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Economia e Negócios

Erro: de acordo com uma fonte sénior do Mader, nao é verdade que o Ministério tenciona processar fornecedores de sementes. A recente monitoria revelou que 99% das sementes estao em condiçoes  e apenas uma pequena parte tem problemas. O EDITOR

Enquanto não aparecerem interessados para a compra dos activos da Vale, na mina de Moatize, província de Tete, a mineradora brasileira deverá preservar a continuidade operacional da mesma e do Corredor Logístico de Nacala, assim como aumentar as capacidades produtivas do projecto e manter todos os compromissos com a sociedade e as partes interessadas.

 

Este é o sentimento manifestado pelo Governo que, nesta terça-feira, em mais uma Sessão Ordinária do Conselho de Ministros (a VII do ano), apreciou as informações sobre o desinvestimento da Vale nos projectos de carvão e Corredor Logístico de Nacala.

 

Segundo o porta-voz da Sessão, Filimão Suazi, ontem, o Conselho de Ministros tomou conhecimento do roteiro para a concretização do negócio entre a Vale e a Mitsui, no qual as duas mineradoras pretendem estruturar a saída da multinacional japonesa da mina de carvão de Moatize e do Corredor Logístico de Nacala.

 

No briefing dado à imprensa, no final da VII Sessão do Conselho de Ministros, Suazi garantiu que as negociações entre as partes “estão numa fase avançada”, sendo que, “a Vale deverá preservar a continuidade operacional da mina de Moatize e do corredor de Nacala e aumentar as capacidades produtivas do projecto e manter todos os compromissos com a sociedade e as partes interessadas”.

 

Refira-se que, no passado dia 21 de Janeiro, a Vale comunicou a sua intenção, primeiro, de comprar a participação da Mitsui na mina de carvão de Moatize e no Corredor Logístico de Nacala e, depois, vender os seus activos em Moçambique. (Carta)

Os painelistas da VII sessão do Fórum Regional da África sobre Desenvolvimento Sustentável recomendaram Moçambique a apostar na criação de um plano único de recuperação económica sustentável pós Covid-19, para que o alcance das metas da Agenda 2030 não fique comprometido devido a pandemia. A fim de que seja um programa bem sucedido, aconselham a estabelecer alianças com países experientes na implementação de políticas do género.

 

A recomendação foi feita durante a mesa redonda do lançamento do evento “ECA (Comissão Económica para África) Prosseguindo em prol de um Relatório de Recuperação Verde Africano”, que acontece virtualmente, tendo em conta o contexto da pandemia. Trata-se de um evento continental organizado pela Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), onde é discutido de hoje (1/3) até o dia 4 de Março, sobre como utilizar um plano de recuperação económico baseado na economia verde.

 

Estiveram na mesa redonda a sub-secretária geral da ONU e secretária executiva da UNECA, Vera Songwe; embaixador regional da COP 26 do Reino Unido para a África, Nicholas Kay; e os pesquisadores Jean-Paul Adam, O’Callaghan e Julia Bird.

 

Na sua intervenção os pesquisadores afirmaram que o Governo moçambicano precisa de investir nos meios de comunicação social para aumentar os níveis de consciência sobre a relevância do desenvolvimento sustentável.

 

“Quando investimos no desenvolvimento sustentável não saímos a perder, antes com o crescimento do mesmo saímos com o lucro. Moçambique precisa de adoptar políticas fortes capazes de causar transformação”, alertou Julia Bird.

 

Nicholas Kay alertou que Moçambique tem de olhar para os países que se deram bem na implementação de planos de desenvolvimento sustentáveis e estabelecer intercâmbio com os mesmos, procurando extrair dessas relações políticas que respondem as necessidades do país sem ir para além das suas capacidades.

 

Contudo, O’Callaghan alertou que implementar plano de desenvolvimento sustentável em África gera crescimento sustentável, porém tais programas são demasiados caros, por isso os países africanos precisam de buscar apoio junto dos países desenvolvidos para colocar em prática tais planos. (Carta)

Em resposta aos desenvolvimentos de grande escala que ocorrem em todo o país, o governo de Moçambique decretou vários requisitos de conteúdo local para assegurar que o fluxo de capital se estenda às comunidades e economias locais. Em particular, o país está em vias de aprovar uma Lei de Conteúdo Local revista que visa aumentar a participação local através da aplicação de um requisito de percentagem mínima, garantir que é dada preferência aos fornecedores locais, encorajar a transferência de tecnologia e exigir a apresentação de um plano de conteúdo local pelas empresas às autoridades competentes numa base anual, entre outras disposições fundamentais. Além disso, a Lei de Conteúdo Local será controlada e gerida por uma entidade pública independente que determinará a certificação das empresas e os requisitos específicos de conteúdo local. A Lei visa aumentar significativamente a participação indígena em todos os sectores, com vista a impulsionar o emprego e a criação de indústrias locais.

 

Moçambique já tem uma série de leis em vigor que contêm disposições de conteúdo local. Nomeadamente, no sector petrolífero, a Lei Moçambicana do Petróleo e a Lei do Mega Projecto prevêem o registo obrigatório das empresas petrolíferas e de gás na Bolsa de Valores de Moçambique; os concessionários são obrigados a obter uma participação moçambicana no seu capital social entre cinco a 20%; e quando o interesse público assim o exigir, os titulares de direitos de exploração de petróleo ou gás darão preferência ao governo moçambicano na aquisição de petróleo produzido na área da concessão. No sector mineiro, a Lei de Minas exige que os concessionários obtenham também a participação moçambicana no seu capital social; a aquisição de bens e serviços de MZN 15 milhões ($200.000) ou mais devem ser executados através de concurso público; e os titulares e contratantes devem dar preferência aos bens e serviços moçambicanos, quando disponíveis. 

 

Capacidade como determinante chave

 

Um dos principais desafios que impedem a realização de políticas de conteúdo local, contudo, é a falta de capacidade local. Apesar da aplicação de políticas que promovem a inclusividade e uma maior participação da mão-de-obra local, a falta de mão-de-obra altamente qualificada, característica de indústrias como as mineiras e extractivas, continua a reduzir conformidade com as políticas. Nesse sentido, a transferência de competências, conhecimentos e tecnologia de entidades estrangeiras para congéneres locais surge como uma prioridade fundamental. De facto, a proliferação de desenvolvimentos multi-sectoriais em Moçambique apresenta oportunidades únicas para as empresas internacionais usarem os projectos como uma via para o desenvolvimento de capacidades. Muitos desenvolvimentos em grande escala dependem de uma mão-de-obra internacional; ao reinjectar o conhecimento e transferir competências para a comunidade local, os projectos podem expandir significativamente os seus recursos disponíveis, estimulando o crescimento económico sustentável e a longo-prazo no processo. Em segundo lugar, os requisitos de conteúdo local impostos pelo governo podem ajudar a facilitar as redes regionais actuais, até então subutilizadas. Uma vez que as parcerias com empresas locais já são requeridas ao abrigo das actuais regulamentações de conteúdo local, a integração e colaboração com a mão-de-obra local pode assegurar uma maior cooperação ao longo de toda a cadeia de valor. De destacar, projectos como o Total Moçambique LNG que estão a estabelecer uma série de iniciativas de alto impacto e programas baseados na educação, numa tentativa de transferir conhecimentos e liderar o desenvolvimento de capacidades locais.

 

Para concretizar plenamente os objectivos da indústria e assegurar o desenvolvimento de projectos sustentáveis a longo prazo, é necessário o estabelecimento e aplicação de conteúdos locais, mas apenas em conjunto com iniciativas adequadas ao desenvolvimento de capacidades. Com base no reforço real das capacidades, que visa reforçar a força de trabalho local e impulsionar a participação local, o sucesso multi-sectorial pode ser traduzido em melhorias socioeconómicas.

 

Distribuído pela APO Group em nome da Africa Oil & Power Conference.

A firma suíça GEOGAS Trading SA será a nova fornecedora de gás de cozinha (GPL) a granel para o nosso país a partir do mês de Março. O anúncio de adjudicação foi feito na última segunda-feira, pela Importadora Moçambicana de Petróleos (IMOPETRO), empresa responsável pela importação de combustíveis líquidos no país.

 

De acordo com uma nota de imprensa enviada pelo Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), a firma será responsável pelo fornecimento e transporte, para os terminais de Maputo e Beira, de cerca de 28 mil toneladas de gás de cozinha.

 

A firma suíça venceu a concorrência da IPG, a actual fornecedora do gás de cozinha no país, num concurso internacional lançado em Dezembro último. A GEOGAS Trading SA comprometeu-se a importar cada tonelada métrica a 165 USD contra 179,37 USD propostos pela IPG.

 

Para o MIREME, além de ter apresentado melhor preço, a GEOGAS é “um fornecedor com bastante experiência e presença logística na região”, fornecendo gás à Tanzânia, África do Sul, Madagáscar, Maurícias, entre outros. (Carta)

Quando faltam sensivelmente 10 dias para o fim do período de situação de calamidade pública iniciado a 5 de Fevereiro corrente, compreendendo, de entre outros, restrições na venda de bebidas alcoólicas e recolher obrigatório todos os dias, das 21 às 4 horas, continua a reinar a ausência de consenso no seio da sociedade moçambicana, sobretudo pela duvidosa eficácia de algumas dessas medidas.

 

Alguns revendedores de bebidas alcoólicas e proprietários de bottle stores abordados pela Carta são unânimes quanto à severidade da limitação do horário de funcionamento deste segmento comercial (das 9 às 13 horas), o que, segundo eles, leva à redução drástica de negócio, nalguns casos em mais de 50 por cento.

 

“As leis são para cumprir, e vou sempre cumprí-las, por dever de cidadania, mas não vejo a utilidade de medidas de duvidosa relevância no combate à pandemia da COVID-19, como a limitação das horas de funcionamento de unidades comerciais como a minha”, disse-nos um revendedor de cerveja, vinho e bebidas esprirituosas da região de George Dimitrov, vulgo Benfica, na cidade de Maputo.

 

Continuando, refere que, se se continuar com medidas tais finda a decorrente fase de situação de calamidade pública, nada mais lhe restará senão ou fechar temporariamente o negócio ou mantê-lo contra o despedimento de pelo menos metade dos trabalhadores.

 

Na zona da Polana, no coração da cidade de Maputo, uma proprietária de um bottle store contou-nos estar, igualmente, a enfrentar dificuldades, dada a baixa drástica do volume de negócio.

 

“E olha que, não poucas vezes, as pessoas se concentram aqui num certo período, sobretudo entre as 12 e às 13 horas, o que expõe a ineficácia da limitação de horário. Numa situação destas, acho que até se deveria alargar o período de funcionamento, como forma de se reduzir, ao máximo, a probabilidade de concentração de pessoas”, sublinhou Lina Cossa.

 

Não existem, na verdade, evidências sugerindo que a restrição da venda de bebidas alcoólicas resulta na redução de contágios e de óbitos. Botswana, um dos países da região, conheceu, em princípios deste ano, incremento nos casos de COVID-19, exactamente quando havia banimento total da venda de bebidas alcoólicas.   

 

Recolher obrigatório

 

Nas paragens de autocarros e semi-colectivos de passageiros da região do Grande Maputo, com destaque para a cidade de Maputo, o maior centro eceonómico do país, são visíveis, a cada dia, enchentes de cidadãos procurando meios de se fazerem à casa. Nesse grupo, destacam-se os trabalhadores de restaurantes, que devem encerrar, diariamente, até às 20 horas.

 

Carta sabe que, ainda que grande parte de restaurantes prefira encerrar antes da hora limite, como forma de dar mais tempo aos seus para chegarem atempadamente à casa, a situação no terreno se mostra por demais difícil, dada a pouca oferta de transporte.

 

A cada dia, sobretudo nas cidades de Maputo e Matola, há relatos de elevado número de cidadãos que são obrigados a pernoitar nas esquadras, quando flagrados na rua depois das 21 horas. Para que se não demorem à espera das demarches judiciais, alguns cidadãos são obrigados a “dar refresco” a agentes desonestos da Polícia da República de Moçambique (PRM), para que possam continuar a vida “normalmente” na manhã do dia seguinte.

 

De resto, sair da baixa da cidade de Maputo para bairros como Matola-Gare, no Município da Matola, ou para Massaca, em Boane, ou Santa Isabel, no distrito de Marracuene, é uma tarefa hercúlea, sobretudo em época chuvosa, sendo necessárias uma média de três horas de tempo para o efeito, contra a feitura de várias ligações.

 

Carta está em condições de confirmar que quando a privação de liberdade ocorre à sexta-feira, a situação se torna mais problemática, uma vez que os cidadãos são mantidos todo o fim de semana nas celas da PRM, para serem presentes ao juíz na manhã de segunda-feira. É o que vimos, por exemplo, durante o último fim de semana na quarta esquadra da PRM da Matola, sita no bairro da Liberdade. Dezenas de cidadãos se achavam apinhados numa minúscula sala, com óbvios riscos de contaminação pela COVID-19, que, supostamente, se visa combater. venda de alcool no mercado estrala maputo

 

Tendência decrescente de casos

 

Actualmente (dados de 24 de Fevereiro) com um total de 56.920 diagnosticados, dos quais 18.438 em situação de casos activos, o número de óbitos por COVID-19 no país tem estado a decrescer nos últimos dias, ainda que seja certo que a existência de mortes é sempre preocupante.

 

Ontem (quarta-feira), por exemplo, foram reportados dois óbitos por COVID-19, significando que o número total de fatalidades subiu de 606 para 608. Na terça-feira, foram registados sete óbitos. No dia anterior (segunda-feira), as autoridades deram a conhecer o registo de quatro mortes por COVID-19.

 

Quando se iniciou o decorrente período de situação de calamidade público, o número diário de óbitos por conta da COVID-19 era sempre de dois dígitos.

 

Enquanto se trabalha cada vez mais assertivamente na componente comunicação, não há dúvidas de que é premente a protecção da economia, como forma de se mitigar o potencial risco de deterioração das condições de vida da população.

 

Aliás, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) lançou, em Economic Briefing realizado esta terça-feira em Maputo, um apelo ao Governo para que considere sempre como prioritário o equilíbrio entre a promoção e protecção da saúde pública e a protecção da economia. (Carta)