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Com os números a aumentar, a cada dia que passa, o sector da saúde anunciou, esta terça-feira, que a província da Zambézia, concretamente a sua cidade capital, Quelimane, já conta com dois casos de coronavírus, deixando para trás apenas a província do Niassa.

 

Os dois casos da Zambézia foram identificados entre os quatro casos diagnosticados entre segunda e terça-feira. Os outros dois casos estão na província de Nampula, concretamente na sua cidade. Segundo a Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, o Instituto Nacional de Saúde (INS) testou, de segunda para terça-feira, 240 suspeitos, sendo que 236 se revelaram negativos para a Covid-19. As amostras resultam da vigilância activa e do rastreio de rotina nas unidades sanitárias.

 

Assim, o país conta com 213 pessoas infectadas pela Covid-19, sendo que 187 contraíram a doença no território nacional e os restantes no estrangeiro. Dos 213 casos, 71 encontram-se completamente curados e um, infelizmente, perdeu a vida. Entretanto, contrariamente ao que o Ministério da Saúde avançou na segunda-feira, a adolescente perdeu a vida no passado dia 20 de Maio e não no dia 25.

 

Segundo Rosa Marlene, os quatro novos infectados são todos moçambicanos e dois não apresentam sintomas, enquanto os restantes apresentam sintomas leves a moderados. Todos se encontram em isolamento domiciliar e já decorre o mapeamento dos contactos.

 

Referir que, do total de casos, 116 encontram-se na província de Cabo Delgado, dos quais 52 já estão recuperados; oito em Nampula; dois na Zambézia; três em Tete; um em Manica; 12 em Sofala; três em Inhambane; três em Gaza; 22 na província de Maputo (cinco recuperados); 43 na cidade de Maputo (14 recuperados).

 

Marlene disse ainda que as autoridades da saúde já localizaram a criança de sete meses de vida, diagnosticada com a doença na cidade da Beira e que, durante duas semanas, estava em lugar incerto. Neste momento, a criança encontra-se no distrito de Changara, província de Tete. (Marta Afonso)

Treze (13) dias depois de ter sido alvo, pela primeira vez, da “fúria” dos terroristas, a aldeia Koko, localizada a aproximadamente 17 Km da vila-sede do distrito de Macomia, província de Cabo Delgado, voltou a ser vítima do terror “espalhado” por aquele grupo naquela região do país.

 

O ataque aconteceu no último domingo, entretanto, não houve vítimas mortais. À “Carta”, as fontes relataram a habitual destruição de bens da população, incluindo o incêndio das palhotas.

 

Relata-se ainda o saque de vários produtos alimentares, alguns dos quais doados por algumas organizações humanitárias.

 

Já na manhã desta segunda-feira, segundo as fontes, três supostos terroristas foram capturados pela população das aldeias Machova e Bangala II e entregues à uma unidade das Forças de Defesa e Segurança (FDS), instalada na vila de Macomia.

 

De acordo com os relatos, os três suspeitos são desconhecidos na região e foram surpreendidos a tomar banho num riacho muito próximo do povoado de Songeia, que dista a aproximadamente 4 Km daquela vila-sede.

 

A captura dos três supostos “terroristas” aconteceu depois de no domingo as autoridades naquele ponto do país terem decretado um recolher obrigatório às 18 horas, na sequência de informações postas a circular, dando conta de que os terroristas iriam atacar a vila, durante a celebração do fim do ramadão. (Carta)

O sector da saúde diz ainda não estar preparado para lidar com o aumento de casos de infecção pelo coronavírus no país. A garantia foi dada esta segunda-feira pela Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, durante a conferência de imprensa de partilha de dados sobre a evolução da Covid-19 no país e no mundo.

 

“Não estamos preparados para um aumento de infecções. É por isso que a estratégia do Ministério da Saúde, aprovada pelo Governo, é que nos concentremos na prevenção, porque, pela história da Covid-19, nenhum país conseguiu dar resposta a um grande número de doentes”, explicou.

 

Por isso, a fonte disse estar bastante preocupada com o aumento de número de casos no país, pois, o seu sector tem vindo a trabalhar na difusão de mensagens de prevenção. Entretanto, afirmou que as unidades sanitárias têm condições para dar resposta, porém, não têm capacidade para atender uma grande avalanche.

 

Assim sendo, Rosa Marlene disse ainda que o sector da saúde lança um apelo neste momento para que as pessoas continuem a difundir as mensagens de prevenção porque são a única forma de conter a contaminação no país. (Marta Afonso)

Sessenta e cinco dias depois do registo do primeiro caso pelo novo coronavírus, Moçambique contabiliza o seu primeiro óbito devido à pandemia. Nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde (MISAU) anunciou que o primeiro óbito de Covid-19, no território nacional, é uma adolescente de 13 anos de idade, que já estava nos radares das autoridades da saúde por padecer de outras doenças crónicas e o seu último internamento teve lugar há cerca de três meses.

 

Segundo a Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, a vítima mortal foi levada ao hospital, pela última vez, no passado dia 20 de Maio para o controlo e foi nesse momento em que os profissionais da saúde detectaram febre e tosse na mesma, tendo sido submetida ao teste de Covid-19, o qual deu positivo.

 

“A amostra foi colhida no dia 20 de Maio, na cidade de Nampula, e foi testada no dia 24 do mês corrente no Instituto Nacional de Saúde, cujo resultado foi anunciado esta segunda-feira, depois do óbito do paciente, porque a amostra estava ainda em processamento”, revelou a fonte.

 

Marlene afirmou que, de domingo para segunda-feira, o MISAU diagnosticou mais 15 pessoas infectadas com o novo coronavírus, que resultaram de 331 suspeitos, totalizando 209 casos, dos quais 58% são crianças menores de 14 anos de idade. As amostras resultam todas da vigilância activa no sector público e privado.

 

Descrevendo os novos casos, Marlene disse tratar-se de cidadãos moçambicanos com idades compreendidas entre cinco a 24 anos de idade, sendo 13 do sexo masculino e dois feminino. Cinco são assintomáticos e 10 apresentam sintomas leves a moderados, pelo que todos se encontram em isolamento domiciliar.

 

Na interacção com a imprensa, Marlene revelou ainda a recuperação de mais 20 pessoas, todas da Península de Afungi, distrito de Palma, província de Cabo Delgado. Os recém-recuperados são do sexo masculino, com faixa etária entre 25 e 60 anos de idade, sendo que apenas oito é que são moçambicanos. Assim, o país já conta com 71 pessoas recuperadas da Covid-19, pelo que continua com 137 casos activos. (Marta Afonso)

A cinco dias do término do Estado de Emergência, decretado a 30 de Março e prorrogado a 29 de Abril, Moçambique regista o maior número de casos de infecção pela pandemia do novo coronavírus em apenas 24 horas. De sábado para domingo, revelaram as autoridades da saúde, o país diagnosticou 26 casos positivos de Covid-19, depois de terem submetido ao teste um total de 516 suspeitos, um número também recorde de testes no país.

 

Segundo a Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, os 26 casos resultam da vigilância activa, do rastreio de rotina nas unidades sanitárias e da “retestagem” de alguns casos, no Acampamento da Total, na Península de Afungi, distrito de Palma, província de Cabo Delgado.

 

Assim, dos novos infectados, afirmou a fonte, 24 são moçambicanos, um sul-africano e um norte-americano, todos com idades entre 15 a 44 anos, sendo que sete são do sexo feminino e 19 do sexo masculino. Dos novos casos, 22 estão na província de Cabo Delgado (dois em Palma, oito no Acampamento de Afungi e 11 na cidade de Pemba), três na província de Nampula e um na província de Maputo. Nove são assintomáticos e os restantes apresentam sintomas leves a moderados.

 

Com o registo de mais 26 casos de infecção pela Covid-19, o país passa a contar com 194 casos, dos quais 168 de transmissão local e 26 importados. Deste número, 51 pessoas já são tidas como recuperadas, havendo assim 143 casos activos.

 

Falando em mais uma conferência de imprensa de actualização de dados sobre a Covid-19 no país e no mundo, Marlene revelou ainda que o país conta com mais um caso de internamento, sendo que o indivíduo internado é moçambicano, com idade compreendida entre 34 e 44 anos, e encontra-se no Hospital Provincial de Inhambane. À sua entrada, garante a fonte, o cidadão tinha insuficiência respiratória aguda.

 

Segundo o Director do Instituto Nacional de Saúde (INS), Ilesh Jane, o país está a entrar numa semana bastante complicada, devido ao número de infecções registado logo no primeiro dia da semana epidemiológica. (Marta Afonso)

A procuradora-geral da República (PGR) moçambicana considera que o ex-ministro das Finanças Manuel Chang será absolvido nos EUA, se for extraditado para este país, no processo das ‘dívidas ocultas’, porque a justiça norte-americana não tem jurisdição sobre o caso.

 

"Se a decisão for no sentido de extraditar Manuel Chang para os Estados Unidos da América, o mesmo poderá ser restituído à liberdade", declarou hoje Beatriz Buchili, na Assembleia da República.

 

A PGR respondia a perguntas dos deputados sobre o processo de extradição do antigo ministro das Finanças, cuja custódia é disputada pela justiça moçambicana e norte-americana para julgamento no âmbito do processo das ‘dívidas ocultas’.

 

Beatriz Buchili recordou que um tribunal de Nova Iorque decidiu em dezembro que a justiça dos Estados Unidos da América (EUA) não tem jurisdição sobre o caso das ‘dívidas ocultas’ moçambicanas.

 

Esse entendimento da justiça norte-americana levou à absolvição do franco-libanês Jean Boustani.

 

"A decisão judicial poderá não ser diferente da tomada no caso precedente, referente a Jean Boustani, peça-chave de todo o processo de endividamento e desvio dos valores em causa", sublinhou Buchili.

 

O desfecho no caso de Jean Boustani, prosseguiu a magistrada, reforça o interesse de Moçambique em lutar pela extradição de Manuel Chang, detido na África do Sul.

 

A PGR criticou organizações da sociedade civil moçambicana que defendem a extradição do antigo ministro das Finanças para os EUA e que apontam a falta de credibilidade da justiça moçambicana.

 

Beatriz Buchili reiterou que o Estado moçambicano é o único com jurisdição sobre o caso e os moçambicanos são os maiores lesados pelo escândalo das ‘dívidas ocultas’.

 

"Deve haver coerência no tratamento deste assunto. Porquanto, se por um lado, se exige o esclarecimento integral do processo judicial relativo à contração da dívida, por outro, é necessário considerar que esse esclarecimento passa pela responsabilização de todos os indivíduos envolvidos, incluindo Manuel Chang, o que só pode acontecer com a extradição deste para Moçambique", afirmou.

 

Por "dever patriótico", prosseguiu, as organizações da sociedade civil deviam pressionar os países obrigados a cooperar no caso, principalmente os EUA, para ajudarem no processo judicial em Moçambique.

 

"Não é lógico, nem faz sentido, ao mesmo tempo, exigir o esclarecimento integral e célere no processo que corre termos em Moçambique e a extradição de Manuel Chang para os Estados Unidos", referiu.

 

Os EUA, continuou Buchili, não tem jurisdição sobre esta matéria, para além de não colaborarem com as autoridades moçambicanas e perseguirem os seus próprios interesses.

 

Na quarta-feira, a PGR acusou no parlamento as autoridades norte-americanas de falta de cooperação no processo judicial sobre as dívidas ocultas, assinalando que o silêncio dos EUA está a prejudicar as investigações e a celeridade da justiça.

 

Já na informação prestada à Assembleia da República relativa a 2018, a chefe da magistratura do Ministério Público moçambicano também tinha acusado os EUA de falta de cooperação no caso das ‘dívidas ocultas’.

 

Este mês, por sua vez, os EUA acusaram Moçambique de "perseguir" a extradição de Manuel Chang para proteger o antigo Presidente Armando Guebuza e altos quadros do partido no poder, suspeitos de terem recebido 150 milhões de dólares (138 milhões de euros) em "luvas".

 

"Os Estados Unidos têm provas de que 150 milhões de dólares em subornos foram para funcionários públicos moçambicanos, incluindo 10 milhões de dólares [nove milhões de euros] para o partido Frelimo, em Moçambique, e 60 milhões de dólares [54,5 milhões de euros] para Armando Guebuza (ex-Presidente) e o seu filho", lê-se na submissão dos EUA para a extradição do ex-ministro das Finanças moçambicano.

 

O pedido, a que a Lusa teve acesso, foi enviado recentemente pelo Departamento de Justiça dos EUA ao ministro da Justiça da África do Sul.

 

As ‘dívidas ocultas’ estão relacionadas com empréstimos no valor de 2,2 mil milhões de dólares (dois mil milhões de euros) contraídos entre 2013 a 2014 junto das filiais britânicas dos bancos de investimentos Credit Suisse e VTB pelas empresas estatais moçambicanas Proindicus, Ematum e MAM.

 

Os empréstimos foram secretamente avalizados pelo Governo moçambicano da altura, sem o conhecimento do parlamento e do Tribunal Administrativo.

 

Um total de 20 pessoas foram constituídas arguidas em Moçambique, aguardando a decisão da justiça acerca dos recursos que apresentaram face ao despacho de pronúncia, conhecido em agosto de 2019.

 

Entre elas, sobressaem figuras do círculo próximo do ex-Presidente Armando Guebuza, tais como um dos filhos, Ndambi Guebuza, e a sua secretária pessoal, Inês Moaine.

 

A justiça moçambicana abriu um processo autónomo e constituiu 10 arguidos, incluindo seis moçambicanos e quatro estrangeiros, cujas identidades não foram ainda reveladas.