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Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

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Sociedade

É uma triste realidade que as famílias moçambicanas, que vivem o horror dos raptos há décadas, têm de suportar: pagar o resgate dos seus parentes sem que as autoridades policiais, responsáveis pela segurança, ordem e tranquilidade públicas, intervenham. Estranhamente, as autoridades limitam-se em reclamar que as famílias não cooperam.

 

No mês de Abril, as cidades de Maputo, Quelimane e Chimoio foram palcos de quatro raptos de membros de influentes famílias empresariais, o que criou espanto e repulsa da sociedade moçambicana, porque todos os sequestros foram protagonizados em locais próximos às instalações policiais.

 

Tal como em outras ocasiões, as autoridades policiais vieram informar que estavam a investigar, porém, semanas depois, alguns sequestrados regressaram ao convívio familiar sem a Polícia terminar a investigação.

 

Sem explicações, Francisco Simões, Comandante provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, confirmou, esta segunda-feira, que Depesh Ramesh, de 24 anos de idade, filho de um empresário do ramo da panificação, regressou à casa, três semanas depois do seu rapto.

 

Porém, diz haver falta de colaboração por parte dos familiares das vítimas, que não conseguem fornecer as informações à PRM ou ao Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC).

 

Situação similar aconteceu há dias, na cidade de Quelimane, província da Zambézia, quando Michal Nathobai, empresário do ramo de entretenimento, voltou ao convívio familiar sem qualquer intervenção das autoridades policiais.

 

Ao Diário da Zambézia, jornal editado em Quelimane, a vítima disse não ter havido qualquer pedido de resgate. Porém, a Polícia disse ter estranhado os contornos que “devolveram” aquele empresário ao convívio familiar.

 

Salientar que ainda não há informações sobre o paradeiro das restantes (duas) vítimas dos sequestros, raptadas na cidade de Maputo, no passado mês de Abril. (O.O)

É mais uma meta ambiciosa desenhada pelo Governo de Filipe Jacinto Nyusi. Segundo o Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Osvaldo Machatine, 80% da população do país terá acesso à água potável até 2024, ano em que termina o segundo mandato do actual Governo.

 

Falando aos jornalistas, esta segunda-feira, durante a apresentação do cronograma do Programa de Água para Vida (PRAVIDA), em implementação no país desde Outubro de 2018, Machatine garantiu que a meta será cumprida rapidamente, devido à inclusão do sector privado no projecto.

 

Entretanto, revelou serem necessários 941 milhões de USD para garantir a execução do ambicioso plano de fornecimento de água potável no país.

 

Segundo o Ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, as sociedades regionais de gestão e distribuição de água no país, recentemente aprovadas e criadas pelo Conselho de Ministros, serão detidas na totalidade pelo Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG).

 

A fonte sublinhou que, depois da activação destas sociedades, estarão criadas as condições para a entrada do sector privado. (Marta Afonso)

Moçambique já conta com 97,5% de pacientes curados da Covid-19, com o anúncio, esta segunda-feira, de mais seis recuperados, aumentando para 68.731 o número total de pessoas curadas da doença.

 

Na actualização feita esta segunda-feira, o Ministério da Saúde (MISAU) reportou ainda mais dois óbitos, depois de cinco dias sem relatos de mortes por Covid-19, aumentando para 828 o total de vítimas mortais, causadas pela pandemia.

 

Entretanto, as autoridades sanitárias anunciaram, ontem, a infecção de mais 17 pessoas, que resultaram da testagem de 526 amostras. Os novos casos foram diagnosticados na cidade de Maputo (quatro) e nas províncias de Maputo (dois), Inhambane (um), Sofala (dois), Tete (um), Zambézia (12) e Nampula (um). Assim, neste momento, o país conta com 70.463 casos positivos, dos quais 900 estão activos.

 

Refira-se que o país conta com 23 pacientes internados nas unidades sanitárias, com o registo de mais seis hospitalizações e duas altas clínicas nas últimas 24 horas. (Marta Afonso)

Entre as 200 pessoas que procuraram refúgio num hotel da cidade moçambicana, apenas os brancos foram resgatados.
 
Até os cães do gerente de um hotel de Palma foram resgatados primeiro que os habitantes negros da cidade moçambicana durante um ataque terrorista em Março, que deixou dezenas de mortos, revela um relatório da Amnistia Internacional.
 
A operação de salvamento foi “racista”, acusa a organização de defesa dos direitos humanos.
 
A 24 de Março a vila de Palma foi atacada por um grupo jihadista e mais de duas centenas de pessoas procuraram refúgio no hotel Amarula, onde habitualmente se hospedavam os funcionários de empresas estrangeiras que operam na região de Cabo Delgado. É ali, por exemplo, que a petrolífera francesa Total estava a iniciar os trabalhos de exploração de uma reserva de gás natural, num dos maiores projectos do continente africano.
 
Entre os 200 civis que se refugiaram no Amarula havia 20 brancos, diz a Amnistia Internacional, e foram eles os primeiros a serem resgatados. Entre os primeiros grupos a serem salvos estavam os dois cães pastores alemães do gerente do hotel, que foram priorizados face ao resto das pessoas abrigadas.
 
“Depois de a maioria dos funcionários brancos e de alguns cidadãos negros abastados – entre os quais o administrador de Palma – serem salvos, os que ficaram para trás tentaram fugir por terra”, acabando por ser atacados pelos jihadistas, diz a Amnistia. Dias depois do ataque, eram encontrados corpos de pessoas decapitadas nas imediações do Amarula.
 
O relatório baseia-se em entrevistas a onze pessoas que estiveram refugiadas no hotel Amarula, entre as quais cinco que fugiram a pé e sobreviveram ao ataque posterior. As testemunhas apontam responsabilidades à gerência do hotel e aos operacionais do Dyck Advisory Group (DAG), uma empresa de segurança privada sul-africana que apoiava as autoridades locais nos combates contra os jihadistas na região.
 
Um dos sobreviventes disse à Amnistia que não queria que “todos os brancos fossem salvos”. “Sabíamos que, assim que todos os brancos saíssem, nós seríamos deixados para morrer”, contou. Os helicópteros que fizeram os resgates tinham capacidade para transportar apenas seis pessoas de uma vez e realizaram quatro viagens.
 
O director regional da Amnistia Internacional para o Leste e Sul de África, Deprose Muchena, diz que os testemunhos mostram que “o plano de resgate foi segregado racialmente” e aponta responsabilidades às autoridades locais e ao DAG. “A total falta de coordenação entre as forças de segurança moçambicanas e o DAG resultaram em evacuações que foram racistas e que devem ser investigadas profundamente”, afirma.
 
O fundado do grupo de segurança privada, Lionel Dyck, rejeitou as acusações e disse que os testemunhos veiculados pela Amnistia “não são de todo rigorosos”, disse em declarações à AFP.
 
Seja como for, a noticia merece destaque na imprensa tanzaniana, em particular no "The Citizen" e noutros órgãos de comunicação da região e do mundo.
 
Os governos de Moçambique e Tanzânia tem vindo a abordar com frequência a questão de insurgência em Cabo Delgado. 
 
O ataque a Palma a 24 de Março foi uma das acções com maior impacto na insurgência travada em Cabo Delgado há mais de três anos, e que causou uma crise humanitária nesta região moçambicana, com milhares de deslocados.(PÚBLICO/FI)
 

Não é algo novo, porém, é uma realidade que se vive a cada dia no distrito de Magude, província de Maputo. População do povoado de Kumane, no Posto Administrativo de Mapulanguene, queixa-se da constante invasão das suas machambas pelos animais bravios, com destaque para os elefantes e búfalos, que escapam das fazendas de bravio.

 

Em conversa com “Carta”, Paulino Filipe, um dos nativos de Kumane, conta que diversos hectares de milho e hortícolas foram devastados pelos elefantes, na presente época agrícola. Afirma que, apesar dos esforços da população em afugentá-los, os animais continuam a agudizar a já dramática situação alimentar naquela região do país.

 

De acordo com Santos Mazimba, Secretário do bairro/povoado, Kumane é habitado por 59 famílias, que enfrentam todo o tipo de dificuldades: falta de água potável, unidade sanitária, transporte e o conflito homem-fauna bravia.

 

Segundo Mazimba, nos últimos dias, 48 cabeças de gado caprino foram devoradas pelas hienas, para além de algumas cabeças de gado bovino e ovino, que foram devoradas pelos leões.

 

De acordo com aquele líder comunitário, tudo se deve à degradação da vedação da Masintonto Ecoturismo, uma das fazendas de bravio localizadas naquele ponto do país. A Masintonto Ecoturismo, refira-se, pertence ao grupo empresarial sul-africano Tongaat Hullet e explora uma área de cerca de 14.700 hectares.

 

Entretanto, os gestores daquela fazenda de bravio asseguram que têm feito o devido patrulhamento da área. A fazenda conta com 22 fiscais, três viaturas, duas motorizadas e três tractores.

 

Fernando Djinji, Chefe do Posto Administrativo de Mapulanguene, conta que os animais bravios devastaram, nos últimos meses, cerca de 17.7 hectares de culturas diversas, naquele ponto do distrito de Magude.

 

O conflito “homem-fauna bravia”, em Magude, é do conhecimento da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), que reconhece não estar a responder em tempo útil as preocupações das comunidades. (Omardine Omar, em Magude)

Continua a desacelerar o número de infectados pelo novo coronavírus no país. Se até a última sexta-feira, as autoridades sanitárias reportavam a existência de 1.171 pessoas que continuavam infectadas pelo novo coronavírus, ontem anunciaram a existência de apenas 887.

 

De sexta-feira a domingo, o Ministério da Saúde (MISAU) anunciou a recuperação de mais 411 pacientes (173 na sexta-feira; 223 no sábado; e 15 ontem) e a infecção de mais 127 pessoas. Não reportaram qualquer vítima mortal associada à doença. Isto significa que, de sexta para domingo, houve uma redução de 284 casos activos.

 

Dos casos activos, 343 estão na cidade de Maputo, 315 na província de Sofala, 76 na província de Maputo, 43 na província do Niassa, 40 na província de Nampula, 22 em Manica, 19 em Inhambane, 11 na província de Tete, 10 na Zambézia, seis em Cabo Delgado e dois na província de Gaza.

 

Para além da redução do número de casos activos, o país regista também o decréscimo do número de internados. Até sexta-feira, o país contava com 24 pacientes hospitalizados nas unidades sanitárias, devido à Covid-19, mas, neste domingo, o MISAU anunciou a existência de apenas 21 pacientes, significando a redução de três pacientes. Não há dados sobre o número de pacientes internados nas Unidades de Cuidados Intensivos.

 

Dos internados, 12 estão na cidade de Maputo, quatro na província de Tete, dois na província de Sofala, outros dois na província de Nampula e um na província da ZambéziaRefira-se que o país contabiliza um total de 70.442 casos positivos, dos quais 68.725 (97.6%) estão recuperados e 826 perderam a vida. (Marta Afonso)