Eram 13:00 horas desta quarta-feira, quando diferentes subunidades militares das Forças Conjuntas e milicianos locais conseguiram localizar uma base dos terroristas nas matas de Quiterajo, no Distrito de Macomia, Província de Cabo Delgado.
Da operação, segundo confirmaram fontes militares presentes na operação, foram resgatadas 60 mulheres, 27 crianças (18 rapazes e nove raparigas) e, durante a vasculha, foram colocados fora do combate cinco terroristas que guarneciam o cativeiro. De acordo com as fontes, todos os resgatados foram levados ao Comando Distrital da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Macomia.
Entretanto, as fontes garantiram que a operação de perseguição e vasculha continua, uma vez que há indicações da existência de mais uma base maior na região de Namaluku, em Quissanga e Quiterajo (Macomia). (O.O.)
Ainda são desconhecidas as causas que provocaram o incêndio que, na última segunda-feira, consumiu quatro salas do bloco operatório do Hospital Central de Maputo (HCM), que estavam em reabilitação. Até esta terça-feira, a direcção da maior unidade sanitária do país apenas sabia que o incêndio partiu das condutas dos aparelhos de ar-condicionado.
Segundo o Director do HCM, Mouzinho Saíde, o incêndio começou por volta das 16 horas e, nessa altura, “só se via fumaça e não se viam as chamas”, pelo que foram solicitados os bombeiros que, prontamente, se fizeram ao local, tendo conseguido identificar a fonte da fumaça: vinha do interior das condutas dos aparelhos de ar-condicionado.
Saíde explicou que foram necessárias duas equipas do corpo de bombeiros, nomeadamente, do Serviço Nacional de Salvação Pública, assim como dos Aeroportos de Moçambique. O fogo, sublinha a fonte, ficou circunscrito às condutas de ar-condicionado, que tem terminais em cada uma das salas do bloco operatório.
“Nós temos seis salas operatórias, sendo que estavam em reabilitação quatro salas, que ficaram danificadas. Duas das que estão funcionais também sofreram alguns danos, particularmente nas zonas dos terminais dos aparelhos de ar-condicionado que estão desactivados há bastantes anos e tem uma casa de máquinas que estava também selada e não era possível ver da parte exterior”, disse Saíde, revelando que houve necessidade de se partir a referida sala de máquinas para se certificar que a mesma não estava em chamas.
De acordo com o Director do HCM, o sistema eléctrico teve de ser desactivado em todo o bloco administrativo e de consultas, tendo obrigado a evacuação de uma enfermaria, onde estavam dois doentes da clínica especial. Sublinha que, no momento do incêndio, decorria uma cirurgia que, felizmente, terminou com sucesso. (Marta Afonso)
Se até esta segunda-feira “Carta” tinha conhecimento da morte de oito pessoas, vítimas dos terroristas no distrito de Quissanga, esta terça-feira, soubemos que os insurgentes mataram mais 17 pessoas, em três aldeias daquele distrito da província de Cabo Delgado.
De acordo com as fontes, as vítimas foram assassinadas no último domingo, nas aldeias de Bilibiza, Nakuta e Tapará. Um dos sobreviventes do ataque conta que regressara a Quissanga, em virtude da garantia deixada semana fina pelo Comandante-Geral da Polícia, porém, chegado ao local, deparou-se com o terror que abandonara há mais de um ano.
Lembre-se que, numa parada policial na cidade de Pemba, Bernardino Rafael apelou à população de Quissanga a regressar às suas casas, alegando que o distrito já estava seguro, entretanto, os últimos relatos provam que a situação ainda não está totalmente controlada.
Sublinhar que, no passado sábado, uma comitiva que integrava o Administrador do distrito de Quissanga, o Comandante Distrital da PRM e o Chefe Distrital das Operações da PRM de Quissanga envolveu-se num aparatoso acidente de viação, do tipo capotamento na zona de Impiri, no distrito de Metuge, porém, não houve vítimas mortais. (O.O.)
O Governo aprovou, esta terça-feira, o Plano de Reconstrução das zonas afectadas pelo terrorismo na província de Cabo Delgado para o período 2021-2024. Também foram aprovados os respectivos mecanismos da sua implementação. A informação foi avançada pelo porta-voz do Executivo, Filimão Suazi, à saída da 32ª Sessão Ordinária do Conselho de Ministros.
Em conferência de imprensa concedida na tarde de ontem, Suazi não avançou as datas do arranque da execução do plano, seu orçamento e muito menos o agente implementador. Apenas afirmou que o Governo irá organizar uma cerimónia específica em que serão partilhados dados relativos a esse assunto.
Porém, garantiu que parte do dinheiro será proveniente dos cofres do Estado. Aliás, explicou que, neste momento, decorrem acções no terreno, como são os casos da reposição da linha de energia e das vias de acesso, cujo financiador é o Estado moçambicano.
Refira-se que os ataques terroristas duram há quase quatro anos, tendo causado a morte de mais de 3000 pessoas e forçado o deslocamento de perto de 850 mil indivíduos. Sublinhar que Mocímboa da Praia, Muidumbe, Quissanga, Palma e Macomia são os distritos mais afectados pelos ataques terroristas. (Carta)
Agências das Nações Unidas anunciaram ontem a chegada de ajuda humanitária a Palma, vila do gás em Cabo Delgado, pela primeira vez depois do ataque rebelde de que foi alvo em Março e que fez um número ainda hoje incerto de vítimas.
"Pela primeira vez desde Março, a ajuda humanitária chegou às pessoas em Palma, norte de Moçambique", anunciou o Programa Alimentar Mundial (PAM) na Internet. "Numa missão do PAM, Organização Internacional das Migrações (OIM), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Solidarité em coordenação com o Governo, 2.150 famílias receberam 'kits' de alimentação, higiene e abrigo de emergência", referiu a organização.
As agências das Nações Unidas juntam-se a organizações não-governamentais (ONG) moçambicanas, particulares e empresas que têm feito chegar alguma ajuda a Palma, mas que se tem revelado insuficiente devido a dificuldades logísticas, fuga em massa da população, destruição de infra-estruturas e insegurança - que até Julho impedia um retorno à actividade agrícola.
Perante o cenário, a Rede de Alerta Antecipado de Fome (rede Fews, sigla inglesa) anunciou num relatório no início do mês que a crise alimentar que se vive em Cabo Delgado, norte de Moçambique, deverá persistir no próximo ano, apesar de os níveis de violência armada estarem a diminuir.
Por outro lado, "devido à falta de financiamento", nalguns meses, as rações distribuídas pelo PAM têm servido para cobrir "cerca de 39% das necessidades de quilocalorias diárias" dos beneficiários, de acordo com o mesmo documento.
Cabo Delgado é uma província rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico. O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.
Desde Julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020. (Lusa)
Um cidadão de nacionalidade brasileira foi detido nesta Segunda-feira (20), no Aeroporto Internacional de Mavalane, na posse de 4.2 quilogramas de drogas do tipo cocaína, escondida numa mala. Conforme foi revelado no local, a droga estava disfarçada em pequenos embrulhos como se fossem doces do tipo bombons. Apresentado à imprensa, o cidadão disse que não sabia que a mala continha drogas, uma vez que foi-lhe dada por um suposto amigo que ter-lhe-á dito que a mesma era uma encomenda para a mãe.
Na ocasião, o "pombo-correio" pediu desculpas ao povo moçambicano e disse que era a primeira vez que vinha ao país e que pretendia ficar por 14 dias fazendo turismo. Questionado sobre quem era o dono da encomenda, ele respondeu que o amigo disse-lhe que estaria alguém no Aeroporto com um táxi para levar a encomenda.
De referir que este é mais um cidadão de nacionalidade brasileira a ser detido no Aeroporto Internacional de Maputo transportando drogas do mesmo modo. Em Junho de 2019, uma cidadã na altura com 24 anos de idade, que responde pelo nome de Ariane Monteiro de Aragão, foi detida por transportar 5.4 quilogramas de cocaína embrulhada em "bombons". Ariane viria a ser condenada em Maputo a 17 anos de prisão efectiva. (O.O.)