A saga dos raptos já está atingir as classes médias. Os raptores baixaram consideravelmente a fasquia. No início, o alvo era gente endinheirada, alguns ricos, ricos de suor ou doutras traficâncias. Cobravam milhões de resgate. Que eram pagos prontamente. Os raptores eram gangues organizadas, com um braço na banca e outros tentáculos na corporação policial, para garantir sua impunidade através do bloqueio à investigação.
O rapto de hoje no “Buraco da Velha”, na Matola, pode mostrar uma nova realidade: actores criminosos cujo alvo é gente de renda média. Por causa da impunidade dos barões do rapto, que operam protegidos politicamente, o tipo de crime foi atraindo uma nova corja de criminosos. Os que raptaram hoje no “Buraco da Velha” não estão certamente a procura de resgates milionários. Estão à procura de uns trocos.
“O Buraco da Velha” não é o Zambi. É o negócio da restauração média, pequenas empresas familiares que não almejam altas margens de lucro e, por isso, se instalam na Matola para atender às classes médias da expansão urbana.
Isto significa que os raptores baixaram a bitola da grana. Há novos raptores que arriscam por pouco. Um dia vão raptar funcionários bancários, alfandegários (aliás, houve o caso recente de um despachante aduaneiro), ou seja, todos os que, na percepção dos raptores, ganham “muito dinheiro”. Seu passaporte para raptar empresários e parentes destes está há muito carimbado pela comprovada impunidade. Para além disso, quem ousa reclamar, como a malta da Beira, leva com ameaças de multas (um INAE de facas afiadas) e uma atitude dúbia da CTA contra seus membros.
Quando o comércio da Beira fechou as portas, em Maputo ninguém se solidarizou. Tudo mudo e quedo! Os medricas habituais! Mas é claro que o silêncio não funciona. A sociedade tem de ir à luta. Os empresários, que não contam com a CTA nesta empreitada, tem poucas opções, mas devem mostrar algum braço de ferro. Como? Cortando no financiamento à Frelimo e suas campanhas. Aí estariam metendo a ferida no dedo. A ver vamos!
Moçambique está entre 16 países que correm “alto risco de apresentar níveis crescentes de fome aguda”. A informação consta da nova “Análise de Alerta Precoce de Pontos de Insegurança Alimentar Aguda”, publicada na última sexta-feira, pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA), consultada pela ONU News, agência de Notícias das Nações.
De acordo com o documento, a situação é impulsionada por uma combinação de factores, incluindo recentes episódios de expansão e intensificação da violência, deslocação de civis e interrupção de sistemas e mercados alimentares.
A Análise, refira-se, apresenta 20 países com maior risco de insegurança alimentar aguda, destacando-se quatro países com áreas que estão na eminência da fome, cujas condições agravarão em meses: o Burquina Faso; o nordeste da Nigéria; o Sudão do Sul; e o Iêmen. Sublinha que, em Outubro, mais de 1 milhão de pessoas ficaram em situação de insegurança alimentar aguda de emergência.
Segundo a ONU News, o relatório destaca que o plano de resposta à pandemia do novo coronavírus levou a um apelo de emergência de 68,1 milhões de USD, tendo-se conseguido um financiamento de 19,4 milhões de USD, equivalentes a 28,5%. Por seu turno, a resposta ao terrorismo na província de Cabo Delgado requer, diz o documento citado pela ONU News, 35,5 milhões de USD e só teve 78,6% dos fundos.
A Análise revela que o número de pessoas que enfrentam uma crise ou emergência alimentar pode ter chegado a 1,7 milhão, entre Outubro de 2019 e Fevereiro de 2020, sendo que a última análise em sete distritos das províncias de Tete e Cabo Delgado estima que 285 mil pessoas necessitarão de uma emergência alimentar entre Outubro e Novembro.
“A situação pode piorar nos próximos meses com o possível alastramento da Covid-19. A insegurança alimentar aguda elevada também é uma preocupação em outras partes do país, incluindo o sul e o centro, onde o acesso aos alimentos baixou com a fraca produção”, destaca o documento da FAO e PMA, consultado pela ONU News.
“Com a dependência de Moçambique das importações de alimentos e produtos básicos e exportações de matérias-primas, os preços da comida subiram com as restrições relacionadas à pandemia”, acrescenta, sublinhando: “os níveis persistentes de alto endividamento podem limitar a capacidade fiscal do país de reagir a problemas internos e crises externas”.
Para as agências da ONU, há uma necessidade de se tomar medidas urgentes para evitar uma “grande emergência” nos próximos três a seis meses. “Um evoluir da situação em países de maior risco dependerá da dinâmica dos conflitos, dos preços dos alimentos e da miríade de impactos da pandemia Covid-19 em seus sistemas alimentares, chuvas e resultados de colheita”. (Carta)
As autoridades da saúde anunciaram, este domingo, mais cinco novos internamentos e quatro altas clínicas, elevando o total de hospitalizações devido à Covid-19 para 64. Destes, 58 estão internados na cidade de Maputo, três na província de Maputo e três na província da Zambézia.
Segundo o Ministério da Saúde (MISAU), de sábado para domingo, houve o registo de mais 191 casos positivos do novo coronavírus, que resultaram da testagem de 2.083 amostras. Os novos casos foram notificados na cidade de Maputo (151) e nas províncias de Maputo (17), Zambézia (12), Tete (quatro), Inhambane (quatro), Cabo Delgado (dois) e Gaza (um). Assim, o cumulativo de casos, em todo o país, é de 13.768.
Entretanto, mais 24 pessoas recuperaram da Covid-19, todas na província de Cabo Delgado, subindo para 11.605 (84.3%), o total de pessoas recuperadas da doença, em todo o país. Refira-se que o país já registou 99 vítimas mortais devido à Covid-19 e quatro óbitos por outras causas, pelo que, actualmente há 2.060 pessoas infectadas pelo novo coronavírus. (Marta Afonso)
As autoridades da República Unida da Tanzânia repatriaram, há dias, cerca de 800 cidadãos moçambicanos, que se haviam refugiado naquele país vizinho, fugindo dos ataques terroristas, que se observam na província de Cabo Delgado, desde Outubro de 2017.
Entretanto, entre os repatriados, há seis infectados pelo novo coronavírus, conforme garantiu Mussa Ali, do Instituto Nacional de Saúde (INS), na província de Cabo Delgado, em entrevista aos órgãos de comunicação social baseados na cidade de Pemba.
De acordo com as autoridades tanzanianas, em causa está o facto de os cidadãos moçambicanos não terem observado os critérios legais exigidos para a entrada naquele país.
Referir que a Coordenadora-Residente das Nações Unidas, em Moçambique, Myrta Kaulard, disse estarem disponíveis quase 2.190.000.000,00 de Meticais para ajudar os deslocados, na província de Cabo Delgado. O anúncio foi feito após a visita efectuada aos distritos de Chiúre e Ancuabe e à cidade de Pemba, na última quarta-feira. (Carta)
A pandemia do novo coronavírus continua a semear luto nas famílias moçambicanas. Esta quinta-feira, o país ficou a saber que mais dois óbitos foram notificados na última quarta-feira, na cidade de Maputo, tendo subido para 97, o total de vítimas mortais registadas no país, das quais 73 observadas na capital do país. Segundo as autoridades da saúde, as novas vítimas mortais são do sexo masculino, com 60 e 61 anos de idade, sendo todos moçambicanos.
A par das novas vítimas mortais, o país registou também 108 novas infecções pelo novo coronavírus, aumentando para 13.391, o cumulativo de casos positivos da Covid-19. As novas infecções foram diagnosticadas na cidade de Maputo (51) e nas províncias de Maputo (30), Sofala (11), Zambézia (sete), Cabo Delgado (quatro), Gaza (duas), Manica (duas) e Inhambane (uma).
No leito hospitalar, diz o Ministério da Saúde, encontram-se 59 pacientes, dos quais quatro foram internados de quarta para quinta-feira. Destes, 25 estão em estado moderado, 33 em estado grave e um em estado crítico. Dos internados, 55 estão na cidade de Maputo, três na província da Zambézia e outro na província de Maputo.
Entretanto, mais 194 pessoas recuperaram da Covid-19, pelo que Moçambique conta com 11.177 (83.5%) recuperados da doença. Neste momento, 2.113 pessoas ainda padecem da Covid-19. (Marta Afonso)
A empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM) diz ter descoberto supermercados, restaurantes e escolas a roubarem energia na capital do país e na província central de Tete.
Em comunicado de imprensa, enviado à nossa Redacção, a empresa alista o supermercado Super Marés, supermercado RIM e a Escola Princess Cinderella, em Maputo, e o restaurante INK, em Tete, como recentes empreendimentos onde o alarme soou e se constatou que consomem energia de forma fraudulenta.
Para detectar o roubo, a EDM usa contadores inteligentes que permitem controlar o consumo de energia dos clientes à distância. A tecnologia adoptada faz soar um alarme, quando há tentativa de violação do contador ou consumo ilegal de energia.
“No centro comercial Super Marés, quando foram descobertos, dias depois voltaram a colocar tudo em ordem como quem não tentou roubar energia nem mexeu no contador. Era tarde demais porque a tecnologia permite ter um controlo efectivo do que acontece nos consumos. Marcou-se um encontro com o responsável do Super Marés, no dia 03 de Novembro, na EDM, para falarem sobre o caso, mas os gestores mostraram indisponibilidade. O objectivo era para eles indicarem quem foi que cometeu aquela fraude. A reunião foi remarcada para uma outra ocasião”, lê-se no comunicado.
Já na Princess Cinderella, uma escola privada da cidade de Maputo, a empresa relata que o alarme ouviu-se 27 vezes, tendo uma equipa da EDM se deslocado ao local, a 01 de Outubro corrente, e detectou-se a fraude. De acordo com a nota da EDM, os responsáveis da escola foram ouvidos, tendo dito desconhecer o facto. Para cúmulo, relata o comunicado, a Princess Cinderella violou os selos do contador e o consumo não é contabilizado.
Em Tete, a EDM constatou que o restaurante INK é outro consumidor ilegal. O INK é um complexo composto por restaurante, bar e discoteca. No geral, a EDM diz que pretende responsabilizar as referidas instituições pelos danos causados. (Carta)