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Sociedade

Mais 55 pessoas foram diagnosticadas o novo coronavírus no seu organismo, subindo para 70.850 o total de casos registados no país, desde 22 de Março de 2020. Os novos casos foram notificados na cidade de Maputo (seis) e nas províncias de Maputo (31), Sofala (um) e Zambézia (11).

 

Na actualização feita ontem, o Ministério da Saúde (MISAU) anunciou a recuperação de mais 22 pacientes, aumentando para 69.547 (98.2%) o cumulativo de pacientes curados da doença.

 

Contudo, não houve registo de qualquer óbito, vítima da Covid-19, mantendo o número de vítimas mortais em 836. Referir          que, actualmente, o país conta com um total de 463 casos activos, dos quais, 13 estão internados. (Marta Afonso)

Mais de 230 mil crianças foram obrigadas a fugir das suas casas, devido à violência e insegurança no norte do país. A informação consta do relatório anual do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), referente a 2020 e que foi divulgado há dias.

 

De acordo com o documento, 2020 foi um ano excepcionalmente difícil para as crianças moçambicanas, devido a diversos factores, a destacar os efeitos causados pelos ciclones tropicais Idai e Kenneth, o alastramento do conflito na província de Cabo Delgado e a propagação do novo coronavírus.

 

Aliás, por causa da Covid-19, a organização estima que pelo menos 8.5 milhões de crianças tenham deixado de frequentar a escola, devido ao encerramento dos estabelecimentos de ensino, no âmbito do combate à pandemia.

 

A UNICEF revela ainda ter assistido, em 2020, mais de 600 mil pessoas, que se deslocaram das suas zonas de origem, devido aos ataques terroristas. Para tal, a organização diz ter investido mais de 169,1 milhões de USD em acções de desenvolvimento e de protecção das crianças. (O.O.)

A Polícia da República de Moçambique (PRM), a nível da cidade de Nacala-Porto, província de Nampula, desmantelou, há dias, uma clínica clandestina, que funcionava na residência de um enfermeiro, no bairro Ontupaia, nos arredores daquela urbe.

 

De acordo com a PRM, o proprietário da clínica é funcionário do Hospital Distrital de Monapo, tendo sido detido e apreendido diverso material médico-cirúrgico e quantidades incalculáveis de medicamento, supostamente furtado do Sistema Nacional de Saúde (SNS).

 

Aos jornalistas, o proprietário da referida clínica, de nome Bernardo Aurélio, afirmou que grande parte dos seus utentes tinham tratamento ambulatório e que poucos eram internados, uma vez que diariamente atendia quase cinco pacientes, que procuravam aqueles serviços para tratamentos urgentes.

 

Fontes da “Carta” baseadas em Nacala-Porto revelam que o número de clínicas disparou nos últimos anos, competindo actualmente com o número de barracas. A porta-voz do Comando Distrital da PRM, em Nacala-Porto, Hermenegilda Jacob, disse que a clínica foi desmantelada graças a denúncias populares. (O.O.)

Moçambique está entre os cinco países com maior número de novas infecções pelo HIV/SIDA no mundo, ocupando, actualmente, a quarta posição, atrás da vizinha África do Sul, Nigéria e da Rússia.

 

A informação foi avançada esta segunda-feira pelo Ministro da Saúde (MISAU), Armindo Tiago, durante o lançamento do segundo estudo do “Índice do Estigma 2.0”, que arranca este mês (Junho) nas províncias de Maputo, Sofala, Nampula, Zambézia, Gaza, Cabo Delgado e Maputo Cidade.

 

Segundo Armindo Tiago, esta realidade “remete-nos a um desafio contínuo e permanente de enveredarmos por uma acção mais interventiva e coordenada, visando a redução do número de novas infecções e a melhoria da qualidade de vida das pessoas infectadas e afectadas pelo HIV/SIDA”.

 

Dados avançados pela Representante da ONUSIDA, em Maputo, Eva Kiwango, indicam que há perto de 38 milhões de pessoas vivendo com HIV/SIDA, em todo o mundo, dos quais 2.1 milhões estão em Moçambique.

 

Intervindo na cerimónia, que teve lugar na capital do país, a fonte revelou que dos 2.1 milhões de pessoas vivendo com HIV/SIDA, em Moçambique, cerca de 1 milhão não aderem ao tratamento devido ao estigma e à discriminação. A fonte sublinhou, aliás, que para além da discriminação que se verifica a nível da sociedade, há também relatos de marginalização a nível das unidades sanitárias.

 

Referir que o segundo estudo do “Índice do Estigma 2.0” vai inquirir, para além das pessoas com HIV/SIDA, as trabalhadoras do sexo, os toxicodependentes, reclusos e transgéneros. O primeiro estudo, sublinhe-se, foi realizado em 2013. (Marta Afonso)

Na passada sexta-feira, a vila-sede do distrito de Macomia, província de Cabo Delgado, assinalou a passagem do primeiro ano após o ataque terrorista verificado a 28 de Maio de 2020, tendo causado milhares de deslocados, para além da destruição de diversas infra-estruturas públicas e privadas.

 

Entretanto, diferentemente das restantes vilas, Macomia voltou a ter sinais de vida, com o regresso de grande parte da população local, após as Forças de Defesa e Segurança (FDS) restabelecerem a “tranquilidade”.

 

Porém, nem o “calar” das armas naquela vila trouxe a paz e tranquilidade na vida dos cidadãos, que há um ano procuram respostas sobre como reerguer tudo o que tinham construído durante vários anos e que foi destruído em apenas três dias.

 

Macomia era um dos maiores centros comerciais da província de Cabo Delgado, porém, este estatuto ficou perdido devido aos ataques terroristas e a tomada da vila-sede do distrito de Mocímboa da Praia e consequente bloqueio da Estrada Nacional N380.

 

Alguns cidadãos que conversaram com a nossa reportagem sublinham ainda não haver qualquer serviço básico naquela vila-sede, com destaque para os serviços de saúde. Faque Chabane, de 38 anos de idade e pai de cinco filhos, aponta a falta, por exemplo, de uma maternidade e a ausência do Estado para prestar serviços de saúde. Afirma que os serviços actuais são assegurados pelos Médicos Sem Fronteiras.

 

“Temos de ir à Ancuabe, Metoro ou mesmo em Pemba, para fazer exames, caso haja necessidade de fazer qualquer exame recomendado pelos Médicos Sem Fronteira”, disse a fonte, sublinhando não haver dinheiro para arcar com as despesas, começando pelo transporte.

 

Já Fátima Arlindo, residente no bairro Napulubo, conta que a falta de um banco comercial dificulta a vida dela e da sua mãe, que é pensionista, pois, mensalmente deve deslocar-se às vilas de Ancuabe ou Chiúre para levar o dinheiro, o que diminui a capacidade de compra da família, devido aos custos de transporte.

 

Lembre-se que, durante o ataque terrorista, os insurgentes destruíram diversas casas, queimaram bancos, o Comando Distrital da PRM, o edifício do Governo Distrital e outras infra-estruturas públicas e privadas.

 

A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras tinha suspendido as suas actividades, após a destruição do Centro de Saúde de Macomia, porém, terá retomado após garantir-se segurança. Neste momento, a organização presta cuidados primários de saúde.

 

O ensino retomou em algumas escolas, porém, o clima de insegurança continua a pairar no seio dos professores. Aliás, as ordens, em Macomia, é que as pessoas não circulem em locais distantes da vila. Tal como os outros distritos, Macomia também continua em alerta para um provável ataque terrorista. (Carta)

O Governo do Canadá anunciou um financiamento de 186 milhões de USD para apoiar na resposta directa de Moçambique na luta contra a pandemia, bem como mitigar os impactos secundários nos sistemas de saúde, educação e na crescente vulnerabilidade das mulheres e raparigas à violência baseada no género e ao casamento infantil.

 

Em comunicado de imprensa, a Ministra da Cooperação Internacional, Karina Gould, afirma que o seu país tem estado a apoiar Moçambique na mitigação do impacto em vários sectores, incluindo direitos de saúde sexual reprodutiva.

 

“O Canadá apoia moçambicanos, através de programas que aumentam o acesso e reduzem as barreiras aos serviços de planeamento familiar, capacitam as raparigas de modo a reduzir o casamento infantil e a gravidez precoce e proporcionam uma educação sexual abrangente nas escolas”, defende a governante, citada no documento.

 

“À medida que o mundo continua a enfrentar a pandemia, tornou-se claro que as mulheres e raparigas estão a ser desproporcionadamente afectadas por ela, o que resultou num aumento da violência baseada no género e no casamento infantil e numa diminuição do acesso à educação”, sublinhou. (Marta Afonso)