território nacional.
“Dos novos testados, cinco são da província de Niassa, 64 da província de Cabo Delgado, 12 da província de Manica, seis de Sofala, 20 da província de Maputo e 40 são da cidade de Maputo”, detalhou Marlene.
Questionada sobre a falta de testagem dos passageiros que desembarcaram, recentemente, do voo da companhia aérea etíope Ethiopian Airlines, a Directora Nacional de Saúde Pública explicou: “a testagem estava prevista sim, o que aconteceu é que houve falha na comunicação do horário da chegada de voo e, quando este chegou, as equipes de terra não estavam organizadas. Mas, neste momento, estamos a trabalhar com a própria companhia aérea para a localização dos passageiros e já encontramos a maior parte e estão a ser testados e para aqueles que foram às províncias, estamos a fazer esforços para encontra-los”. (Carta)
A polícia moçambicana deteve 899 pessoas pelo crime de desobediência durante o estado de emergência em curso no país, devido ao novo coronavírus, anunciou hoje a corporação.
A maior parte dos casos está relacionada com comerciantes e consumidores de bebidas alcoólicas detetados em locais públicos, disse o porta-voz da polícia moçambicana, Orlando Modumane, citado pela Rádio Moçambique.
Orlando Modumane admitiu, contudo, casos de excesso de zelo por parte das autoridades moçambicanas.
"Assumimos que houve algumas atuações esporádicas que configuraram excesso de zelo profissional por parte de alguns agentes, casos esses que foram rapidamente corrigidos e alguns indivíduos foram responsabilizados", disse Orlando Mudumane.
Segundo o responsável policial, no primeiro período do estado de emergência, que vigorou entre 01 e 30 de abril, foram detidas 869 pessoas e mais 30 neste segundo período, além da apreensão de 27 viaturas por violação das normas.
Moçambique vive em estado de emergência desde 01 de abril e até final de maio, com espaços de diversão e lazer encerrados, proibição de todo o tipo de eventos e de aglomerações, recomendando-se a toda a população que fique em casa, se não tiver motivos de trabalho ou outros essenciais para tratar.
Durante o mesmo período, há limitação de lotação nos transportes coletivos com obrigatoriedade do uso de máscaras faciais, as escolas estão encerradas e a emissão de vistos para entrar no país está suspensa.
O país conta com um total de 81 casos positivos de covid-19, sem vítimas mortais.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 263 mil mortos e infetou cerca de 3,7 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados.(Lusa)
Um mês depois de ter registado o oitavo caso importado, o país voltou a diagnosticar mais um caso positivo de Covid-19, desta vez proveniente de Portugal. Segundo a Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, o caso foi detectado entre as 215 pessoas (já não são 210, tal como foi avançado na passada segunda-feira) que seguiam a bordo no voo da Transportadora Aérea Portuguesa (TAP), que aterrou no último domingo, no Aeroporto Internacional de Maputo.
De acordo com a fonte, o novo paciente infectado pelo novo coronavírus é um moçambicano, de 46 anos de idade, encontrando-se em isolamento domiciliar na cidade de Maputo e não apresenta sintomatologia.
Falando esta terça-feira, em mais uma conferência de imprensa de actualização dos dados sobre a Covid-19 no país e no mundo, Rosa Marlene revelou que, de segunda para terça-feira, o Instituto Nacional de Saúde (INS) testou 259 amostras, sendo que 258 se revelaram negativas para esta pandemia.
Questionado como estava a ser feita a monitoria das pessoas que se encontram em quarentena, sobretudo os que regressaram recentemente de Portugal, uma vez que um dos passageiros que esteve no referido voo foi visto a circular nas ruas antes de cumprir os 14 dias obrigatórios, o Director Nacional para a Área de Inquéritos e Observação de Saúde, Sérgio Chicumbe, respondeu: “todos estão a ser acompanhados proactivamente. Agradecemos muito que a sociedade esteja atenta e a ajudar o MISAU a fazer o acompanhamento dos indivíduos. Nós acompanhamos o caso, através das redes sociais, contactamos as autoridades locais da saúde que estão a apurar a veracidade da situação e, se for necessário, haverá o reforço a impor a este indivíduo. Entretanto, neste momento, estamos a estudar a possibilidade de se fazer um novo teste para que sejam retirados da quarentena”.
“Carta” questionou ainda que tipos de testes são realizados aos pacientes suspeitos de Covid-19, ao que Chicumbe explicou que as autoridades da saúde recolhem as amostras, através de um material idêntico a um cotonete, que é introduzido no fundo do nariz e da garganta. Garantiu ainda que os testes realizados aos pacientes recuperados são excluídos das estatísticas sobre os novos suspeitos. (Marta Afonso)
Um empresário de origem indiana foi hoje raptado no centro da cidade de Chimoio, na província de Manica, quando seguia, na sua viatura, para a sua residência na rua Sussundenga, no centro da cidade de Chimoio.
Segundo Amélia Julião, que estava próximo do local, os raptores dispararam pelos menos 10 tiros para amedrontar o empresário, obrigando-o a abandonar o seu veículo.
"Eles obrigavam o empresário a abandonar a sua viatura para raptá-lo", disse à Lusa Amélia Julião.
Paulina Estevão, que vive na rua onde o rapto ocorreu e que presenciou o caso, contou à Lusa que "primeiro parecia uma briga" entre os raptores e a vítima.
"Depois de levá-lo para o carro deles, saíram em velocidade", acrescentou Paulina Estevão.
A Lusa contactou a Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, que remeteu esclarecimentos sobre o caso para quarta-feira.
O rapto de Yassin Answar é o sexto registado desde o início de 2020.
Na quinta-feira, outro empresário de origem indiana foi raptado na Matola, nos arredores de Maputo.
Rizwan Adatia, líder de um grupo comercial de grande dimensão e filantropo, circulava durante o dia numa via rápida, na zona do Bairro do Fomento, quando a sua viatura foi bloqueada junto a um semáforo pelos raptores, que lhe apontaram uma arma e o raptaram.(Lusa)
Raptado na passada quinta-feira, 30 de Abril, na cidade da Matola, capital da província de Maputo, os sequestradores do empresário e filantropo de nacionalidade indiana Rizwan Adatia ainda não entraram em contacto com a família. A informação foi avançada esta segunda-feira por Jesuarce Martins, Chefe do Departamento de Relações Públicas do Comando Provincial da República de Moçambique (PRM), em Maputo.
Segundo Martins, o sequestro foi protagonizado por quatro meliantes, que terão bloqueado a viatura da vítima e apontado arma, do tipo pistola, obrigando-a a sair da viatura e seguir na dos sequestradores.
O acto, que terá ocorrido por volta das 15:00 horas, quando o empresário saía de um dos seus estabelecimentos comerciais, vem abalando os cidadãos de origem indiana, que têm sido as maiores vítimas deste tipo de crime, que ganhou terreno, no nosso país, há quase 10 anos.
Entretanto, o Comando Provincial da PRM, em Maputo, diz que o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), a nível deste ponto do país, vem trabalhando arduamente no intuito de esclarecer o caso, embora os sequestradores ainda não tenham entrado em contacto com a família. A vítima, lembre-se, é patrono da Fundação que leva seu nome (Rizwan Adatia) e é líder do grupo COGEF e patrono de 35 supermercados grossistas (Cash&Carry), quatro unidades industriais, 190 lojas baseadas em nove países africanos e emprega pouco mais de 3.500 pessoas.
Importa salientar que, de Janeiro a esta parte, já foram sequestradas quatro pessoas, em Moçambique, e detidos cinco cidadãos, indiciados de sequestro de Shelton Lalgy, filho do empresário do ramo de transportes, Junaid Lalgy. (O.O.)
A medida prende-se com a escravização de moçambicanos e malawianos
O governo norte-americano alega que o tabaco produzido no Malawi se baseia em trabalho forçado e infantil, naquilo que é descrito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como escravatura moderna.
As estatísticas revelam que 38 por cento das crianças malawianas com idades compreendidas entre os cinco e dezassete anos de idade estão envolvidas em trabalho infantil.
Para além disso, um número não especificado de moçambicanos trabalha na indústria do tabaco e do chá, sobretudo no distrito malawiano de Mulange.
O boicote comercial dos Estados Unidos da América coloca em risco oito milhões de quilos de tabaco do Malawi destinados anualmente ao mercado norte-americano no valor de 29 milhões de dólares, com base na média dos últimos seis anos.
A decisão norte-americana representa um duro golpe para a balança comercial da pobre economia malawiana. Com efeito, o tabaco é a principal fonte de receitas em divisas do país, contribuindo com 60% e representa cerca de 25% da receita tributária.
Mas o governo dos EUA insiste que não vai levantar a restrição à importação do tabaco produzido no Malawi até que o país prove que já eliminou as práticas de trabalho forçado e infantil na produção de tabaco.
A posição do governo dos EUA surge pouco depois de algumas empresas compradoras de tabaco terem declarado que alguns dos seus embarques da última temporada ainda estão retidos nos Estados Unidos e no Malawi devido à Ordem de Liberação Mundial (WRO).
Douglas Johnston, oficial da Embaixada dos Estados Unidos, confirmou que o governo dos EUA ainda mantém a restrição. Johnson disse: "a WRO ainda está em vigor e permanecerá em vigor até que o Malawi prove a ausência de trabalho forçado, incluindo trabalho infantil, na sua cadeia de produção de tabaco".
A gerente de assuntos corporativos da Alliance One Tobacco, Francoise Malila, confirmou que alguns embarques estavam retidos localmente e nos Estados Unidos, mas não divulgou as quantidades, alegando que eram informações confidenciais.
Ela declarou que, como consequência da WRO, a Aliance One Tobacco tem remessas em espera nos Estados Unidos e no Malawi. Acrescentou que sua empresa está engajada activamente, interna e externamente, em responder à WRO da maneira mais eficiente e eficaz possível. "Embora não saibamos quanto tempo levará para os embarques serem autorizados, é nossa esperança que a Ordem seja levantada em breve, para que não afecte negativamente as nossas operações nesta temporada"- disse Francoise Malila.
Mas o chefe-executivo da Comissão de Tabaco, Kayisi Sadala, admitiu que, embora a Ordem seja prejudicial, ela transcende o mandato da comissão como órgão regulador do sector. "Desde a emissão da Ordem, o governo está tomando as intervenções necessárias sobre o assunto", disse Kayisi Sadala.
Por seu turno, Gray Nyandule Phiri, director no Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar, disse que o ministério ainda não recebeu o relatório dos mais recentes contactos com a delegação dos EUA sobre o assunto.
No entanto, Gray Phiri referiu que o ónus dos comerciantes de tabaco é fornecer provas à Alfândega e Protecção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP) de que o tabaco foi produzido num ambiente livre de trabalho forçado e infantil. "A questão da WRO diz respeito directamente aos comerciantes. Eles devem fornecer informações relevantes ao governo dos EUA, não necessariamente a nós como governo"- disse o alto funcionário do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar.
Após a WRO, os embarques do Malawi são retidos no porto de entrada, onde as autoridades dos EUA os examinam para garantir que o tabaco não foi produzido usando trabalho forçado e infantil. Em Novembro de 2019, o governo dos EUA, através do CBP, emitiu a WRO, restringindo a importação de tabaco do Malawi sob pretexto do uso de trabalho forçado e infantil na sua cadeia de produção.
Enquanto isso, a campanha de comercialização do tabaco no Malawi abriu a 20 de Abril em Lilongwe, enquanto em Limbe foi lançada a 27 de Abril.(FI)