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Doze pessoas morreram na semana passada, na comunidade de Majuve, no distrito de Memba, província de Nampula, vítimas de intoxicação alimentar. O facto foi confirmado esta terça-feira, pelas autoridades da Saúde daquela província do norte do país.

 

Falando à Rádio Moçambique (RM), o Director Provincial de Saúde de Nampula, Fernando Mitano, disse que a investigação efectuada pelo sector da Saúde concluiu que as vítimas, que eram da mesma família, comeram carne de tartaruga marinha, supostamente envenenada, facto que revela que, apesar da veda, a captura e o consumo de tartaruga marinha ainda continuam na província de Nampula.

 

Referir que, no distrito de Nhamatanda, província de Sofala, duas crianças, também da mesma família, perderam a vida por envenenamento, depois de usar um medicamento tradicional utilizado para o tratamento da malária naquele distrito da província de Sofala. (Carta)

O país registou mais um caso de internamento devido à pandemia do novo coronavírus, tendo elevado para 24, o número total de internados devido à doença. Entretanto, sete estão nos cuidados intensivos, que se encontram nas províncias de Nampula (dois), Tete (um), Sofala (um), Gaza (um), Província de Maputo (um) e na Cidade de Maputo (um).

 

A informação foi partilhada esta quinta-feira, pela Directora Nacional de Saúde Pública, durante a conferência de imprensa reservada, entre outros objectivos, à partilha de dados sobre o estágio da preparação da resposta, na qual explicou que os indivíduos apresentam patologias crónicas diversas associadas ao coronavírus, porém, apresentam uma boa evolução clínica.

 

Na conferência de imprensa desta quinta-feira, as autoridades da saúde anunciaram o diagnóstico de mais 15 casos positivos, tendo elevado para 918, o número total de infectados no país. “Os novos casos são de nacionalidade moçambicana e estão em isolamento domiciliar e, neste momento, decorre o rastreio de contactos. Todos resultam da vigilância activa nas unidades sanitárias e do rastreio de contactos de casos positivos”, afirmou.

 

De acordo com Marlene, os novos casos foram registados nas províncias de Niassa (um), Cabo Delgado (10), Nampula (um), Gaza (um) e na província de Maputo (dois). (Marta Afonso)

Todos os bairros da cidade de Nampula, capital da província com mesmo nome, estão afectadas pelo novo coronavírus. A informação é revelada pelo Inquérito Sero-epidemiológico, publicado esta quarta-feira. O documento fala da existência de uma heterogeneidade entre os bairros, sendo que os bairros de Natikire (12%) e Namutequeliua (11%) são os que têm maior número de casos.

 

O documento revela ainda que todas as faixas etárias, na cidade de Nampula, estão afectadas, sendo que os adolescentes, jovens e adultos são os mais afectados. Os grupos profissionais (todos) são também afectados, sendo que os vendedores de mercados estão mais expostos.

 

Refira-se que o primeiro caso de Covid-19, naquele ponto do país, foi detectado no passado dia 24 de Maio, sendo que no dia seguinte (25) foi anunciado o primeiro óbito devido à doença, registado cinco dias antes do seu anúncio. Já no dia 6 de Junho, o Ministro da Saúde declarou a cidade como estando em fase de transmissão comunitária, o que levou à realização do Inquérito Sero-epidemiológico.

 

“Foram testadas um total de 6.272 amostras, sendo 4.015 masculinos e 2.257 femininos. Os vendedores dos mercados ocupam maior número de seropositividade, que é de 1.493, ocupando 10% dos casos; dos 15 aos 34 anos ocupam 6%; os técnicos de laboratórios é que são mais afectados com 13% e, na área dos transportes, os táxis-carro é que ocupam mais casos”, detalha a fonte.

 

Segundo o Ministro da Saúde, Armindo Thiago, os resultados, embora preliminares, são de extrema importância para se intensificar as acções de controlo, direccionado aos locais e aos grupos mais expostos com vista a assegurar a focalização e eficiência nas intervenções.

 

Tiago explicou ainda que, com base nos resultados, as autoridades estão levando a cabo algumas acções, sendo que a primeira é a intensificação do processo de reorganização e funcionamento dos mercados, de higienização e desinfeção, direccionados aos agregados familiares, sobretudo, os que têm casos positivos de Covid-19; acelerar os planos de melhoria do processo de abastecimento de água. Nesta quinta-feira, também será iniciada a testagem prática a nível molecular. (Marta Afonso)

Apenas 97 casos separam o país da lista dos países com registo de pelo menos 1000 casos de infecção pelo novo coronavírus. Esta quarta-feira, as autoridades da saúde anunciaram o diagnóstico de mais 14 casos positivos de infecção pelo novo coronavírus, tendo subido para 903, o número total de pessoas infectadas pela doença, desde 22 de Março último.

 

De acordo com o boletim de actualização diária dos casos de Covid-19 no país e no mundo, os 14 casos foram diagnosticados entre as 757 amostras testadas nas últimas 24 horas, sendo que 13 infectados são moçambicanos e um é de nacionalidade chinesa. Os mesmos resultam da vigilância activa nas unidades sanitárias e do rastreio de contactos de casos positivos, porém, um deles é importado da vizinha República da África do Sul.

 

De acordo com o documento, seis doentes encontram-se na província de Nampula, três na província da Zambézia, um na província de Sofala, três na província de Maputo e um na cidade de Maputo. Destes, 10 são do sexo masculino e dois são menores de cinco anos e um é idoso. Todos se encontram em isolamento domiciliar.

 

Para além dos 14 infectados, diagnosticados nas últimas 24 horas, as autoridades da saúde registaram também o internamento de mais um paciente, desta vez na província de Tete, totalizando, desta forma, um cumulativo de seis pacientes internados em todo o país, sendo dois na província de Nampula, um na cidade de Maputo, um na província de Sofala e outro na província de Gaza.

 

Entretanto, mais 16 pessoas recuperaram da Covid-19, totalizando 248, o número de recuperados da pandemia, pelo que apenas 647 pessoas se encontram infectadas pelo vírus. Sublinhe-se que seis pessoas perderam a vida devido à doença. (Marta Afonso)

O antigo deputado da Renamo, Sandura Ambrósio, vai sentar-se no banco dos réus, no próximo dia 10 de Julho. O julgamento, previsto para iniciar às 9:00 horas, vai decorrer na primeira Secção do Tribunal Judicial do Distrito de Dondo, em Sofala.

 

Sandura Ambrósio é acusado de ser um dos financiadores da auto-proclamada Junta Militar da Renamo, liderada por Mariano Nhongo, que, de acordo com as autoridades policiais, é a autora moral e material dos ataques armados nas províncias de Sofala e Manica, região Centro do país. O antigo deputado da Renamo, recorde-se, foi detido a 14 de Janeiro do ano corrente.

 

No banco dos réus, para além do antigo deputado do maior partido da oposição do xadrez político nacional, estarão sentados mais seis arguidos acusados dos crimes de associação para delinquir e conspiração para prática de crimes contra a segurança do Estado.

 

A auto-denominada Junta Militar da Renamo tem estado a protagonizar ataques nas retromencionadas províncias, desde Agosto de 2019, tendo nos últimos meses intensificado as suas incursões. Estimativas apontam que os ataques armados na região Centro já fizeram pouco mais de 10 mortos.

 

Nas Eleições Gerais de 15 Outubro último, na sequência das desinteligências com a actual liderança do partido, que tem à cabeça Ossufo Momade, Sandura Ambrósio concorreu a deputado da Assembleia da República pela lista do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), porém, não conseguiu fazer-se eleger.

 

Outros acusados de financiar a Junta Militar da Renamo

 

Ainda relacionado com os ataques na região Centro do país, figuras de proa do partido Renamo foram mencionadas como sendo municiadores daquele grupo dissidente. Entre os nomes mencionados, constam o da antiga chefe da bancada da Renamo, Ivone Soares (deputada), Elias Dhlakama (deputado), António Muchanga (deputado) e do antigo Secretário-Geral da Renamo, Manuel Bissopo (à data dos factos deputado).

 

No seu último informe sobre a situação geral da legalidade no país, apresentado no passado mês de Maio à Assembleia da República, a Procuradora-Geral da República, Beatriz Buchili, avançou que, em virtude das figuras mencionadas gozarem de um foro especial, foi aberto um processo com número 36/PGR/19 que se encontra em instrução preparatória.

 

Os membros seniores do maior partido da oposição foram mencionados como sendo os que disponibilizavam quantias monetárias para aquisição de armamento e logística para as incursões da auto-denominada Junta Militar. (Carta)

A vila de Mocímboa da Praia, norte de Moçambique, apresenta um cenário de "grande destruição", mas está sob controlo das forças governamentais, após confrontos no fim-de-semana com atacantes armados, disseram ontem diversas fontes.

 

Um empresário do ramo hoteleiro com interesses em Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado, disse à Lusa que a vila está sem eletricidade, água e telecomunicações, na sequência dos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança (FDS) e um grupo de atacantes armados.

 

"A situação é grave, há muita destruição e é difícil saber o que é que não foi afetado", afirmou.

 

A maioria da população continua refugiada fora da vila e há muitas pessoas desaparecidas, havendo receios de que várias possam ter morrido durante os confrontos.

 

Fontes militares disseram que as FDS controlam a vila, mas há focos de presença de atacantes nas redondezas. "Achamos que há malfeitores misturados com famílias fora da vila e por isso as buscas e perseguição continuam", disse um militar.

 

Os confrontos entre as FDS e os grupos armados eclodiram na madrugada de sábado, provocando a fuga da população. Mocímboa da Praia já tinha sido invadida e ocupada durante um dia por rebeldes em 23 de março, numa ação depois reivindicada pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico.

 

Os confrontos do fim-de-semana são os maiores de que há relato em Cabo Delgado desde a ocupação por insurgentes da vila de Macomia, entre 28 e 30 de maio, e consequente confrontação com as FDS moçambicanas.

 

Mocímboa da Praia é uma das principais vilas da província, situada 70 quilómetros a sul da área de construção do projeto de exploração de gás natural conduzido por várias petrolíferas internacionais e liderado pela Total.

 

A violência armada dos últimos dois anos e meio já terá provocado a morte de, pelo menos, 700 pessoas e uma crise humanitária que afeta cerca de 211.000 residentes.

 

As Nações Unidas lançaram, no início de junho, um apelo de 35 milhões de dólares (30 milhões de euros) à comunidade internacional para um Plano de Resposta Rápida para Cabo Delgado para ser aplicado de maio a dezembro. (Lusa)