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Economia e Negócios

O projecto Coral FLNG, em instalação na Área 4 da Bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, anunciou a conclusão da montagem do primeiro módulo no casco da sua plataforma, Coral-Sul FLNG, em construção na Coreia do Sul. Trata-se do módulo de geração de energia, cuja montagem marca o início da integração das infra-estruturas superiores, compostas por 12 módulos de processamento, com cerca de 70.000 toneladas, e o casco, lançado em Janeiro do presente ano.

 

Num comunicado de imprensa a que “Carta” teve acesso, o consórcio refere que o alcance deste marco, que se efectua dentro do calendário do projecto Coral Sul, liderado pela Eni, é de grande significado e relevância, considerando os desafios contínuos, em todo o mundo, resultantes da pandemia da Covid-19.

 

“Em nome dos parceiros da Área 4, reconhecemos, com profunda gratidão, o empenho de todos os colaboradores da Coral FLNG e empresas contratadas que têm demonstrado, de forma incansável, o seu compromisso e cometimento para com o projecto, dando todo o suporte necessário, seguindo os procedimentos de segurança, neste momento, sensível e longe de suas famílias”, lê-se na nota.

 

A nossa fonte realça que a construção da instalação do Coral Sul FLNG, cujas obras principais decorrem nos estaleiros da Samsung Heavy Industry, na Coreia do Sul, e em sete centros operacionais envolvendo uma cadeia global de fornecedores, regista progressos assinaláveis rumo ao início da produção prevista para o ano 2022.

 

O Coral-Sul FLNG, a primeira planta flutuante de liquefacção de gás natural em águas ultra profundas do mundo, com uma capacidade de produção de 3,4 milhões de toneladas de gás liquefeito por ano, será implantado a uma profundidade de cerca de 2.000 metros, ao largo de Moçambique, na Área 4 da Bacia do Rovuma.

 

Enquanto decorrem as obras de construção, é implementado um extenso plano de conteúdo local permitindo que o projecto forneça oportunidades de formação e emprego para jovens moçambicanos, confirmando o compromisso da empresa para com o desenvolvimento sustentável do país.

 

O projecto Coral FLNG é uma entidade estabelecida, em Moçambique, e composta pela Eni, ExxonMobil, CNODC, ENH, Galp e Kogás, para construir, desenvolver e operar o Coral-Sul FLNG, a primeira plataforma mundial de liquefacção de gás flutuante em águas ultra profundas, com capacidade de liquefacção de 3,4 milhões de toneladas por ano.

 

O Coral do Sul FLNG compreende seis poços de produção em águas ultra profundas, no Campo Coral, a uma profundidade de cerca de 2.000 metros, e um sistema de linhas flexíveis. O Campo de Coral tem aproximadamente 16 TCF (trilhões de pés cúbicos) de gás e foi descoberto pela Eni em Maio de 2012. (Carta)

O Instituto de Gestão e Participações do Estado (IGEPE) vendeu 25,76% da sua participação na estrutura accionista do Hotel Cardoso, à Mount Garden FZE/Westmont International Development, Inc, uma subsidiária do grupo Westmont Hospitality associado à comunidade Aga Khan. Com a operação, o IGEPE embolsou 2 milhões de USD.

 

A venda da participação do IGEPE enquadra-se no âmbito do processo de reestruturação do sector empresarial do Estado, com vista a torná-lo robusto e financeiramente sustentável. Neste contexto, “foi decidido alienar a participação social de 25,76% detida pelo Estado na sociedade Hotel Cardoso S.A., à Mount Garden FZE/Westmont International Development, Inc, accionista maioritário da sociedade, que manifestou interesse para o efeito”, realça o Despacho rubricado pelo Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, e publicado em Boletim da República no passado dia 30 de Abril de 2020.

 

De acordo com o Jornal @Verdade, em 2019, as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) também venderam a sua participação de 12% na sociedade Hotel Cardoso S.A. à Mount Garden FZE/Westmont International Development, Inc, por cerca de 1 milhão de USD.

 

“A saída dos accionistas estatais está relacionada com os elevados investimentos que serão efectuados na reabilitação e modernização deste luxuoso hotel cuja existência remota ao início do Século XX e que nem a LAM, tampouco o Estado, têm disponibilidade financeira para o fazerem”, escreve o periódico.

 

Com a saída do IGEPE e da LAM, o Hotel Cardoso, actualmente encerrado devido à crise provocada pelo novo coronavírus, fica a ser gerido maioritariamente pela Mount Garden FZE/Westmont International Development, Inc, uma subsidiária do grupo Westmont Hospitality que em Moçambique também gere o Hotel Polana. (Carta)

O Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Ernesto Max Tonela, esclareceu, esta quarta-feira (27), na Assembleia da República (AR), as razões por detrás da manutenção dos elevados custos do petróleo de iluminação e do gás de cozinha.

 

Em sessão em que o Governo respondia a perguntas formuladas pelos deputados, Tonela explicou que, no último reajuste, havido a 14 de Maio corrente, o Executivo decidiu pela manutenção do preço do gás de cozinha em 61,23 Mts por Kg equivalente, devido, por um lado, às medidas de confinamento decretadas na Ásia, Europa e América do Norte que levaram a um aumento de procura destes produtos, o que agravou a tendência do aumento dos preços dos mesmos e, por outro, à depreciação do Metical face ao Dólar principalmente devido à pandemia.

 

Com a maior procura do produto, o governante acrescentou que, na última revisão, os preços de venda ao público do gás de cozinha deviam sofrer um incremento de 9,13 Mts por Kg.

 

“Para salvaguardar o interesse das famílias, o Governo decidiu não incrementar o preço, passando a subsidiá-lo com base num mecanismo cruzado entre os produtos petrolíferos. De outro modo, uma botija de 14 Kg estaria hoje 127,8 Meticais mais caro. Em relação ao petróleo de iluminação (cujo preço se manteve em 48,44 Meticais por litro) há que fazer referência à redução dos volumes comercializados por conta da Covid-19, impossibilitando a descarga de produtos com preços de aquisição mais recentes. Este facto não permitiu reflectir a baixa dos preços internacionais no ajustamento do mês de Maio, algo que deverá acontecer nos próximos ajustamentos”, esclareceu Tonela.

 

Em plena crise pandémica, o Governo é exigido ainda a redução das tarifas de energia. Para atenuar o impacto do novo coronavírus, sobre a economia e as famílias mais desfavorecidas, o Ministro informou que o Governo decidiu reduzir em 50% a tarifa aplicável aos consumidores de categoria social por um período de seis meses a contar a partir do primeiro de Junho próximo.

 

Segundo Tonela, o Executivo diferiu ainda, por um período de seis meses, o pagamento da Taxa Fixa da factura de energia de empresas dos sectores industrial, comercial, agrícola, serviços, hotelaria, restauração, educação e instalações desportivas e culturais, enquadrados na tarifa geral, grandes consumidores de baixa tensão e média tensão com potência instalada até 200 kVA, cuja facturação registou uma redução acima de 30%, por efeito da pandemia.

 

Para além de “reduzir em 10% na factura de energia dos consumidores dos sectores industriais, comerciais, agrícolas, serviços, hotelaria, restauração, educação e instalações desportivas e culturais, enquadrados na tarifa geral, grandes consumidores de baixa tensão e média tensão com potência instalada até 200 kVA, por um período de seis meses, cuja facturação registou uma redução acima de 30% por efeito da pandemia”, concluiu o Ministro. (Evaristo Chilingue)

Uma empresa agrícola de Majto passou a usar o material de construção de estufas para fazer portais de desinfeção, estrutura que instituições e empresas do país estão a colocar à entrada das instalações na busca de prevenção da covid-19. Médicos e outros especialistas têm alertado: o método não é eficiente, nem aconselhável porque pode provocar irritações, dependendo do líquido pulverizado, lê-se num guia de procedimentos publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 15 de maio.

 

O ministro da Saúde de Moçambique também desaconselhou o uso de tais pórticos.

 

Ainda assim, a empresa LBR, de Maputo, já forneceu mais de 70 portais de desinfeção em cerca de um mês e os pedidos não têm parado de chegar. "São feitos à base de tubo [de plástico] disponível no mercado nacional" e dependendo do que o cliente deseja pode ter acabamentos de vidro, plástico ou em rede importada, explica Leonel Rosário, gerente, enquanto se prepara para mais uma instalação.

 

A ideia dos portais de desinfeção surgiu porque a LBR é uma empresa agrícola e os materiais são os mesmos que usa para montar estufas, revela.

 

Várias instituições públicas ou privadas moçambicanas têm instalado pórticos de desinfeção à entrada das respetivas instalações, apesar das dúvidas da OMS e de médicos.

 

As fumigações devem ser feitas sobre objetos ou espaços, mas não sobre pessoas, defende Hélder Martins, médico e antigo ministro da Saúde moçambicano, uma das primeiras vozes a desaconselhar publicamente o método.

 

Para casos diários, defende que se desinfetem os produtos comprados nas lojas antes de os armazenar em casa, pois não se sabe quem lhes tocou. Segundo refere, os portais foram feitos com muito boa intenção, mas o alvo não é o correto.

 

"Já vi fumigação nas mãos", exemplifica, acrescentando o que tem sido repetido pelas autoridades: "As pessoas devem lavar as mãos com água e sabão", frisou médico e antigo ministro da Saúde.

 

Após as autoridades de saúde de Moçambique desaconselharem os portais, a empresa LBR pensa agora em meios para readaptar as infraestruturas.

 

"Estamos à procura de soluções para que as pessoas possam reaproveitar as infraestruturas", disse o gerente da empresa. O município de Chimoio, no centro do país, que estreou este tipo de sistemas na via pública, já anunciou que os vai readaptar: em vez de pulverizarem um líquido desinfetante, vão passar a ter torneiras para lavar as mãos.

 

Segundo as últimas atualizações, Moçambique tem 227 casos de infeção pelo novo coronavírus, um morto e 71 pessoas recuperadas. O Governo deverá anunciar esta semana os próximos passos depois de decretado o estado de emergência em 01 de abril e prorrogado até 30 de maio - sendo que a Constituição permite mais duas prorrogações.

 

O país vive com várias restrições: espaços de diversão e lazer encerrados, proibição de todo o tipo de eventos e de aglomerações, recomendando-se à população que fique em casa, se não tiver motivos de trabalho ou outros essenciais para tratar.

 

Durante o mesmo período, há limitação de lotação nos transportes coletivos, é obrigatório o uso de máscaras na via pública, as escolas estão encerradas e a emissão de vistos para entrar no país está suspensa.

 

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 350 mil mortos e infetou mais de 5,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

 

Cerca de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China. (Lusa)

O número de trabalhadores desempregados e/ou afectados no sector hoteleiro e turístico continua a crescer com o evoluir da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Se até final de Abril passado, contabilizavam-se cinco mil trabalhadores, actualmente o número quintuplicou para 21.507. Os dados foram revelados esta terça-feira em Maputo, pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Hoteleira, Turismo e Similares (SINTIHOTS).

 

Em conferência de imprensa, o Secretário-geral do SINTIHOTS, Luís Macuácua, reafirmou que o sector de hotelaria, turismo e similares é um dos mais afectados pelas medidas do Estado de Emergência para prevenção da propagação da Covid-19.

 

Como consequência, Macuácua afirmou que a maioria dos estabelecimentos foi encerrada, colocando desta forma 21.507 trabalhadores, equivalente a 33% dos 64.640 trabalhadores existentes em todo o território nacional.

 

“A maior desgraça recaiu aos trabalhadores das actividades de diversão (casinos, discotecas, take-aways, barracas e outros) que viram os seus estabelecimentos encerrados por conta da pandemia Covid-19. Estes trabalhadores estão na profunda incerteza dos postos de trabalho e sem condições de sobrevivência para si e seus dependentes”, lamentou o sindicalista.

 

Dos 21.507 trabalhadores afectados, o SINTIHOTS revela que grande parte se localiza na província de Inhambane, que contabiliza 954, Nampula com 929 e 812 trabalhadores localizados em Maputo.

 

Do total de afectados relacionados a 1.4 mil empresas, o Secretário-geral do SINTIHOTS explicou que 4.128 trabalhadores viram seus contratos rescindidos, 4.058 pessoas em regime de férias colectivas. Já 6.115 trabalhadores viram suspensos os contratos e 7.206 estão em regime de trabalho rotativo.

 

Em meio à pandemia, o Secretário-geral do SINTIHOTS frisou que a agremiação que dirige continua a envidar esforços no sentido de repor a legalidade laboral naqueles estabelecimentos cujas medidas tomadas pelos empregadores violem a legislação laboral.

 

Entretanto, Macuácua reconheceu os esforços dos empregadores que, apesar da situação catastrófica, em que os estabelecimentos se encontram continuam a proteger os postos do trabalho e garantir os salários dos trabalhadores. (Evaristo Chilingue)

O Governo moçambicano aprovou ontem um decreto que formaliza a entrada da petrolífera francesa Total para a liderança do projeto de gás natural da Área 1, um negócio concluído em setembro de 2019.

 

"A alteração vai permitir a inclusão da Total na estrutura de financiamento do projeto", disse Filimão Suaze, porta-voz do Conselho de Ministros, após uma sessão do órgão em Maputo.

 

A Total passou a liderar o consórcio da Área 1 ao comprar a quota de 26,5% que pertencia à Occidental, uma petrolífera norte-americana que no último ano adquiriu a Anadarko, empresa que arrancou com o projeto moçambicano e que o liderava.

 

Na Área 1, a Total lidera o consórcio de que fazem parte a japonesa Mitsui (20%), a petrolífera estatal moçambicana ENH (15%), as indianas ONGC Videsh (10%) e a sua participada Beas (10%), a Bharat Petro Resources (10%) e a tailandesa PTTEP (8,5%).

 

Na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, em Maputo, Max Tonela, ministro dos Recursos Minerais e Energia, disse que os trabalhos em Cabo Delgado decorrem "conforme programado e o progresso é satisfatório".

 

"Com a entrada da Total foi feito um exercício de otimização do financiamento, que permitiu uma redução de custos em termos de juros na ordem de 1.100 milhões de dólares (1.000 milhões de euros) durante a fase de construção e 700 milhões de dólares (637 milhões de euros) durante a fase de operação, o que vai permitir que todas as partes ganhem", descreveu.

 

No que toca ao Estado moçambicano, "deverá receber do projeto um incremento de 1.000 milhões de dólares", declarou.

 

A petrolífera francesa Total deverá assinar em junho acordos de financiamento com duas dezenas de bancos no valor de 15 mil milhões de dólares, devendo retomar em pleno a construção da zona industrial de processamento de gás, após uma redução para serviços mínimos devido à descoberta de casos de infeção pelo novo coronavírus em Afungi, Cabo Delgado.

 

Para o governante moçambicano, são "impactos recuperáveis e que não colocam em causa o programa global".

 

"Decorre a desinfeção dos campos e prevemos que até final do mês a área esteja livre de covid-19", acrescentou.

 

Moçambique tem 213 casos de infeção pelo novo coronavírus, um morto e 71 pessoas recuperadas.(lusa)