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Economia e Negócios

O presidente do Instituto Nacional de Petróleo (INP) de Moçambique, Carlos Zacarias, disse hoje esperar que a decisão final de investimento para a produção de gás natural liquefeito em terra na Área 4, norte do país, seja tomada em 2021.

 

"A decisão final de investimento do Projeto Rovuma LNG foi adiada para, em princípio, o próximo ano", referiu em conferência de imprensa.

 

A petrolífera norte-americana ExxonMobil anunciou no início de abril o adiamento, sem prazo, da decisão que era esperada para este ano.

 

O adiamento deve-se a um corte nas despesas de capital em 30% e nas despesas operacionais em 15% devido à queda dos preços do petróleo e derivados, provocada pelo excesso de oferta e baixa procura com a pandemia de covid-19. 

 

O empreendimento está avaliado entre 20 a 25 mil milhões de dólares (18,3 a 23 mil milhões de euros), um dos maiores previstos para África.

 

É um valor semelhante ao do megaprojeto da Área 1 da petrolífera francesa Total - que já disse continuar a avançar como previsto - e sobre os quais recaem as esperanças de Moçambique para dar fôlego à sua economia.

 

Ainda dentro da Área 4, o desenvolvimento da plataforma flutuante Coral Sul prossegue como previsto, com o navio em construção na Coreia do Sul e início de exploração marcado para 2022.

 

A plataforma em mar alto vai fornecer 3,4 milhões de toneladas por ano (mtpa) de gás liquefeito.

 

A extração em mar e processamento em terra (pensínsula de Afungi) das jazidas Mamba, cuja decisão de investimento ficou adiada, deverá fornecer 4,5 vezes mais, ou seja, 15 mtpa.

 

A Área 4 é operada pela Mozambique Rovuma Venture (MRV), uma 'joint venture' em co-propriedade da ExxonMobil, Eni e CNPC (China), que detém 70 por cento de interesse participativo no contrato de concessão. 

 

A Galp, KOGAS (Coreia do Sul) e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (Moçambique) detém cada uma participações de 10%.(Lusa)

quinta-feira, 04 junho 2020 05:40

Redução de tarifas vai custar 13,3 ME à EDM

A empresa estatal Eletricidade de Moçambique (EDM) vai ter um custo de 15 milhões de dólares (13,3 milhões de euros) com a redução da tarifa para as famílias mais desfavorecidas e pequenas e médias empresas, anunciou hoje a companhia.

 

Na última semana, o ministro dos Recursos Minerais e Energia moçambicano, Max Tonela, disse no parlamento que a EDM vai cortar 50% da tarifa de energia para as famílias vulneráveis e 10% para as pequenas e médias empresas afetadas pela pandemia de covid-19.

 

O porta-voz da EDM, Luis Amado, disse hoje em conferência de imprensa, em Maputo, que a redução das tarifas vai beneficiar 179 mil clientes e terá um impacto de 15 milhões de dólares nas receitas da empresa.

 

Luís Amado avançou que a empresa vai procurar junto do Governo encontrar uma forma de compensação, uma vez que pode afetar a capacidade de a empresa cumprir o seu plano de investimento na expansão da rede elétrica.

 

Para este ano, a elétrica pública moçambicana projeta expandir o fornecimento de energia para 300 mil consumidores.

 

A redução da tarifa de energia para as famílias mais desfavorecidas e para as micro, pequenas e médias empresas afetadas pela pandemia de covid-19 enquadra-se num conjunto de medidas de alívio económico e fiscal que o Governo de Moçambique tem vindo a anunciar.

 

Moçambique tem um total acumulado de 316 casos de infeção pelo novo coronavírus, dois óbitos e 10 recuperados.(Lusa)

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) anunciou, semana finda, estar a caminho um fundo a ser injectado à economia, desembolsado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). Enquanto isso, há uma linha de financiamento injectado pelo Governo que, na óptica da CTA, não está a surtir efeito desejado.

 

Mesmo sem precisar a quantidade e data da disponibilização, o membro do Pelouro dos Recursos Minerais, Hidrocarbonetos e Energia na CTA, Chivambo Mamadhosen, garantiu, em conferência de imprensa, que as negociações estão num bom rumo.

 

“A CTA tem estado em contacto com o Banco Africano de Desenvolvimento e estamos à espera de confirmação de um financiamento directo ao Orçamento do Estado, que visa beneficiar o sector privado no pagamento do IRPC para 2020. Mas, tudo isto ainda está em mesa e carece ainda de aprovação”, disse o empresário.

 

A “boa nova”, para as empresas moçambicanas mergulhadas na crise pandémica, vem duas semanas depois de o Governo, através do Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, anunciar duas linhas de financiamento à economia. Uma é avaliada em 1 bilião de Meticais e vai ser oferecida em condições concessionais pelo Banco Nacional de Investimento.

 

Para apoiar as Pequenas e Médias Empresas da área do turismo e outras, igualmente afectadas pelas medidas administrativas do Estado de Emergência, o Governo vai disponibilizar ainda uma linha de financiamento de 600 milhões de Meticais, proveniente do fundo do Instituto Nacional de Segurança Social e será concedida às empresas, através da banca comercial.

 

Uma quinzena após o anúncio dessas linhas, ainda são escassas as informações sobre a data do início da disponibilização das verbas, bem como as condições detalhadas de elegibilidade das empresas, para além do seu real impacto à actividade económica.

 

Enquanto se multiplicam fundos à economia, crescem críticas sobre os 500 milhões de USD disponibilizados a 23 de Março passado, pelo Banco de Moçambique, através de bancos comerciais elegíveis.

 

Ao disponibilizar a verba, antes mesmo das medidas de emergência, o Banco Central acreditou que, ao aceder a esta linha de financiamento, os bancos comerciais teriam mais liquidez (dinheiro) em moeda estrangeira, podendo vendê-la aos seus clientes para a realização de importações.

 

Com a transacção da moeda estrangeira aos seus clientes, o Banco de Moçambique projectou ainda que os bancos comerciais iriam aumentar a disponibilidade do Dólar no mercado, reduzindo a oscilação da taxa de câmbio e, por essa via, promover a estabilidade do preço dos bens e serviços (inflação baixa e estável), o principal objectivo da instituição.

 

Todavia, esses efeitos não estão a ser verificados como se deve na economia e, como consequência, o sector privado, através da CTA, multiplica a cada aparição pública críticas em relação ao impacto dos 500 milhões de USD.

 

Em verdade, se um dos objectivos era proteger a moeda nacional, tal não é o que está a acontecer. O Metical está a verificar uma derrapagem preocupante. Se na primeira quinzena de Janeiro passado, 1 USD era, de acordo com o câmbio do próprio Banco Central, vendido a 62.74 Meticais, neste Junho, o mesmo câmbio aponta a transacção de 1 USD por 70 Meticais (uma diferença de 8 Meticais).

 

Perante esse cenário, que suscita críticas por parte do sector empresarial, questionam-se as condições e o impacto dos fundos anunciados para que não sejam mais alguns, sem o desejado impacto para a economia. (Evaristo Chilingue)

O Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, anunciou esta terça-feira a criação do Instituto de Algodão e Oleaginosas de Moçambique IP (IAOM), uma instituição que vem substituir o actual Instituto de Algodão de Moçambique.

 

Falando à saída de mais uma Sessão Ordinária do Conselho de Ministros, Correia avançou que a criação deste Instituto tem como objectivo promover o fomento, a produção, comercialização, processamento, industrialização e exportação de oleaginosas, para além da melhoria da segurança alimentar e nutricional e a geração de renda e emprego.

 

Na mesma senda, avançou Celso Correia, o Governo criou o Instituto de Amêndoas de Moçambique IP (IAM), também em substituição do Instituto de Fomento do Caju. Para Correia, o Instituto será uma entidade responsável pela formulação de políticas de fomento, produção, comercialização, processamento, industrialização e exportação das amêndoas no país, para promover o desenvolvimento das culturas de amêndoas.

 

Segundo o Ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, nos próximos dois anos, Moçambique poderá produzir e exportar óleo, através da amêndoa em todo o país. Realçou ainda o facto de Moçambique estar a importar cerca de 150 milhões de USD, em óleo, enquanto o mercado da região permite uma oportunidade de 1 bilião de USD. Explicou também que, neste momento, o país está a exportar gergelim para o Japão e que o mesmo serve para produção de um dos azeites mais preferidos daquele país asiático.

 

Na sessão de ontem do CM, o Governo aprovou também a Estratégia de Género na Administração Pública; a Estratégia da Educação Inclusiva e Desenvolvimento de Crianças com deficiência; e apreciou o Relatório da Iniciativa de Transparência da Indústria Extractiva de Moçambique. (Carta)

A taxa única de referência do sistema financeiro nacional para as operações de crédito de taxa de juro variável (ou `Prime Rate´), a vigorar durante o mês de Junho corrente caiu dos anteriores 17,90% para 16,90%, informaram esta segunda-feira (01 de Junho), em comunicado, o Banco de Moçambique e a Associação Moçambicana de Bancos.

 

Mesmo tendo registado uma queda de 100 pontos base, o actual nível da taxa de referência continua baixo para os agentes económicos, bem como famílias mergulhadas em crise pandémica.

 

O desejo da classe empresarial é ver a `Prime Rate´ baixar para 6,25%, o que levaria também a descida da taxa de juro de Política Monetária (vulgo taxa MIMO), actualmente fixada em 11,25%, para 6,25%.

 

A `Prime Rate´ é uma taxa que se aplica às operações de crédito contratualizadas (novas, renovações e renegociações) entre as instituições de crédito e sociedades financeiras e os seus clientes, acrescida de uma margem (`spread´), mediante a análise de risco de cada categoria de crédito ou operação em concreto. Importa referir que, quanto mais baixa for a Prime Rate, maior é o alívio do peso do juro em créditos, quer para famílias, quer para a economia.

 

Depois de calculada e fixada pelo Banco Central e Associação Moçambicana de Bancos, a `Prime Rate´ é acrescida de uma margem (ou `spread´). No crédito a particulares e, consoante os `spreads´ de 17 instituições de crédito que operam no país, anexas ao comunicado, a margem varia de nulo a 6%. Ainda a particulares, a margem para o crédito de consumo varia de nulo a 42.00%.

 

Quanto ao crédito às empresas, a margem parte de 0.00% aos 24.00% para empréstimos até um ano, ou variar entre 1.00 % a 24.00 % para prazos maiores. De acordo ainda com o comunicado, os `spreads´ das 17 ICSF em operações de `leasing´ mobiliário e imobiliário, as margens partem de nulo a 7.75 %. (Evaristo Chilingue)

Os preços de alguns dos principais produtos alimentares mostram, cada vez mais, uma tendência de descida, em alguns mercados das cidades de Maputo, Beira e Nampula, apesar da constante oscilação dos preços que se tem verificado, desde que o novo coronavírus se tornou uma realidade, no nosso país.

 

A constatação parte do levantamento feito pelo Observatório do Meio Rural (OMR), nos dias 13 e 20 de Maio passado, em quatro mercados da cidade de Maputo (Zimpeto, Fajardo, Central e Xiquelene), cinco da cidade da Beira (Central, Chingussura, Maquinino, Mascarenha e Praia Nova) e três da cidade de Nampula (Central, Matadouro e Waresta).

 

O levantamento, que já se tornou rotina naquela organização da sociedade civil, incidiu sobre 14 produtos que registaram maiores variações de preço (igual ou acima de 10%), nomeadamente: açúcar castanho, amendoim, batata-reno, carvão, cebola, coco, farinha de milho, feijão nhemba, mandioca, ovos, peixe carapau, repolho, sal e tomate.

 

De acordo com o nono Boletim de Preços Resumido, publicado semanalmente pela organização, a propósito dos efeitos causados pela Covid-19, na cidade de Maputo, apenas o coco, a mandioca e o repolho tiveram grandes aumentos de preço em pelo menos um dos mercados; enquanto na Beira, os produtos com maior subida foram o açúcar castanho e a farinha de milho, em pelo menos um dos mercados. Em Nampula, o preço do tomate duplicou no mercado de Matadouro.

 

Segundo o OMR, na capital do país, apenas o preço do repolho subiu no mercado Xiquelene, porém, baixou nos mercados Zimpeto e Central e manteve estabilidade no Fajardo. Na Beira, o preço deste bem decresceu nos mercados Maquinino e Central e foi estável nos restantes mercados.

 

Já o preço do coco, na capital do país, aumentou no Xiquelene, mas baixou no mercado Central e manteve-se constante nos mercados Zimpeto e Fajardo. Em Nampula, o preço do coco baixou no mercado Central e manteve estabilidade nos outros dois mercados.

 

Por sua vez, a mandioca sofreu um aumento de preço no mercado Fajardo, na capital do país, e manteve o preço nos restantes mercados. O peixe carapau e o sal registaram redução de preço no mercado Fajardo e estabilidade do preço nos outros mercados.

 

O preço dos ovos decresceu nos mercados Zimpeto e Central e manteve-se estável nos mercados Fajardo e Xiquelene. Já o feijão nhemba registou redução de preço no Zimpeto e estabilidade nos restantes mercados. O preço do carvão incrementou no Xiquelene e manteve-se estável nos restantes mercados.

 

“Na cidade da Beira, verificou-se aumento do preço do açúcar castanho nos mercados Maquinino e da Praia Nova e manutenção do preço nos outros três mercados. Em Nampula, registou-se decréscimo do preço deste produto no mercado Waresta e estabilidade do preço nos restantes mercados”, diz a fonte.

 

De acordo com o levantamento do OMR, o preço da batata-reno e da cebola, na cidade da Beira, baixou nos mercados Central e Maquinino. Na cidade de Nampula, o preço da batata-reno decresceu no Waresta e foi constante no mercado Central; e o preço da cebola reduziu no mercado Central e manteve estabilidade no Waresta.

 

“O amendoim (Beira) registou redução de preço nos mercados Chingussura e Mascarenha e estabilidade no mercado Maquinino. A farinha de milho apresentou aumento de preço no mercado Maquinino e manutenção do preço nos mercados Mascarenha e Chingussura”, acrescenta, sublinhando que, na cidade de Nampula, observou-se o incremento do preço do tomate no mercado Matadouro e manutenção do preço nos mercados Waresta e Central. (Carta)