Três pessoas foram raptadas nas últimas duas semanas, no distrito de Nangade, província de Cabo Delgado. As fontes afirmam que os factos foram protagonizados pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS), que acusam as vítimas de manterem ligações com o grupo terrorista, que continua a semear luto em alguns distritos daquela província nortenha. No entanto, uma das vítimas já se encontra em casa.
Lembre-se que a relação entre a população e as FDS, nos distritos afectados pelos ataques terroristas, tem sido tensa, com a população a acusar as FDS de violar os seus direitos e as FDS a acusarem a população de cooperar com o grupo terrorista.
Aliás, as fontes avançam que um jovem, residente no bairro Xinavane, distrito de Macomia, terá sido capturado também pelas FDS. O caso também aconteceu nas últimas semanas, não se conhecendo, até hoje, o seu paradeiro. Já no bairro Changane, na vila-sede do distrito de Macomia, duas pessoas são dadas como desaparecidas há quase duas semanas.
Em Palma, a estória repete-se. Há relatos de que um cidadão terá sido detido pelas FDS, na aldeia Monjane, Península de Afungi, a falar ao telefone com membros do grupo terrorista. (Carta)
Dois comerciantes de nacionalidade somaliana foram baleados, há dias, na província do Niassa, por desconhecidos, quando estes tentavam adquirir milho para a sua comercialização. Segundo a Polícia, o acto ocorreu a escassos metros do distrito de Sanga, onde as vítimas iam adquirir aquele cereal. Uma das vítimas perdeu a vida no local e outra está a receber cuidados médicos no Hospital Provincial de Lichinga, a maior unidade sanitária da província do Niassa.
De acordo com os relatos da Polícia, tudo começou quando os dois comerciantes somalis contactaram um grupo de jovens para lhes indicar locais ideais para a compra do milho a preços baixos. Os jovens, conta a Polícia, indicaram o distrito de Sanga, porém, durante a viagem, mudaram de plano e balearam os somalis, tendo jogado seus corpos num riacho. A outra vítima terá sido socorrida pela população local.
Fontes da “Carta” avançam que o caso está nas mãos da Embaixada Somali, em Maputo. Por seu turno, a Polícia, na província do Niassa, garante estar no encalço dos meliantes, a fim de serem responsabilizados cível e criminalmente pelo acto. (Carta)
O Conselho de Ministros de Moçambique anunciou um novo calendário para o ano letivo de 2021, que vai começar em março e terminar em novembro, com exames a decorrer até dezembro.
"A abertura solene será feita no dia 19 de março e o ano letivo estará organizado em três trimestres: o primeiro entre 22 de março e 11 de junho, o segundo de 21 de junho a 03 de setembro e, por fim, o terceiro trimestre de 03 setembro a 19 de novembro", declarou porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suaze.
Aquele responsável falava momentos após a 43.ª sessão do Conselho de Ministros na Presidência da República, em Maputo.
As aulas em Moçambique, que usualmente arrancam em fevereiro e terminam em novembro, foram suspensas em março devido à pandemia de covid-19 no âmbito do primeiro estado emergência no país.
Meses após a suspensão, as autoridades decidiram que os alunos das classes com exame (7.ª, 10.ª e 12.ª) deviam voltar às aulas faseadamente, mas sob fortes medidas de prevenção e mediante a criação de condições de higiene nas escolas.
Os alunos das classes sem exame continuam em casa e beneficiaram de passagens automáticas para o nível seguinte, no âmbito das medidas que o Governo tem vindo a tomar face à conjuntura imposta pela prevenção e combate à pandemia de covid-19.
No ensino público, Moçambique conta com um total de 13.337 escolas primárias e 677 escolas secundárias, segundo dados do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano.
Moçambique contabiliza 136 óbitos e 16.373 casos de infeção pelo novo coronavírus, 88 % dos quais dados como recuperados.(Lusa)
É já um dado adquirido que o país ainda não dispõe de um plano concreto para combater os ataques terroristas, que se verificam na província de Cabo Delgado, desde Outubro de 2017, assim como não tem uma ideia de como acabar com as investidas levadas a cabo pela auto-proclamada Junta Militar da Renamo, desde Agosto de 2019, nas províncias de Sofala e Manica.
A confirmação foi feita na passada sexta-feira, pelo Ministro da Defesa Nacional, Jaime Bessa Neto, durante o encerramento do XXI Conselho Coordenador da instituição. No seu discurso de encerramento, o governante orientou os seus subordinados a traçarem, nos próximos 12 meses, um plano de combate ao terrorismo e aos ataques da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, liderada por Mariano Nhongo.
Refira-se que, há dias, o jornal sul-africano Daily Maverick avançou haver dúvidas, por parte dos Estados-membros da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), sobre a seriedade do Governo moçambicano em combater o terrorismo. Segundo aquela publicação, na recente reunião extraordinária da SADC, onde se discutiu o assunto, Jaime Neto simplesmente apresentou uma “lista de compras” e não um plano concreto de combate ao terrorismo, que já causou a morte de cerca de duas mil pessoas e provocou a deslocação de mais de 500 mil. (O.O.)
O número de óbitos causados pela infecção do novo coronavírus subiu para 136, no país. Esta segunda-feira, o Ministério da Saúde (MISAU) anunciou o registo de mais três vítimas mortais, ocorridas na cidade de Maputo, entre domingo e segunda-feira.
Na actualização feita esta segunda-feira, o MISAU anunciou o diagnóstico de mais 82 infecções do novo coronavírus, aumentando para 16.326, o total de casos positivos registados no país. Os novos casos foram notificados na cidade de Maputo (29) e nas províncias de Maputo (33), Zambézia (14), Gaza (quatro), Niassa (um) e Manica (um).
Em relação ao número de internados, as autoridades da saúde reportaram a existência de 40 pessoas hospitalizadas em todo o país, entre os quais uma criança com menos de cinco anos de idade e 12 idosos. Destes, 24 apresentam um estado clínico moderado, 13 estão em estado grave e três estão em situação crítica.
Entretanto, 13 indivíduos recuperaram da doença, aumentando para 14.429, o total de pessoas curadas da doença. Actualmente, 1.757 pessoas estão internadas devido a Covid-19. (Marta Afonso)
Um suposto recrutador de membros do grupo terrorista que actua na província de Cabo Delgado, desde Outubro de 2017, terá sido detido, semana finda, no território tanzaniano, após atravessar a fronteira de Cóbuè, distrito de Lago, província do Niassa, na companhia de 15 pessoas (todas do sexo masculino), que supostamente se iam juntar ao grupo terrorista.
De acordo com as fontes, o suposto recrutador é um comerciante naquela parcela do país, porém, não avançaram o nome do distrito onde operava e muito menos a actividade comercial que desenvolvia.
Entretanto, “Carta” soube ainda do desaparecimento, na província do Niassa, do gestor dos negócios do empresário Aly Majolela. Lembre-se, Majolela foi barbaramente assassinado, em Agosto último, no distrito de Majune, juntamente com a sua esposa, de nacionalidade somali. O empresário dedicava-se ao transporte de passageiros entre Moçambique e Tanzânia.
Refira-se que o recrutamento, sobretudo de jovens, continua a preocupar as autoridades. Em entrevista ao Jornal Notícias, o Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, fez questão de referir ao facto de os deslocados serem constituídos, na sua maioria, por mulheres, crianças e idosos.
“Nas nossas intervenções, temos procurado saber das próprias esposas onde é que estão os maridos e nem sempre temos respostas convincentes. Às vezes são explicações vazias, que não encontram espaço para poder as subscrever. Portanto, estamos a falar de uma realidade que preocupa as FDS”, disse o chefe da polícia moçambicana. (Carta & O.O.)