Dados partilhados esta quinta-feira, pelo Ministério da Saúde (MISAU), indicam que pelo menos 323.349 moçambicanos tomaram a primeira dose da vacina da Covid-19, no conjunto das duas fases de vacinação.
Segundo o MISAU, na primeira fase de vacinação, pelo menos 82.384 pessoas tomaram a primeira dose da vacina da Sinopharm, enquanto nesta segunda fase somente 240.965 cidadãos foram administrados a primeira dose da vacina da AstraZaneca/Oxford.
A cidade e província de Maputo é que apresentam maior número de pessoas que receberam pelo menos a primeira dose da vacina contra Covid-19. A capital do país conseguiu administrar pelo menos uma dose em 61.401 pessoas, enquanto a província de Maputo inoculou pelo menos uma dose em 59.361 cidadãos.
Em segundo está a província de Sofala, que conseguiu administrar uma dose em pelo menos 25.960 cidadãos, enquanto a província da Zambézia fê-lo em 25.105 indivíduos. A província de Nampula conseguiu inocular uma dose em pelo menos 55.243 pessoas e a província de Cabo Delgado em 23.756.
Os dados do MISAU apontam ainda que pelo menos 19.349 pessoas receberam uma dose na província de Inhambane, enquanto em Manica foram 18.528. Já na província de Gaza receberam uma dose pelo menos 17.850 e em Tete 15.091. A província do Niassa ficou em último com 9.219 pessoas a receber pelo menos uma dose. (Carta)
A província de Inhambane, no sul de Moçambique, necessita de quase 300 milhões de meticais (quatro milhões de euros) para recuperação pós-ciclones, anunciou ontem fonte do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres.
"Para a província voltar a ser o que era antes da passagem desses ciclones, estamos a precisar de um valor de cerca de 291 milhões de meticais [quatro milhões de euros]", disse Cândido Mapute, delegado do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres em Inhambane.
O delegado falava durante uma sessão do centro operativo de emergência, onde foi analisado o impacto da época chuvosa e ciclónica 2020-2021.
Moçambique foi assolado desde outubro por eventos climáticos extremos, com destaque para a tempestade Chalane e os ciclones Eloise e Guambe, além de outras semanas de chuva intensa e inundações.
Segundo o responsável, as áreas que mais precisam de intervenção são a agricultura, educação, saúde e para as vias de acesso.
"Para as necessidades urgentes, sobretudo para os distritos mais afetados, estamos a falar de 41 milhões de meticais [566 mil euros] que o Governo tem de mobilizar urgentemente para fazer face" às necessidades da província, referiu.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas mudanças climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais.
No total, 96 pessoas morreram devido aos ciclones e outros desastres naturais no país, na atual época chuvosa, de acordo com dados do Governo.
As intempéries afetaram 676.314 pessoas e causaram ainda 150 feridos. (Lusa)
Um incêndio de proporções alarmantes destruiu, na madrugada desta quarta-feira, mais de 200 barracas no maior mercado municipal da cidade de Lichinga, capital da província do Niassa. O incidente ocorreu por volta das 04:30 horas e suspeita-se que o mesmo tenha sido originado por um curto-circuito numa das barracas.
O incêndio, conforme narram as testemunhas, só foi debelado quatro horas depois pelos bombeiros dos Aeroportos de Moçambique, afectos ao Aeródromo de Lichinga. Remígio Chibielo, porta-voz do Serviço Nacional de Salvação Pública (SENSAP), no Niassa, explica que o facto se deveu à avaria da viatura daquela instituição, quando os bombeiros se deslocavam ao local do incêndio.
As chamas consumiram todos os produtos, segundo Paulo Agostinho, Chefe do Mercado de Chiuaula. (Carta)
A Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE) suspendeu, há dias, uma indústria vocacionada à captação, tratamento e venda de água (mineral), devido às péssimas condições de higiene, assim como a sua “má” localização.
Sem revelar o nome, o porta-voz da INAE, Tomas Timba, disse apenas que a referida indústria se localiza junto a um estabelecimento de venda de peças e acessórios para automóveis. Garantiu ainda que a mesma estava devidamente licenciada.
A fonte também não detalhou o tipo de problemas de higiene detectados pela equipa de inspecção. “Constatamos ainda que esta indústria não dispõe de um laboratório de ensaio para controlar a qualidade desta água, durante o processo de tratamento. Os trabalhadores também não se encontram devidamente equipados em função dos requisitos impostos por lei para este tipo de actividade”, explicou a fonte.
Segundo Timba, este não é o primeiro caso a ser registado no país. Ainda neste ano, revelou a fonte, a INAE suspendeu, também pelos mesmos motivos, as actividades de outras duas indústrias, sendo uma na cidade de Maputo e outra na província de Manica. Sublinhou, aliás, que as referidas indústrias também usavam recipientes de outras marcas para encher as suas garrafas.
Estas irregularidades foram descobertas durante os trabalhos realizados pela INAE entre os dias 01 e 16 de Maio corrente. Neste período, a instituição liderada por Maria Rita Freitas retirou, das prateleiras, 913 unidades de refrigerantes avaliados em 50.350,00 Meticais por ostentarem rotulagem em língua estrageira. Também foram apreendidas e destruídas sete máquinas de fortuna e azar, que estavam a ser exploradas de forma ilegal.
No âmbito do Estado de Calamidade Pública, a INAE encerrou 19 estabelecimentos de venda de bebidas alcoólicas e suspendeu outras 100 pelo incumprimento das medidas decretadas pelo Governo. Entre os estabelecimentos sancionados estão bottle stores, bares e barracas. (Marta Afonso)
Tanzânia deve permitir que os moçambicanos deslocados dos ataques terroristas, na província nortenha de Cabo Delgado, tenham acesso ao asilo naquele país da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral). O apelo é da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que diz estar preocupada com os constantes relatos de pessoas que foram forçadas a regressar ao país, depois de cruzarem a fronteira para a Tanzânia.
Em comunicado de imprensa, enviado à nossa Redacção na tarde de ontem, a ACNUR confirma que, só no presente mês (Maio), recebeu relatórios indicando que mais de 1.500 moçambicanos foram devolvidos pelas autoridades tanzanianas.
“O ACNUR preocupa-se com os relatos sobre moçambicanos terem sido forçados a retornarem e impedidos de buscar asilo. Convidamos todas as partes a permitirem a livre circulação de civis que fogem da violência e do conflito, em busca de protecção, segurança e assistência internacional, incluindo o respeito e defesa plena do direito de cruzar as fronteiras internacionais em busca de asilo”, defende a organização.
Refira-se que, após os ataques terroristas à vila-sede do distrito de Palma, milhares de pessoas tentaram refugiar-se na República Unida da Tanzânia, porém, terão sido repatriadas pelas autoridades daquele país, tendo sido “largadas” à sua sorte no posto transfronteiriço de Negomano, no distrito de Mueda.
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados confirma ter estado naquela fronteira, em Abril último, e recebeu relatos de pessoas que “caminharam durante dias até ao rio Rovuma, cruzando-o de barco para chegar à Tanzânia, de onde foram forçados a retornarem pelas autoridades”.
Avança que muitos relatos eram de mulheres e crianças e que muitos deslocados “relataram terem sido detidos, transportados para uma escola local e interrogados por oficiais da Tanzânia”. “Aqueles que não puderam fornecer provas de nacionalidade tanzaniana foram devolvidos a Moçambique, através de um ponto de fronteira diferente daquele usado para entrar no país”, sublinha a fonte, revelando haver famílias que foram separadas à sua chegada na Tanzânia.
“O ACNUR também apela a ambos os governos [de Moçambique e da Tanzânia] para que respeitem o princípio da unidade familiar e não poupem esforços para garantir que os membros da família separados sejam localizados e reunidos o mais rápido possível”, defende.
Entretanto, apesar desta situação, a ACNUR garante que a maioria dos deslocados entrevistados disse que quer regressar à Tanzânia, por questões de segurança.
Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados, em Negomano, as condições “são terríveis”, havendo todo o tipo de necessidades: alimentação; água e saneamento; e serviços de saúde. Sublinha que o local onde as pessoas estão abrigadas é de difícil acesso, pelo que a assistência humanitária é limitada.
De acordo com a ACNUR, os ataques terroristas forçaram a deslocação de cerca de 724 mil pessoas, desde Outubro de 2017. A organização revela que, até 2020, assistia 50 mil deslocados, sendo que, até Dezembro de 2021, projecta assistir mais 250 mil pessoas. (Carta)
Mais 22 pessoas foram diagnosticadas o novo coronavírus no organismo, no país, subindo para 70.485 o número total de casos registados, desde 22 de Março de 2020. De acordo com os dados do Ministério da Saúde (MISAU), os novos casos resultaram da testagem de 1.154 suspeitos e foram notificados na cidade de Maputo (sete) e nas províncias de Maputo (cinco), Inhambane (um), Tete (quatro), Nampula (quatro) e Cabo Delgado (um).
Do total de casos registados, apenas 904 continuam activos, sendo que, destes, 22 estão internados. De segunda para terça-feira, os centros de internamento de doentes de Covid-19 hospitalizaram mais três pacientes, enquanto quatro tiveram alta. No total, 3.408 pacientes já estiveram internados no país.
Para além dos novos infectados, o país registou a recuperação de mais 18 pacientes, aumentando para 68.749 (97.5%) o cumulativo de pacientes curados da doença. Dos novos recuperados, 12 estão na província de Nampula, três na província de Inhambane, dois na província de Tete e um na província de Gaza.
As autoridades da saúde não reportaram qualquer óbito vítima de Covid-19, mantendo o número de vítimas mortais em 828. (Marta Afonso)