O Ministério da Saúde (MISAU) anunciou, esta segunda-feira, a suspensão das conferências de imprensa diárias para a actualização dos dados referentes à evolução do novo coronavírus no território nacional.
O anúncio foi feito pelo Chefe do Departamento de Comunicação e Imagem do MISAU, Nelson Belarmino, momentos antes do arranque da conferência de imprensa de ontem, na qual as autoridades da saúde reportaram a ocorrência de mais um óbito, devido à Covid-19, assim como o diagnóstico de mais 24 casos positivos da doença.
Sem avançar os motivos, Nelson Belarmino informou apenas que, a partir desta segunda-feira, o MISAU não ia conceder as habituais conferências de imprensa diárias, passando a fazê-lo às segundas e quintas-feiras para apresentar o balanço semanal e esclarecer aspectos específicos. Assim, a partir desta terça-feira, a instituição irá apenas emitir comunicados de imprensa a actualizar os dados sobre a evolução da doença no país.
A suspensão surge quase dois meses depois de a instituição ter suspendido as conferências de imprensa com presença física dos jornalistas, tendo optado pelas conferências de imprensa virtuais, através da plataforma Zoom. O facto, justificou a instituição, deveu-se ao aumento do número de casos, e sendo os jornalistas um grupo também da chamada “linha da frente”, o MISAU entendeu que os encontros diários destes naquela instituição constituíam um momento fértil para a propagação da doença.
Lembre-se que desde 21 de Março passado que o MISAU concedia, diariamente, conferências de imprensa para actualização dos dados sobre a Covid-19. (Carta)
Um dia depois de o Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, ter anunciado o relaxamento de algumas medidas no âmbito do combate à Covid-19, as autoridades da saúde reportaram a ocorrência de mais um óbito, o sexto, vítima do novo coronavírus. Trata-se de um cidadão de 37 anos de idade, que perdeu a vida neste domingo no Centro de Isolamento da cidade de Nampula, local onde foi internado no mesmo dia, após ter sido transferido de uma unidade sanitária, onde esteve previamente internado devido a outras patologias graves.
Segundo a Directora Nacional da Saúde Pública, Rosa Marlene, a amostra do perecido foi colhida no dia 23 de Junho e o resultado esteve disponível quatro dias depois (dia 27) e o óbito veio a ocorrer no passado domingo.
Sendo o sexto óbito a ser registado no país por Covid-19 e também em situações pouco claras, quanto à patologia terminal, Marlene foi questionada sobre o local da contaminação da vítima e se terá sido, de facto, o novo coronavírus que lhe terá tirado a vida, ao que respondeu: “até ao momento, só temos um caso internado por Covid-19. O que temos vindo a observar, nos nossos doentes, é a existência de comorbidades ou outras doenças, que leva à evolução dos casos de Covid-19, como é o caso dos nossos doentes”.
“Entretanto, nós dissemos que a pessoa morreu por Covid-19 porque é assim como a OMS [Organização Mundial da Saúde] recomenda. Um indivíduo infectado por coronavírus e que morre na unidade sanitária, o diagnóstico é Covid-19, independentemente de outras patologias, com excepção se for por acidente de viação ou um doente que tenha cancro: aí a causa da morte é considerada o cancro ou acidente de viação. Talvez, se formos a olhar para o estado dos nossos pacientes e olhássemos a sintomatologia relevante, neste caso, talvez o diagnóstico não seria Covid-19, seria associado, mas como temos de seguir as normas, o diagnóstico principal é Covid-19 e as outras patologias que determinaram o internamento são consideradas de doenças associadas”, explicou Marlene, dissipando assim as dúvidas sobre o “estrondoso” número de óbitos (mais de 500 mil) supostamente causados pela Covid-19, no mundo.
Referir que a mudança de critérios na declaração de óbitos por ou com Covid-19 tem merecido intensos debates, pelo facto de, na sua maioria, as vítimas padecerem de outras doenças graves, surgindo dúvidas se as mesmas perderam a vida por Covid-19 e com Covid-19.
Entretanto, na última conferência de imprensa diária concedida nesta segunda-feira, as autoridades da saúde anunciaram o diagnóstico de mais 24 pessoas infectadas pelo novo coronavírus, totalizando um cumulativo de 883 casos positivos, dos quais 810 de transmissão local e 73 importados.
De acordo com a Directora Nacional de Saúde Pública, os novos casos resultam da vigilância activa nas unidades sanitárias e do rastreio de contactos, sendo que seis estão em Cabo Delgado, 16 na província de Nampula e dois na cidade de Maputo. Destes, 13 são do sexo feminino e 11 do sexo masculino. Todos são moçambicanos e se encontram em isolamento domiciliar.
Em relação aos internados devido ao novo coronavírus, a fonte avançou que as unidades sanitárias contam com 22 indivíduos, dos quais cinco continuam sob cuidados hospitalares/intensivos e com diversas patologias crónicas associadas ao coronavírus.
Para além dos internados, o país registou também mais uma pessoa totalmente recuperada da Covid-19, na província de Inhambane, subindo para 229, o número total de recuperados até ao momento. (Marta Afonso)
Um total de 184 crianças com idades entre 7 e 16 anos foram recolhidas das ruas pela polícia moçambicana em Chimoio, centro de Moçambique, por desobedecerem ao estado de emergência em vigor no país, informou ontem a corporação.
Moçambique vive em estado de emergência desde 01 de abril para prevenção da covid-19.As crianças foram recolhidas quando vendiam frutas, amendoins, bolinhos e sacolas plásticas nos mercados informais e locais de lazer, incluindo campos de futebol de escolas nos subúrbios de Chimoio, sem observar o mínimo de medidas de prevenção, explicou o porta-voz do comando da polícia da província de Manica, Mário Arnaça.
“As crianças foram retidas em várias esquadras e só foram colocadas em liberdade mediante a apresentação dos encarregados de educação”, referiu aquele responsável na conferencia de imprensa semanal da corporação. “Os encarregados passaram por uma sensibilização para não enviarem as crianças para as ruas vender no seu lugar”, acrescentou.
Os menores tiveram igualmente uma palestra e os que ainda não foram reclamados por parentes adultos foram encaminhados para o centro infantil provincial.
As crianças vendem nas ruas para apoiar o rendimento das famílias, algumas enviadas pelos próprios pais e outras contratadas como empregadas domésticas. A governadora de Manica, Francisca Tomás, manifestou preocupação acerca dos menores que continuam a circular nas vias publicas sozinhos e sem proteção, reiterando a necessidade de manter as crianças em casa durante o período de encerramento das escolas.
“Não devemos usar as nossas crianças para ir vender banana, bolinhos, amendoins e outros bens, ou comprar aquilo que a família precisa para consumir, porque elas podem contrair a covid-19”, apelou em declarações à comunicação social.
Mário Arnaça garantiu que a polícia vai reforçar a vigilância nas ruas e locais de lazer para evitar que crianças circulem em tempo de prevenção do novo coronavírus. “É preciso proteger as crianças da covid-19 e a polícia vai continuar a desempenhar o seu papel de fazer cumprir as ordens do estado de emergência”, concluiu. (Lusa)
A Nova Democracia, uma força política nacional criada em 2019, mostra-se preocupada com a “tendência crescente” de perseguição e censura às liberdades de expressão e de imprensa no país. A preocupação foi manifestada este domingo, em comunicado de imprensa, e surge na sequência do desaparecimento do jornalista Ibraimo Mbaruco, da Rádio Comunitária de Palma; da detenção do jornalista da “Carta de Moçambique”, Omardine Omar; e da notificação do jornalista Matias Guente, acusado de “violar” o Segredo do Estado.
“Não bastasse o prolongado silêncio em relação ao desaparecimento do jornalista Ibraimo Mbaruco, em Palma [província de Cabo Delgado], desde 07 de Abril de 2020, no dia 18 de Junho, a Procuradoria-Geral notificou ao Jornalista Matias Guente do Canal de Moçambique da sua constituição em arguido juntamente com o Director do mesmo órgão, Fernando Veloso, acusados de violação do segredo do Estado. Esta longa-metragem vem asseverar as imensas penumbras e arrestas que nortearam a detenção do jornalista Omardine Omar da Carta de Moçambique no dia 25 de Junho em Maputo”, diz a Nova Democracia, na nota a que “Carta” teve acesso.
O facto é que as autoridades de justiça ainda continuam no silêncio em torno do paradeiro do jornalista da Rádio Comunitária de Palma, desaparecido na noite do dia 07 de Abril passado. Na altura, lembre-se, Mbaruco terá enviado uma mensagem aos colegas a informar que estava cercado por membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS), pelo que, se acredita que tenha sido raptado pelas forças governamentais.
Por seu turno, o semanário “Canal de Moçambique” é acusado de “violação do Segredo do Estado” por ter noticiado a existência de contratos secretos de protecção das multinacionais que operam na bacia do Rovuma, no âmbito dos ataques terroristas levados a cabo por um grupo até aqui ainda não identificado. Os referidos contratos foram assinados pelos ex-Ministros do Interior e da Defesa Nacional, Basílio Monteiro e Atanásio Salvador M’tumuke, respectivamente.
Já o jornalista Omardine Omar, da nossa Redacção, foi detido no passado dia 25 de Junho pela Polícia da República de Moçambique, alegadamente por ter desobedecido ao Decreto de Estado de Emergência. O repórter foi restituído à liberdade na manhã deste domingo.
“Temos de lembrar que a liberdade de expressão é ampla e não inclui apenas informações e opiniões inofensivas, indiferentes ou elogios, mas também, e sobretudo, aquelas críticas que possam causar algum transtorno, inquietação ou repercussão negativa nos governantes e agentes públicos já que a liberdade crítica conforma a opinião pública e é um pilar assertivo da democracia, do controlo social das instituições e seus dirigentes”, refere a Nova Democracia.
“Ora, porque a liberdade de expressão é a mais genuína condição humana, denunciamos todo este obscurantismo do Estado, que visa instituir, no país, algo como crime de opinião levando a que, mais uma vez, a liberdade de imprensa em Moçambique sente no banco dos réus”, defende a fonte, sublinhando: “num cenário em que, quer o Ministério da Defesa, quer o Ministério do Interior não negam a autenticidade da informação difundida pelo Canal de Moçambique, quem deveria ser julgado são aqueles que usam a lei do segredo do Estado promiscuamente para proteger interesses inconfessáveis e não quem expõe este uso indevido da lei”.
“Manifestamos, assim, o nosso rigoroso repúdio, convictos de que todos os actos de inegável relevância pública demandam da liberdade de expressão na sua forma de juízo de convicção na imprensa e na população”, afirma aquela formação política, que encoraja a comunicação social a continuar com o seu trabalho. (Carta)
Moçambique registou, de sábado para domingo, três altas clínicas por infecção pelo novo coronavírus, contando, neste momento, com um total de cinco indivíduos internados (que apresentam ainda diversas patologias crónicas), sendo dois na província de Nampula, um na cidade de Maputo, outro na província de Sofala e o último na província de Gaza.
Segundo o Director do Instituto Nacional de Saúde (INS), Ilesh Jane, os três indivíduos que, entretanto, irão continuar em tratamento nas suas residências, encontravam-se internados nas cidades de Nampula (dois) e Maputo.
Na conferência de imprensa deste domingo, Ilesh Jane anunciou ainda a recuperação de mais três pacientes: um na província de Tete e dois na província de Cabo Delgado. Todos são de nacionalidade moçambicana e cumpriram com o tratamento a partir dos seus domicílios. Assim, Moçambique conta com 228 pacientes totalmente recuperados da doença.
Entretanto, numa progressão geométrica, continuam as novas infecções. Neste domingo, as autoridades anunciaram mais 20 casos positivos de Covid-19, totalizando um cumulativo de 859 casos positivos diagnosticados da doença.
De acordo com Ilesh Jane, os novos casos resultam de várias formas de vigilância e rastreio, localizando-se nas províncias de Cabo Delgado (quatro), Sofala (quatro), Gaza (um) e Maputo Província (11). Todos são moçambicanos, sendo 18 do sexo masculino e dois do sexo feminino.
Com cinco óbitos registados desde a notificação do primeiro caso (e mais dois por outras doenças), o país conta, actualmente, com 624 pessoas infectadas pela pandemia. (Marta Afonso)
O país conta, desde ontem, com 21 internados devido à infecção causada pelo novo coronavírus. Segundo a Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, os 21 pacientes internados estão distribuídos em quatro províncias, sendo que 16 estão na província de Nampula, três na cidade de Maputo, um na província de Sofala e outro na província de Gaza.
Na conferência de imprensa desta quinta-feira, 25 de Junho, Marlene explicou que 10 indivíduos foram hospitalizados por diversas patologias crónicas, que podem ser agravadas pela existência do vírus do coronavírus no seu organismo. Avançou ainda que as autoridades da saúde concederam alta a um indivíduo, na província de Nampula, que deverá, no entanto, continuar com o tratamento a partir da sua residência.
Quanto aos novos casos, a Directora Nacional da Saúde Pública anunciou o diagnóstico de mais 26 casos, o que eleva para 788, o número cumulativo de Covid-19 no território nacional. Dos novos infectados, 25 são moçambicanos e um malawiano. Os mesmos, disse Marlene, resultam do rastreio de contactos, da vigilância activa nas unidades sanitárias e do controlo dos indivíduos que estavam em quarentena.
“Sete estão na província de Cabo Delgado, 16 são da província de Nampula, dois são da província de Maputo e um está na cidade de Maputo. Destes, 23 são do sexo masculino e três são do sexo feminino. Cinco são adolescentes, sete são jovens, oito são adultos e seis são idosos. Todos estão em isolamento domiciliar”, detalhou a fonte.
Rosa Marlene anunciou ainda o registo de mais um caso totalmente recuperado da infecção do novo coronavírus, na província de Cabo Delgado, totalizando 221 casos totalmente recuperados, pelo que, ainda temos 551 pessoas infectadas. (Marta Afonso)