Director: Marcelo Mosse

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Actualizado de Segunda a Sexta

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Economia e Negócios

O conjunto de dívida e obrigações da Vodafone M-pesa SA. (M-pesa), para com os clientes, fornecedores ou ao Governo, em impostos (o que em contabilidade expressa-se em passivos) continuou elevado no ano passado, quando comparado ao total de activos (bens, como o dinheiro em caixa, entre outros direitos da empresa).

 

Em demonstrações financeiras anuais, referentes ao ano económico do M-pesa, findo a 31 de Dezembro de 2019 e, a que “Carta” teve acesso, consta que, os passivos da empresa baixada de 4,3 mil milhões de Meticais em 2018, para 3,8 mil milhões de Meticais em 2019.

 

Entretanto, algo chama atenção. Que os 3,8 mil milhões de Meticais são 70% do total de activos da empresa, avaliados, até à data, em 5,4 mil milhões de Meticais. É uma percentagem relativamente elevada.

 

Divulgadas há dias, as demonstrações financeiras do M-pesa reportam que dos referidos passivos, pouco mais de 3 mil milhões de Meticais são “recursos dos clientes” e, o valor remanescente é referente a diversos “impostos” ao Governo e, entre “outros passivos”.

 

Todavia, nesse quadro financeiro, o M-pesa (detido pela Vodacom Moçambique) consegui receita avaliada em 4.3 mil milhões de Meticais, contra 2.8 milhões de Meticais registados em 2018, e o lucro depois do imposto avaliado em 895,4 milhões de Meticais contra 394,8 milhões de Meticais, conseguidos em 2018.

 

A nossa fonte demonstra ainda que de 2018 ao ano em análise, o número de clientes do M-pesa cresceu 14% de antes 3.7 milhões para atingir 4.3 milhões. Os agentes (M-pesa) activos cresceram 27% atingindo 31.401 agentes activos em comparação com 24.729 em 2018.

 

“A Empresa registou um total de 1.236 milhões de transacções (2018: 926 milhões) realizadas por clientes durante o exercício financeiro de 2019, representando um crescimento anual de 33%. Um crescimento semelhante foi alcançado para os valores das transacções, com um total de 429 milhões de MT (2018: 277,3 milhões de MT), um crescimento de 55% entre as carteiras durante o exercício”, relatam as demostrações financeiras do M-pesa que também afirma pretender expandir os serviços e garantir que a maioria dos moçambicanos tenha acesso a serviços financeiros básicos.

 

Em relação à crise pandémica, os administradores do M-pesa reconhecem as incertezas que a Covid-19 traz para o mercado global e particularmente nacional, mas reafirmam a certeza de continuar em continuar em actividade. (Evaristo Chilingue)

O Instituto de Supervisão de Seguros de Moçambique (ISSM) diz que as empresas Seguro Moza, Lda. – Seguros-Insurance; Ideal Seguros, Lda.; e Prêmio Seguros, SA. não estão autorizadas a operar no país.

 

Ainda assim, em aviso emitido a 09 de Julho corrente e a que “Carta” teve acesso, o ISSM afirma que tem vindo a receber, de entidades públicas, pedidos de confirmação de apólices de seguro de garantia exigida nos termos do disposto no nº. 3, do artigo 77, da Circular nº.11/GM-MEF/2018, de 31 de Dezembro, sobre a administração e execução do Orçamento do Estado, emitidas pelas referidas seguradoras.

 

“A este respeito, o ISSM torna público que as supostas empresas não estão autorizadas a exercer a actividade seguradora na República de Moçambique, pelo que as apólices de seguros, incluindo as de seguro de garantia, eventualmente emitidas por aquelas empresas são nulas e de nenhum efeito, pois, só as seguradoras que constam do site [do Instituto], podem subscrever apólices de seguros no país”, lê-se no aviso.

 

De facto, após o Jornal visitar o site do ISSM, constatou que a autoridade tem actualmente 21 seguradoras licenciadas para exercer a actividade em Moçambique e, da lista, não constam Seguro Moza, Lda. – Seguros-Insurance, Ideal Seguros, Lda. e Prêmio Seguros, SA. (Evaristo Chilingue)

A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) comunicou, há dias, que a partir de 20 de Julho de 2020, irá distribuir um dividendo de 0,064 Meticais por acção aos seus mais de 16 mil accionistas.

 

A notícia não foi bem recebida por alguns accionistas e não só, que logo mostraram sua revolta, alegadamente porque receber 0,064 Meticais (dos quais deveriam subtrair pelo menos 10% de IRPC ou IRPS) por cada acção, adquirida por 3 Meticais, é deveras irrisório, tendo em conta que a HCB é uma empresa financeiramente robusta e muito lucrativa.

 

Entretanto, há razões matematicamente aceitáveis que levaram a HCB a pagar 0,064 Meticais aos seus accionistas:

  1. Antes, importa contextualizar que, no exercício económico findo a 31 de Dezembro de 2019, a HCB embolsou um lucro líquido de 6.062.916.944.34 de Meticais, valor que é cerca de 30,5% superior ao de 2018, mesmo tendo sido afectada pelo ciclone Idai, que causou a queda de torres de transporte de energia. Isto prova que, de facto, é lucrativa.
  2. Como manda a legislação, a HCB viu-se obrigada a subtrair 28% (embora a Código Comercial e os Estatutos Orgânicos da sociedade, determinem 25%), do referido lucro para pagar aos seus accionistas. Com os remanescentes 72%, a empresa pretende investir para a prossecução do seu negócio no futuro.
  3. Feitos os cálculos (lucros totais menos 28%), a sociedade chegou à conclusão que deve, por obrigação, pagar 1.697.600.000,00 de Meticais em dividendos, aos seus accionistas.
  4. No passo seguinte, a HCB dividiu os referidos dividendos por 26.513.851.000,00 de acções. Refira-se que, em termos de estrutura accionista, 85% de acções pertencem à Companhia Eléctrica do Zambeze (Estado), 3.5% acções próprias da HCB, 7.5% a Redes Eléctricas Nacionais (capitais portugueses), 4.0% aos diversos Investidores nacionais, que chegaram à HCB no ano passado, no âmbito da Oferta Pública de Venda (OPV) de 4%, dos 7.5% que a empresa pretende oferecer a cidadãos, empresas e instituições moçambicanos.
  5. Em última análise, a HCB dividiu os já mencionados 1.697.600.000,00 milhões de Meticais (de dividendos) por 26.513.851.000,00 milhões de acções (também acima referenciados) e chegou à conclusão que deveria pagar aos accionistas, por cada acção, 0.064269118 Meticais (arredondados para 0.064 Meticais), um valor que, na verdade, é superior a 0,051 Meticais por acção, que a HCB pagou, em 2018, em dividendos aos seus accionistas.

 

Constatação: Se o valor do dividendo é irrisório, é que o número de accionistas também é elevado. Portanto, a lição que se pode tirar no negócio de acções e, olhando para esse caso específico, é que os accionistas devem pensar no ganho como um compósito que resulta dos dividendos distribuídos (0.064 Meticais por acção) e da valorização bolsista de suas acções em 16,67%, desde o seu lançamento (se assumirmos o preço actual de 3,50 Meticais por acção). Se conjugarmos ambos ganhos, a taxa ascende a 18,8%. E, vendendo hoje, o accionista (investidor) arrecadaria mais 0,50 Meticais por acção. (Evaristo Chilingue)

quarta-feira, 15 julho 2020 06:31

Álvaro Massinga assegura destinos da CTA

Enquanto o Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, não se recupera, os destinos da agremiação passam a ser conduzidos pelo empresário Álvaro Massinga um proeminente empresário de import/export, que se tornou notável no regime de Joaquim Chissano.  A informação foi anunciada, esta terça-feira (14), em conferência de imprensa, pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral da CTA, Rui Monteiro.

 

Antes de indigitado, Álvaro Massinga era vice-Presidente da CTA. Falando à imprensa, Massinga disse que o estado clínico de Agostinho Vuma continua estável e sob cuidados médicos dentro do país.

 

O Presidente interino da CTA condenou o acto bárbaro contra o Presidente da Confederação e reafirmou que as autoridades policiais continuam no encalço dos criminosos. “As autoridades já estão a investigar os contornos e aguardamos ansiosamente pelos resultados do trabalho em curso”, disse.

 

Apesar do choque, angústia e o desespero na instituição, Massinga assegurou que a CTA, enquanto entidade que representa os interesses do sector privado em Moçambique no processo de diálogo com o Governo, continuará com a mesma determinação no cumprimento da sua missão.

 

“Neste contexto, e olhando para a visão que orienta este mandato, particularmente para a nossa acção que é guiada pelo Plano Estratégico 2017-2020 e um programa específico de emergência desenhado no âmbito da Covid-19, queremos publicamente assumir o compromisso e cometimento de prosseguirmos com todas as acções que o Presidente Vuma orientou a sua planificação”, afirmou.

 

O Presidente interino da CTA informou, na ocasião, que a agremiação constituiu uma equipa que irá acompanhar a par-e-passo o curso de todos os acontecimentos e os desenvolvimentos do quadro clínico do Presidente Vuma e emitirá comunicados sempre que se mostrar necessário, os quais deverão ser considerados a única fonte fiável de informação.

 

O empresário e deputado na Assembleia da República Agostinho Vuma sofreu um atentado no dia 11 de Julho corrente à saída do seu escritório, ao longo da Av. Josina Machel, na cidade de Maputo e, prontamente, foi socorrido para o Instituto do Coração. (Evaristo Chilingue)

quarta-feira, 15 julho 2020 03:58

INAE encerrou mais 11 padarias em todo o país

A Inspecção Nacional das Actividades Económicas (INAE) continua a encerrar padarias em todo o país. Na última semana, das 49 fiscalizadas, a instituição encerrou 11. Segundo o porta-voz da instituição, Tomás Timba, as péssimas condições de higiene continuam a dominar a indústria panificadora.

 

Timba, que falava esta terça-feira em mais uma conferência de imprensa de anúncio dos resultados das actividades inspectivas semanais, levadas a cabo pela INAE, em parceria com diversas entidades, afirmou que as referidas padarias não apresentavam critérios plausíveis, que justificassem, por exemplo, o aumento do preço do pão, apesar de ter sido agravado o preço da farinha de trigo, principalmente em Maputo.

 

Durante a conferência de imprensa, o porta-voz da INAE avançou ainda que as autoridades apreenderam diversos produtos, com destaque para produtos alimentares que totalizaram 529.170 Mts e 623 caixas de cervejas da marca corona, 45 caixas de vinagre da marca “bom sabor”, 85 Kg de carne de vaca mal conservada, 62 Kg de produtos como farinha, feijão manteiga, farinha de milho com prazos vencidos.

No tocante à fiscalização nocturna, as autoridades encerraram cerca de 50 estabelecimentos por violação do Estado de Emergência, concretamente, pela venda clandestina de bebidas alcoólicas e funcionamento clandestino. Também foram encerados alguns estabelecimentos por funcionamento camuflado. (Marta Afonso)

Na última sexta-feira (10) noticiamos que, com vista a mitigar o impacto nefasto provocado pela Covid-19 nos negócios, mais de 700 produtores de frango que operam na Cidade de Maputo e, actualmente sem mercado (não há festas e, para cúmulo, frangos contrabandeados continuam a entrar no país), estão há dois meses de olhos postos no Ministro da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita, citando a Presidente da Associação dos Avicultores de Maputo, Fátima Mussagy.

 

Todavia, após ler a notícia, a fonte (Fátima Mussagy) clarificou que não se tratava do referido governante, mas sim do Ministro de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia.

 

Em verdade, houve um mal-entendido da nossa parte, pelo que endereçamos as nossas sinceras desculpas, quer ao Ministro da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita, quer a Presidente da Associação dos Avicultores de Maputo, Fátima Mussagy pelos danos causados. (Carta)