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Actualizado de Segunda a Sexta

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Sociedade

Um grupo de homens armados, trajando uniforme das Forças de Defesa e Segurança (FDS) e que se acredita serem terroristas, atacaram a Ilha Quifuque, no distrito de Palma, norte da província de Cabo Delgado.

 

Segundo as fontes, o ataque ocorreu no último sábado e resultou na morte de três pessoas e no rapto de alguns cidadãos, cujo número não foi avançado.

 

Referir que o ataque às aldeias do distrito de Muidumbe continua a marcar a ordem do dia, com os sobreviventes a relatarem episódios dramáticos, vividos durante 12 dias, naquele distrito da província de Cabo Delgado. (Carta)

O Centro de Acolhimento dos deslocados, vítimas do terrorismo na província de Cabo Delgado, localizado em Nanguwa, no distrito de Metuge, encontra-se quase às moscas, devido à saída de algumas famílias, por causa do surto de diarreias e vómitos, que tomou conta do Centro desde semana finda.

 

Conforme apurámos, a população chegou a ameaçar queimar as tendas instaladas naquele local e regressar à cidade de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, ou à sua terra natal, concretamente, no distrito de Quissanga.

 

O surto de diarreias, que se verifica há uma semana, já causou a morte de pelo menos quatro pessoas, naquele centro de acolhimento. Aliás, há relatos de que a população terá matado, à paulada, uma pessoa, acusada de ter provocado a doença naquele local. (Carta)

quinta-feira, 26 novembro 2020 07:18

Moçambique já conta com 128 mortos por Covid-19

Já são 128 as vítimas mortais notificadas no país, causadas pela Covid-19. Esta quarta-feira, as autoridades da saúde anunciaram o registo de mais uma morte, na cidade de Maputo, onde perdeu a vida uma cidadã de 78 anos de idade, que se encontrava internada num dos Centros de Isolamento para doentes com Covid-19.

 

Para além de mais uma vítima, o país registou mais 71 casos positivos do novo coronavírus, sendo 38 na cidade de Maputo, 15 na província de Maputo, sete na província de Nampula, quatro na província da Zambézia, duas na província de Manica e uma na província de Tete. Neste momento, o país conta com um total de 15.302 casos positivos da pandemia, sendo 14.995 de transmissão local e 307 importados.

 

O país registou ainda sete novos internamentos, todos na capital do país, aumentando para 37, o cumulativo de pessoas internadas devido à doença, sendo 33 na cidade de Maputo, duas na província da Zambézia, uma na província de Tete e outra na província de Maputo.

 

Entretanto, mais 51 pessoas recuperaram da doença, subindo para 13.459 (88%), o total de indivíduos recuperados da Covid-19. Os novos recuperados foram notificados nas províncias de Tete (dois), Sofala (11) e Inhambane (cinco) e na cidade de Maputo (33). Assim, o país conta, actualmente, com 1.711 casos activos da Covid-19. (Marta Afonso)

“O colectivo de juízes do Tribunal Administrativo da Cidade de Maputo decidiu, por unanimidade, julgar procedente o pedido apresentado pela SICPA, S.A, contra o Secretário Permanente do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, pela suspensão da eficácia do acto administrativo dado a conhecer, através do anúncio do Concurso Público Internacional nº 39A000141/CP/01MIREME”, escreve a SICPA em comunicado recebido na nossa Redacção.

 

Na nota, datada de 24 de Novembro corrente, a SICPA entende que com esta decisão, mesmo havendo espaço para recurso por parte do Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), estão criadas condições para que, em nome do Interesse Público, o Ministério possa lançar um outro concurso internacional, que respeite cabalmente os princípios estabelecidos no Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Serviços ao Estado.

 

“Entende ainda a SICPA,S.A, que a presente decisão abre também espaço para que os interesses do Estado Moçambicano sejam salvaguardados, através da manutenção dos Serviços de Marcação de Produtos Petrolíferos, nos períodos que antecedam o lançamento, apuramento e certificação do vencedor do Concurso Internacional a lançar, pelo que mantém a abertura necessária de colaboração com as autoridades competentes, para que estes objectivos possam ser cumpridos”, sublinha o comunicado.

 

“Carta de Moçambique” está procura do acórdão relevante para confirmar a alegacões da empresa. Lembre-se, o MIREME decidiu finalmente suspender o concurso em questão, a 18 de Agosto último. Do concurso participava, para além da SICPA, empresa de origem suíça e actual marcadora de combustíveis desde 2018, mas também a brasileira Bureau Veritas, SACOM do Timor-Leste, e a Apllus Moçambique. (Carta)

quarta-feira, 25 novembro 2020 03:58

Gabriel Salimo primeiro “sacrificado” do Governo

Já está confirmado. Gabriel Ismael Salimo não mais fará parte do segundo Governo de Filipe Jacinto Nyusi, constituído em Janeiro último. Esta terça-feira, a Presidência da República emitiu um comunicado de imprensa, anunciando a nomeação de Daniel Daniel Nivagara para o cargo de Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

 

Salimo, recorde-se, foi exonerado na passada terça-feira, 17 de Novembro, em conjunto com Agostinho Francisco Langa Júnior, então Secretário do Ensino Técnico-Profissional, no quadro da reestruturação daquele Ministério, porém, diferentemente de Agostinho Langa Júnior, que foi reconduzido, Gabriel Salimo foi deixado de lado.

 

Refira-se que, após a sua exoneração, a ideia de que o ex-Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Técnico-Profissional era membro da Renamo ganhou corpo e acredita-se que tenha sido esse o principal motivo da sua exclusão. Aliás, Gabriel Ismael Salimo já foi técnico do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), no Departamento de Informática por parte do maior partido da oposição.

 

Entretanto, um cartão que circula nas redes sociais, emitido a 09 de Março de 2020 refere que Salimo foi admitido na Frelimo a 20 de Junho de 2006.

 

Sublinhar que este é o primeiro membro do Conselho de Ministros a “cair” no segundo e último mandato de Filipe Jacinto Nyusi, passados 10 meses após a constituição do novo Governo. (Carta)

Crianças deslocadas do conflito de Cabo Delgado com 11 anos estão a ser casadas à força com homens mais velhos (40 a 50 anos de idade) para elas e as famílias poderem sobreviver, alerta a organização não-governamental (ONG) Care.

 

“As meninas casam-se entre os 12 e 17 anos, mas nalguns casos até se casam antes disso, com 11 anos. Às vezes, os pais oferecem-nas em casamento porque precisam de recursos e ficam com menos uma boca para alimentar", descreve Graça Gonçalves, agente para questões de género da Care.

 

Outras vezes, "as meninas ficam separadas dos pais, durante a fuga dos locais de conflito, tornando-se nas novas chefes de família e precisam de fornecer comida para os irmãos mais novos”, acrescenta, citada num comunicado da ONG.

 

A situação não é nova - Moçambique já era um dos países do mundo com maior taxa de casamentos precoces -, mas está a agravar-se com o conflito.

 

“O casamento infantil é um grande problema porque as pessoas fogem sem nada e os campos de deslocados não têm recursos suficientes e estão sobrelotados", sublinha Graça Gonçalves.

 

A falta de instalações sanitárias, de locais de banhos, a ausência de espaços separados para mulheres e meninas ou o simples facto de estarem mais distantes "deixa as mulheres e meninas vulneráveis a ataques, especialmente durante a noite”, descreve.

 

Uma das actividades realizada pela Care consiste em mostrar às mulheres e jovens como devem denunciar abusos e como se podem defender.

 

Há uma semana, o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) referiu que a guerra em Cabo Delgado está a provocar um aumento de casos de gravidez precoce devido a abusos sexuais de menores.

 

Os alertas juntam-se a outro lançado há um mês pelo Centro de Integridade Pública (CIP), ONG moçambicana, sobre abusos sexuais contra mulheres deslocadas, em troca de ajuda humanitária, considerando haver silêncio do Governo e Nações Unidas sobre o assunto.

 

Apesar das questões colocadas pela Lusa, não houve reacções ao relatório do CIP.

 

A violência armada em Cabo Delgado, norte de Moçambique, está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 500 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

 

A província onde avança o maior investimento privado de África, para exploração de gás natural, está desde há três anos sob ataque de insurgentes e algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019. (Lusa)