Moçambique registou, esta terça-feira, mais 28 casos de infecção pelo novo coronavírus, elevando para 1040, o número total de casos positivos registados no país, sendo 958 de transmissão local e 82 importados. A informação consta do comunicado de imprensa partilhado pelo Ministério da Saúde, com vista a actualizar o estágio da pandemia no país.
De acordo com a nota, os casos foram diagnosticados entre as 1.104 amostras testadas pelas autoridades da saúde de segunda para terça-feira, sendo que todos resultam da vigilância activa nas unidades sanitárias e do rastreio de contactos de casos positivos.
Assim, oito são da província de Nampula, 15 da província da Zambézia, um caso da província de Maputo e quatro na Cidade de Maputo. Todos são moçambicanos e estão em isolamento domiciliar.
Para além das novas infecções, o Ministério da Saúde avança que o país registou mais três casos totalmente recuperados da doença, sendo todos de nacionalidade moçambicana, encontrando-se na capital do país. (Marta Afonso)
A vila de Mocímboa da Praia, norte da província de Cabo Delgado, voltou a viver momentos de terror, depois de, na noite de quinta-feira, ter testemunhado mais um momento de troca de tiros entre os insurgentes e as Forças de Defesa e Segurança (FDS).
De acordo com as fontes, o tiroteio teve início por volta das 19:00 horas e prolongou-se até por volta das 04:00 horas de sexta-feira. Um residente do bairro Nanduadua contou à nossa reportagem que os insurgentes continuam a escalar aquela vila-sede durante a noite, retirando-se durante a noite.
O tiroteio, recorde-se, ocorreu quase uma semana depois de os insurgentes terem ocupado, novamente, aquela vila-sede, três meses depois de terem “tomado” a vila, pela primeira vez, em Março passado. Aliás, os cidadãos ainda tentavam contabilizar os estragos causados pelos terroristas no sábado do dia 27 de Junho, quando foram novamente alvos destes.
Segundo as fontes, o tiroteio voltou a provocar a deslocação de pessoas, desta vez para a vila-sede do distrito de Mueda, considerada como o local seguro na região norte daquela província, por albergar o centro das operações contra insurgentes em Cabo Delgado.
Mais de 40 corpos enterrados em Mocímboa da Praia
Enquanto isso, mais de 40 corpos de cidadãos civis foram enterrados, semana finda, nos bairros de Milamba, Nanduadua e 30 de Junho, nos arredores da vila autárquica de Mocímboa da Praia. Trata-se de corpos de indivíduos assassinados durante o ataque terrorista levado a cabo pelos insurgentes no passado dia 27 de Junho.
Entretanto, as fontes garantem que o ataque do passado dia 27 de Junho pode ter causado perto de uma centena de vítimas mortais civis, pois, alguns cidadãos perderam a vida carbonizadas nas suas residências, sobretudo nos bairros Nanduadua e 30 de Junho.
As fontes avançaram ainda não ter havido muitas baixas por parte das FDS, devido ao facto de grande parte dos elementos das FDS ter-se posto em fuga. Lembre-se que os insurgentes retiraram-se da vila-sede de Mocímboa da Praia na tarde da passada segunda-feira, 29 de Junho, após três dias de ocupação. Refira-se que foi na vila de Mocímboa da Praia, onde o grupo terrorista protagonizou o primeiro ataque, a 05 de Outubro de 2017. (Carta)
As Forças de Defesa e Segurança (FDS) desmantelaram, na tarde da passada quarta-feira, uma das bases dos insurgentes, localizada no distrito de Quissanga, região central da província de Cabo Delgado. De acordo com as fontes, o ataque combinado (ar e terra) resultou na morte de diversos integrantes do grupo terrorista, assim como na captura de outros.
Segundo as fontes, a referida base tinha sido desmantelada pelas FDS, porém, após o ataque à vila-sede do distrito de Quissanga, a 25 de Março passado, a mesma foi reconstruída, tendo sidodaquele ponto, onde os insurgentes orquestraram diversos ataques terroristas, assim como raptos. No ataque da última quarta-feira, as FDS recuperaram ainda diverso material bélico, retirado das bases das forças estatais.
Entretanto…
A população de Quissanga acusa as FDS de serem responsáveis pela saída massiva de cidadãos da vila-sede daquele distrito. Em causa, asseguram as fontes, estão as supostas detenções arbitrárias, agressões físicas e sexuais, que tornam as forças estatais “inimigas” da população da província de Cabo Delgado. (Carta)
A República de Moçambique ultrapassou, nesta segunda-feira, a barreira dos 1.000 casos de infecção pelo novo coronavírus, depois de as autoridades da saúde terem diagnosticado mais 25 casos, de domingo para segunda-feira, tendo subido para 1012, o número total de infectados pela doença.
Segundo a Directora Nacional de Saúde Pública, que falava esta segunda-feira, em conferência de imprensa, os casos foram detectados entre as 911 amostras testadas no país, sendo que 22 resultados são provenientes dos laboratórios públicos e três do sector privado. Todos resultam da vigilância activa nas unidades sanitárias e do rastreio de contactos.
De acordo com a fonte, os novos infectados são moçambicanos, sendo que um está na província do Niassa, três na província de Cabo Delgado, cinco na província de Nampula, um caso na província de Tete, três na província de Gaza, um na província de Maputo e 11 na cidade de Maputo. As idades variam entre cinco a mais de 65 anos de idade e todos se encontram em isolamento domiciliar.
Na conferência de imprensa desta segunda-feira, Marlene referiu também que o país conta com seis casos de internamento por diversas patologias associadas à Covid-19 e mais sete pessoas recuperadas da doença, pelo que apenas 725 ainda continuam infectadas, sendo que 289 estão na província de Nampula.
Numa conferência de imprensa que visava avaliar a evolução epidemiológica da Covid-19 no país, o Director-adjunto do Instituto Nacional de Saúde (INS), Eduardo Samo Gudo, anunciou o arranque, nesta terça-feira, do inquérito sero-epidemiológico na cidade de Pemba, província de Cabo Delgado.
Questionado sobre o nível de evolução da doença na capital do país, Samo Gudo garantiu que esta ainda não reuniu todos os requisitos necessários para se afirmar que já esteja em transmissão comunitária. (Marta Afonso)
Um mês depois do ataque à vila-sede do distrito de Macomia, na província de Cabo Delgado, chega mais um relato arrepiante de uma testemunha ocular, que viveu na pele o ataque militar levado a cabo pelos terroristas a 28 de Maio último. O depoimento é de um membro da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), que se encontrava naquela vila, no dia em que os insurgentes ocuparam aquela parcela do país.
“A única forma de escapar era correr para o mato atrás do hospital. Corri quando ouvi tiros ao redor de Macomia. Toda a cidade [vila] estava a correr para o mato. Éramos ao menos mil pessoas – homens, mulheres, idosos, crianças, doentes e cuidadores – todos a correr para escapar do barulho do tiroteio. Parecia o fim do mundo. As pessoas corriam por uma floresta densa – uma área onde seres humanos nunca antes haviam estado. É uma floresta selvagem com muitos espinhos. Sentíamos sede e fome, não havia água por ali – apenas pedras e penhascos. As pessoas tentavam parar para descansar, mas os helicópteros estavam a voar muito baixo”, conta a testemunha, citada pela organização, num comunicado de imprensa, recebido na nossa Redacção.
“O caminho para a vila Licangano não era fácil – havia muitas colinas, tínhamos de subir e descer. Muitos idosos, crianças e doentes não conseguiam saltar obstáculos ou escalar os penhascos íngremes. No pânico, muitas crianças se perderam... Eu vi uma mulher com um bebé, tentando descer uma colina. Ela não conseguia avançar sem ajuda, então deixou a criança no alto e desceu. Naquele momento começou um pesado tiroteio nas proximidades. A mulher gritava por socorro – implorando para que alguém lhe entregasse o bebé. Ninguém conseguiu ajudá-la. As pessoas corriam... aterrorizadas”, conta a testemunha que, de acordo com a nota, integrava uma equipa de 27 trabalhadores de MSF que moravam em Macomia e que fugiram com a população, “desviando-se de balas perdidas, enquanto o confronto ao redor se intensificava”.
De acordo com a organização, que suspendeu as suas actividades nos distritos de Macomia e Mocímboa da Praia, o ataque do passado dia 28 de Maio resultou na destruição do Centro de Saúde e do Laboratório Médico locais, reabilitados com o apoio da organização, após a passagem do ciclone tropical Kenneth, que arrasou a província de Cabo Delgado, em Abril do ano passado.
“O Centro de Saúde de Macomia prestava serviços médicos vitais para toda a população da cidade [vila], estimada em mais de 29 mil pessoas. A MSF deu apoio através de recursos humanos: 27 profissionais, incluindo enfermeiros, um farmacêutico, equipes de saneamento e higiene da água, motoristas e seguranças”, revela a organização, sublinhando que “as pessoas mais vulneráveis são aquelas que sofrerão de forma mais desnecessária” com a interrupção dos seus serviços.
Referir que os ataques terroristas que se verificam na província de Cabo Delgado, desde 05 de Outubro de 2017, já provocaram pelo menos a morte de mais de 1.000 pessoas, sendo que mais de 200 mil cidadãos encontram-se deslocados. (Carta)
Um bebé, com apenas 17 dias de vida, perdeu a vida devido à infecção pelo novo coronavírus. A informação foi avançada este domingo pelas autoridades da saúde, em mais um comunicado de imprensa de actualização de dados sobre a evolução da pandemia no país.
De acordo com o documento, o bebé, que era do sexo feminino, perdeu a vida na sala de isolamento do Hospital Central de Maputo, local onde estava internada desde o passado dia 30 de Junho. O documento explica que as autoridades da saúde colheram a amostra da vítima no dia seguinte (01 de Julho), sendo que o resultado ficou disponível no dia 04 de Julho. Aliás, no comunicado pouco claro, as autoridades da saúde dizem que o bebé perdeu a vida na madrugada do dia 04 de Julho (sábado). Acrescentam que a vítima mortal apresentava diversas doenças, facto que determinou o seu internamento.
Com o óbito anunciado este domingo, o país passa a contar com oito vítimas mortais causadas pelo novo coronavírus, sendo que o sétimo foi anunciado no passado sábado. As autoridades da saúde anunciaram ainda a morte de mais duas pessoas que tinham testado positivo para a doença, mas cuja morte foi causada por outras doenças.
No comunicado de imprensa deste domingo, as autoridades da saúde anunciaram ainda o diagnóstico de mais 18 casos de infecção pelo novo coronavírus, elevando para 987, o número total de pessoas infectadas pela doença desde o passado dia 22 de Março. Destes casos, 905 são de transmissão local e 82 são importados.
De acordo com o documento, os 18 novos infectados são moçambicanos e o diagnóstico resulta da vigilância nas unidades sanitárias, sendo que dois estão na província de Cabo Delgado, dois estão na província de Nampula; um na província de Inhambane; seis na província de Maputo; e sete na cidade de Maputo. Todos se encontram em isolamento domiciliar.
As autoridades da saúde avançam que o país continua com seis indivíduos sob cuidados hospitalares, para além do registo de mais 14 recuperados, sendo três na província do Niassa, três na província de Cabo Delgado, quatro na província de Inhambane e quatro na província de Maputo. “Todos têm nacionalidade moçambicana e cumpriram com isolamento domiciliar durante o período da doença”, detalha a fonte, sublinhando que 270 pessoas já recuperaram da doença, no território nacional. (Marta Afonso)